quinta-feira, 31 de março de 2011
O "farrobito" vem juntar-se à fama do elevador e das escadas rolantes
Coube a Paulo Rato Dias, adjunto da presidência, a honra de comunicar à imprensa o vencedor do bolo que vai levar para longe o nome de Albufeira e adoçar a boca dos nossos residentes e visitantes.
A escolha feita por um chefe de fama, recaiu num bolo saudável e durável, que rapidamente estará a ser comercializado nas melhores pastelarias do concelho. Em matéria de imaginação sobre doces a missão fica cumprida, esperando a autarquia pelo sucesso da iniciativa como medida para combater, não o desemprego e a fome que grassa no concelho e reconhecidos oficialmente, mas a gulosisse daqueles que podem comprar e ingerir calorias.
Depois deste empenho, a autarquia tem em mente outros projectos, foi afirmado na imprensa, que certamente farão as delícias do umbigo político, quando os verdadeiros problemas ficam escondidos e à espera de soluções.
Num país e num concelho azedado pelas políticas anti-populares praticadas, este exemplo de combate à crise poderá servir de farol às tropas do PSD que se preparam para tomar os corredores e as regalias do poder central. Não se fala dos problemas, nem das soluções mas, substituem-se por doces efémeros...
FORUM ALBUFEIRA
Finalmente cumpre-se o prometido... e os resultados estão assegurados?
Teremos de mudar o nome à praia? Será para a praia vermelha... , das conchas? Recuperaremos o nosso areal dourado?
Em Vale do Lobo, o mar já comeu os milhões gastos e na Barra da Fuzeta, idem! Estes investimentos efémeros não exigiriam outro tipo de estudos e execuções? No caso de Albufeira teremos de aguardar...
quarta-feira, 30 de março de 2011
Os capitais tóxicos estão prestes a considerar a compra da dívida portuguesa como lixo
A compra de dívida portuguesa está prestes a ser considerada lixo, dizem as notícias sobre as anotações dos nossos carrascos.
Na realidade, a dita dívida, contraída pelo capital devia ser considerada lixo pela população portuguesa!
Depois da Islândia a renegar uma parte da dívida, agora é a Irlanda que levanta a voz para falar de renegociação da dívida. Os países vão abrindo os olhos sobre as formas fraudulentas como estas dívidas foram construídas. E Portugal? Vai continuar de olhos vendados?
FORUM ALBUFEIRA
terça-feira, 29 de março de 2011
As eiras do mel
Com o país de rastos e uma população em sofrimento, os responsáveis políticos por todo este desassossego, que não viveram em momento nenhum a provação da sua culpa e na habitual desfaçatez, disputam a palmo os terrenos do poder e das capelinhas.
O Algarve não escapa ao clima de guerrilha, de golpe e contra-golpe, de que os casos da ERTA e da ALGAR, são bem demonstrativos.
Sempre de boca cheia “pela defesa dos interesses do Algarve”, o PS e PSD regionais, para além da natural surdina sobre as lutas intestinais para os lugares nas listas eleitorais, preparam as estratégias de assalto aos lugares públicos de privilégios que apesar da crise se mantêm intocáveis.
Com o bolo requintadamente dividido ao longo de todos estes anos de democracia burguesa, nesta amostragem da ERTA e da ALGAR, retomam uma ferocidade desapropriada, numa evidência sobre as suas carteiras de prioridades.
Os graves problemas que o Algarve atravessa no contexto da crise mais geral e na própria, nunca lhes mereceram tanta preocupação e empenho.
O desemprego mais elevado do país, as portagens iminentes e recessivas, as obras adiadas da EN 125, o Hospital Central que continua na gaveta, a rede de transportes, outros problemas e investimentos estruturais continuam atropelados pelos PEC associados destes senhores, que transformaram a região numa quinta de interesses pessoais e de casernas. Não só não se lhes reconhece empenho, como fazem parte da política de espartilho que se abate sobre a região.
