quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Professores ocupam Ministério da Educação




Fartos de verem morrer na praia da "concertação social" as suas lutas e exigências, alguns professores que ficaram excluídos da "bolsa de recrutamento" decidiram ocupar, hoje, (como noticiámos em primeira mão) o Ministério da Educação, exigindo serem recebidos pelo ministro Nuno Crato.

Afirmam que só abandonarão as instalações do Palácio das Laranjeiras quando lhes for dada uma resposta cabal à sua indignação, por verificarem que os resultados das colocações, publicadas pelo ministério no passado dia 19, conterem muitas "irregularidades no concurso de professores" que "devem ser imediatamente corrigidas".

Denunciaram, ainda, estes professores que "com a ideia peregrina dos contratos mensais, o Ministério impediu os professores que apenas se candidataram a contratos anuais de serem colocados, dado que os horários anuais foram disfarçados de temporários. Enganar as pessoas e brincar com as suas vidas é inaceitável".

Exigem que as suas candidaturas possam ser de novo apreciadas antes do lançamento da próxima "bolsa de recrutamento", além de que "aos professores vítimas do erro ministerial, quer permaneçam no desemprego, quer venham a obter uma colocação posterior, seja contabilizado o tempo de serviço a partir da data da bolsa de recrutamento em que o erro foi detectado", isto é, 19 de Setembro, bem como "seja atribuída uma indemnização compensatória aos professores ultrapassados neste processo que já não venham a ser contratados no presente ano lectivo".


Não há que ter ilusões! O que aconteceu não foi um "erro ministerial", mas sim uma manobra que faz parte integrante da estratégia deste governo serventuário da Tróica em "financeirizar" a educação, criando, através da sua política de "emagrecimento das gorduras", isto é, despedimento ou não colocação de milhares de professores, aumento do número de alunos por sala de aulas e diminuição da contratação de pessoal não docente, as condições de "racionalização" do sector da educação pública que levem a torná-lo mais apetecível, segundo a perspectiva neoliberal de se privatizar tudo o que houver para privatizar - incluindo os sectores da educação, saúde, telecomunicações, energia, transportes, etc. -, para o sector privado.

Os professores têm de exigir - e foi o que fizeram com esta ocupação do Ministério onde encetaram a luta ao arrepio das direcções sindicais - maior firmeza por parte dos sindicatos na mobilização e direcção das suas lutas. Devem correr dessas direcções com aqueles dirigentes que mais não têm feito do que afunilar as suas lutas para a mesa da "concertação social" que se tem revelado um verdadeiro espartilho para a sua luta, em vez de mobilizarem toda a COMUNIDADE ESCOLAR - professores, alunos, pais e pessoal não docente - para lutar por uma Educação gratuita e de qualidade, que assegure que o professor não é tratado como um número descartável, mas como um sujeito activo na transmissão do conhecimento.

A LUTA DOS PROFESSORES VENCERÁ!

Sem comentários: