sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Protesto dos professores contratados e desempregados




“Foram 25 horas de protesto. Depois de lá pernoitarmos, ao meio-dia de hoje abandonámos as instalações do Ministério da Educação nas Laranjeiras. Vamos retemperar energias para amanhã comparecermos em força na manifestação convocada pela CGTP, pelo emprego com direitos. Estaremos junto ao cortejo do SPGL, às 15h no Saldanha, e apelamos à presença de todos os professores.

Antes de sairmos do Palácio das Laranjeiras pedimos o agendamento de uma reunião com o Ministro da Educação para o início da próxima semana e aguardamos a confirmação da data concreta. Na agenda temos muitas lutas por travar e para confrontar quem nos (des)governa: ilegalidade dos concursos, direito à compensação pela caducidade do contrato, vinculação ao fim de três anos de contratos anuais, critérios transparentes nas Ofertas de Escola, um ensino de qualidade e com menos alunos por turma. Na próxima terça-feira faremos nova reunião, para a qual todos/as estão convidados, às 18h, na sede dos Precários Inflexíveis (Rua da Silva, 39).

Vemo-nos amanhã na manifestação! A luta continua! A nossa voz faz-se ouvir!”

Declaremos guerra à Tróica e ao seu governo, a Luta Continua, pela Greve Geral Nacional! Não Pagamos!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A arte de cavalgar…


A forma como a crise geral se está a reflectir na região algarvia, evidenciando todos os estrangulamentos de que padece, fruto das várias indiferenças governamentais e das forças partidárias que as compuseram, leva a que as extensões políticas de cobertura se reorganizem e procurem novas formas de controlo e expressão sobre o generalizado descontentamento.

Nessa orientação que os tempos recomendam, um processo novo foi encontrar parceiros enraizados em correntes da opinião pública organizada, estando a ACRAL nessa linha e sobretudo nessa disponibilidade, pela grande empatia que criou com os poderes locais no terreno das decisões de inundar o Algarve com a grande distribuição.

A ACRAL, uma associação cuja actividade mais saliente consiste no acompanhamento dos funerais das pequenas e médias empresas da região e sustenta muitas das suas iniciativas com o regalo dos dinheiros do fundo de instalação das grandes superfícies, descobriu ou sopraram-lhe uma nova vocação, enveredando por projectos editoriais comprados (“O Algarve” e o “Observatório do Algarve”) e acabou de arrecadar uma maquia europeia para venda de serviços de imagem exterior para os sócios e demais, cada vez mais depenados pela crise.

Basta abrir o jornal “O Algarve”, um dos títulos em posse, para percebermos que quem por ali debita e vegeta intelectualmente, são todos os círculos do poder local e regional que decisivamente têm amortalhado o comércio local, ligados ao poder central de apoio à “troika” e aos seus desmandos sobre o país, onde estão encomendadas mais asfixias.

A abordagem desta estratégia desviante dos interesses específicos dos comerciantes, é tão importante como a ausência desta associação da luta pelas soluções dos problemas próximos e estratégicos da região, como ainda está a criar outros não tão visíveis e que começam a ser denunciados.

No último editorial do quinzenário “A Avezinha”, o meu amigo Arménio Aleluia, decano director e proprietário, lançou um grito lancinante, denunciando a quebra da relativa equidade e a transferência dos privilégios dos anúncios oficiais para o jornal “O Algarve”, deixando à míngua muitos dos jornais regionais que com largos sacrifícios produziram a cobertura dos acontecimentos locais e regionais.

Começam a perceber-se no horizonte os contornos da estratégia, por um lado aglutinar a força da opinião do poder que ali tem uma janela escancarada, sustentada por via de pagamento, com a primazia na publicidade oficial das diferentes entidades.

O que temos, em linguagem simples, é que as diferentes autoridades que de forma hipócrita se serviram e elogiam o trabalho da imprensa regional, em nome dos seus exclusivos interesses, elaboraram estratégias com objectivos muito concretos, por um lado, concentrando meios e informação de suporte dos seus propósitos e, por outro, procurando reduzir a influência ou silenciar formas de expressão que lhes não são fiáveis.

Esta é claramente uma manobra planeada, com objectivos pouco transparentes e que terá novos desenvolvimentos para que lhe percebamos os objectivos, que estarão mais perto da linha que vem derrubando a região…

Luis Alexandre

Professores ocupam Ministério da Educação




Fartos de verem morrer na praia da "concertação social" as suas lutas e exigências, alguns professores que ficaram excluídos da "bolsa de recrutamento" decidiram ocupar, hoje, (como noticiámos em primeira mão) o Ministério da Educação, exigindo serem recebidos pelo ministro Nuno Crato.

Afirmam que só abandonarão as instalações do Palácio das Laranjeiras quando lhes for dada uma resposta cabal à sua indignação, por verificarem que os resultados das colocações, publicadas pelo ministério no passado dia 19, conterem muitas "irregularidades no concurso de professores" que "devem ser imediatamente corrigidas".

Denunciaram, ainda, estes professores que "com a ideia peregrina dos contratos mensais, o Ministério impediu os professores que apenas se candidataram a contratos anuais de serem colocados, dado que os horários anuais foram disfarçados de temporários. Enganar as pessoas e brincar com as suas vidas é inaceitável".

Exigem que as suas candidaturas possam ser de novo apreciadas antes do lançamento da próxima "bolsa de recrutamento", além de que "aos professores vítimas do erro ministerial, quer permaneçam no desemprego, quer venham a obter uma colocação posterior, seja contabilizado o tempo de serviço a partir da data da bolsa de recrutamento em que o erro foi detectado", isto é, 19 de Setembro, bem como "seja atribuída uma indemnização compensatória aos professores ultrapassados neste processo que já não venham a ser contratados no presente ano lectivo".