Na ERTA, que não soube arrumar a casa sem escândalos e apesar de uma reacção tardia de alguns assentos oficiais com propostas mais consentâneas – as eleições -, a novela, depois da passagem pelo Tribunal, inclui episódios com o ministro das Finanças. O aluno que chegou à presidência e se derreteu em elogios “ao mestre” na hora da posse, passou à defesa do lugar. O ex-presidente que diz não se importar por não receber… resolveu voltar e encontrou apoios… que não devem só assentar no texto dos estatutos.
Esta luta pelas capelas do poder regional, que inflama os peitos dos quadros do PS e do PSD, contagiou a ALGAR e promete não ficar aqui. O presidente da edilidade de S. Brás de Alportel não se importa de trocar de cargo e acaba por resolver o problema da passagem do poder local dando evidência ao futuro candidato.
Serão estes os problemas do Algarve? Estarão aqui contidos os nossos problemas de primeira linha? Claramente que não!
Luis Alexandre
No Porto, em Braga e noutras cidades, foram coladas várias mensagens, mas contendo o mesmo recado “O vosso roubo custou 13 milhões de salários mínimos”.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Ensaio sobre o que se pensa incorrigível
Na fragilidade somos ainda mais vulneráveis. Fragilizam-nos para nos convencerem de que não somos nada. Usam a nossa vulnerabilidade para nos fragilizarem, quando os valores da democracia, mesmo a burguesa, teoricamente sustentam o contrário. Nos processos degenerativos da democracia conduzidos pela mentira e proveito de uma classe sobre as outras, os custos e as culpas são estupidamente democratizados. Prega-se o medo e não a análise para recuperar a iniciativa. Na luta de contrários entre o capital e o trabalho, no nosso país só conhecemos a vitória do primeiro. De democracia produziram muito pouco. O que se faz em política na democracia burguesa, afinal são jogos…
Com a precipitação dos acontecimentos, Cavaco Silva, antes de outros passos institucionais e comprovando a exclusiva preocupação estratégica de cinco anos para a sua reeleição, quis saber a real situação financeira do país e chamou o governador do Banco de Portugal. Logo, o presidente economista tem desconfianças mas não conhece a situação exacta. Pelos vistos, conhecem melhor as instâncias europeias e as agências de rating…
O anterior governador passou uma vida tranquila, não foi chamado a prestar contas… e o melhor, na hora das verdades sobre os rebentamentos, foi oferecer-lhe um prémio europeu de uma vida descansada.
O povo português, tratado como estúpido e que aparentemente não tem fuga, nem conhece o rombo. Só lhe dizem que tem de pagar. Sócrates e o seu Governo demissionário sabem-no há muito mas só se preocuparam com as correcções pelo lado das receitas. Trabalharam quatro, mais dois anos contra o deficit, um Adamastor construído, e as suas propostas foram sempre continuando insuficientes. E porquê? Porque o buraco tinha outros buracos escondidos.
Segundo o Banco de Portugal, o Estado tem uma dívida pública superior a 82% do PIB e muitos analistas afirmam-na superior, ultrapassando assustadoramente muito mais do valor de um ano de rendimentos brutos do país.
A julgar pelos resultados colaterais da demissão do Governo e os vários truques da contabilidade do Estado (que sobrevive à passagem de poderes governativos), a verdade oficial deverá ser uma mentira. Para o atestar, ficam as análises do Eurostat e o conhecimento das instituições europeias que em Portugal não embaraça.
Muito dinheiro mal gasto em milhares de milhões, espalhados por autarquias e as suas empresas municipais, em conjunto com o sector empresarial do Estado e o descontrolado rol de institutos e organismos para o emprego das clientelas, continuam sem peso contabilístico. E, de uma maneira geral, a Banca que delapidou as poupanças dos portugueses, também precisa de urgente socorro, o qual foi prometido pelo Governo de saída.
Num PIB de 176 mil milhões de euros em 2010, o que se sabe é que devemos muito mais! E os votos da população foram para legitimar esta situação.
Com a queda do Governo, os mercados dos nossos credores (que só por ingenuidade é que se afirma que não têm identidade), insistiram no aumento do roubo. Se já tinham alimentado os nossos políticos para o sobre endividamento, com o proveito de um permanente bando de empresários e serviços que não dispensam as negociatas, agora levam-nos a comprar dinheiro para pagar apenas despesas correntes do Estado a preços proibitivos.
A situação é insustentável e a base de pagamento é sempre a mesma. Os economistas da nossa praça nunca tiveram coragem de o denunciar. Alguns deles, vão avisando que os custos actuais se podem estender para lá de uma dúzia de anos, o que significa que os jovens à rasca estão barbaramente condenados nas suas aspirações. Os que têm trabalho, se não reagirem, terão de vender a mão-de-obra barata no desassossego do Código de Trabalho, que lhes retira voz e direitos. Tudo à sombra de um movimento sindical que quis… ser controlado.
Com os desenvolvimentos do arrepio português, a vizinha Espanha que nos vinha anexando com investimentos avultados e uma cobrança de dívida que ultrapassa os 90 mil milhões, fica com a caixa da tesouraria exposta aos ataques da voracidade dos especuladores.
O que não foi respondido até hoje, é como se permite tanto dinheiro nas mãos dos especuladores. Estamos a falar da qualidade da política. A acumulação advém dos dinheiros roubados às economias reais dos países que fogem aos impostos pelos agentes conhecidos, em vez de serem um factor de criação de riqueza nacional. Reproduzem-se a partir de paraísos protegidos, são um factor de desequilíbrios e ingerências e até aqui falaram mais alto.
Se um pequeno país, pobre e periférico, deve mais de 100% do seu PIB, imaginemos os números astronómicos de todas as economias endividadas.
Um sistema injusto de actividade política e económica produziu estes resultados. E Portugal não foi excepção. Tem de voltar a fazer o seu encontro com a História e mudar de políticas.
O que está no horizonte não nos serve! Vivemos uma oportunidade de desmontar a democracia de embuste e fazer escolhas. Por trás do abuso da nossa vulnerabilidade, está uma grande força.
Luis Alexandre
domingo, 27 de março de 2011
Crónicas de Vasco Barreto
Na Câmara de Albufeira, a secção de mobilidade está imobilizada
A nossa querida autarquia que conseguiu estar 5 anos sem pintar as passadeiras e que mesmo durante este período teve o desplante de realizar um congresso de segurança rodoviária, acabou finalmente por instituir uma vereação para a mobilidade.
Espera-se que a nomeação deste vereador não seja mais um “spot” para a política espectáculo. É preciso colocar espaços reservados para os deficientes junto da CMA, tribunal Judicial, Correios, Junta de Freguesia, Finanças. Delegação Marítima, Bancos, Bombeiros, GNR, Escolas, Unidade de Trânsito, Mercado Municipal, Estação Rodoviária, supermercados Modelo, Pingo Doce e Lidl, Aqualab, Clínicas de Fisioterapia, Farmácias, Papelaria-EDP, Loja-EDP, Centro de Saúde, Pavilhão Multiusos, Piscina Municipal, Estádio de futebol, Pavilhão do Imortal, Cemitério Municipal, Igreja Matriz, Postos de Turismo, estabelecimentos com totoloto e euromilhões, Delegação dos direitos de autor, Biblioteca Municipal, Santa Casa de Misericórdia. Centros de dia, Serviços de Estrangeiros, Centro de Segurança Social, Comissão de Protecção a Menores e Crianças e escadas rolantes.
Em 34 anos de democracia, este projecto ainda continua por acabar.
Vasco Barreto
Albufeira