Não há que ter ilusões! O que aconteceu não foi um "erro ministerial", mas sim uma manobra que faz parte integrante da estratégia deste governo serventuário da Tróica em "financeirizar" a educação, criando, através da sua política de "emagrecimento das gorduras", isto é, despedimento ou não colocação de milhares de professores, aumento do número de alunos por sala de aulas e diminuição da contratação de pessoal não docente, as condições de "racionalização" do sector da educação pública que levem a torná-lo mais apetecível, segundo a perspectiva neoliberal de se privatizar tudo o que houver para privatizar - incluindo os sectores da educação, saúde, telecomunicações, energia, transportes, etc. -, para o sector privado.

Os professores têm de exigir - e foi o que fizeram com esta ocupação do Ministério onde encetaram a luta ao arrepio das direcções sindicais - maior firmeza por parte dos sindicatos na mobilização e direcção das suas lutas. Devem correr dessas direcções com aqueles dirigentes que mais não têm feito do que afunilar as suas lutas para a mesa da "concertação social" que se tem revelado um verdadeiro espartilho para a sua luta, em vez de mobilizarem toda a COMUNIDADE ESCOLAR - professores, alunos, pais e pessoal não docente - para lutar por uma Educação gratuita e de qualidade, que assegure que o professor não é tratado como um número descartável, mas como um sujeito activo na transmissão do conhecimento.

A LUTA DOS PROFESSORES VENCERÁ!

Mais um ataque aos trabalhadores... nos 1oo dias de Governo




Este governo em cem dias avançou com medidas das mais reaccionárias (em continuação do anterior governo do PS, não esquecer) e mais fascizantes, batendo com certeza um recorde de traição até este momento.

A última é querer reduzir as obrigações de comunicação das empresas à Autoridade para as Condições de Trabalho. Entre elas, os horários de trabalho, intervalos para descanso, isenções de horário e alargamentos dos períodos de laboração…cumprindo como óbvio o memorando com a Tróica! É fartar Vilanagem!

Com o pretexto de “agilizar” os mecanismos…esta medida se for avante irá impor uma arbitrariedade monstruosa, fazendo terminar com obrigações das empresas que constituíam um primeiro filtro (já de si não cumprido milhentas vezes) do cumprimento da lei.

Concretamente, a medida prevê que a empresa deixe de ser obrigada a comunicar à ACT o regulamento interno da empresa, “podendo ser dispensado pela sua mera publicitação em local de trabalho”. A Comissão de Trabalhadores ou, “na sua falta, as comissões intersindicais, as comissões sindicais ou os delegados sindicais” terão de ser ouvidas…vilanagem!

A empresa deixa de ter de pedir autorização à ACT para reduzir ou acabar com o intervalo de descanso, do mesmo modo se passa com o mapa de horário de trabalho que se pretende deixe de ser obrigatório o seu envio prévio à ACT, a desculpa para esse procedimento por parte do governo ainda é pior que o soneto…”o envio do mapa do horário de trabalho não assegura a integridade do documento nem o escrupuloso cumprimento mesmo, facto que apenas uma acção inspectiva pode acautelar”…é fartar!

Quanto à autorização para alargar o período de trabalho, o pedido à ACT tem de ser feito por correio electrónico…e porque não, se já se encerram empresas e despedem trabalhadores por SMS…vilanagem!

Cem dias de um governo reaccionário, todos os dias com medidas de traição…só pode existir uma resposta: organizar, organizar, organizar, lutar, lutar, lutar, com determinação para colocarmos este governo no olho da rua.

Crónicas de Vasco Barreto

Anarquia nas marinhas de comércio, tráfego local e recreio




Contando que o nosso País tem como tradição o nacional-porreirismo e o desenrascanço a actividade náutica não podia fugir à regra.

É visível e palpável que alguns barcos da marítimo-turística têm por hábito navegar com excesso de lotação embora a situação tenha melhorado nos últimos anos. Quanto ao tráfego local e ao recreio continua uma desgraça.

Algumas pequenas lanchas que fazem a travessia para a ilha na jurisdição de Tavira parecem autênticos autocarros de passageiros. Na jurisdição de Olhão há pequenas lanchas da marítimo-turística com excesso de motorização. Na parte da tarde com o regresso das lanchas das ilhas na jurisdição de Faro, ficamos com a sensação de avistar-mos pequenos submarinos na medida que não se consegue ver os cascos mas apenas as pessoas de pé dentro de água tal é a carga a bordo.

Na medida que a policia marítima aparenta não se preocupar com esta situação é lógico e desejável que o Ministério do Mar decida obrigar a afixação das lotações das lanchas profissionais nos cascos, em locais bem visíveis, afim de alertar os próprios passageiros.


Vasco Barreto

Albufeira

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

100 dias de um Governo que afunda o país, em nome de uma dívida que os trabalhadores não contraíram



Uma pergunta? Será necessário esperar mais 100 dias para o colocarmos na rua?! Pensamos que é muito possível coloca-lo no fundo do caixote do lixo da história, se os trabalhadores decidirem nas ruas, nas praças, dizer bem alto que Não Pagamos! FMI Fora de Portugal! Por um Governo Democrático Patriótico!


De novo Fado, Futebol e Fátima... recuperados pela democracia burguesa...

Cavaleiros da Ordem do Infante Dom Henrique…


Uma carta de uma professora enviada a Cavaco Silva, ...que publicamos nestas páginas, é sui generis e excelente para mostramos uma situação deveras importante, as condecorações…há medida das conveniências ou medalhados a saldo…é fartar!

“Exmo. Sr. Presidente da República, Dr. Aníbal Cavaco Silva,

O meu nome é Catarina Patrício, sou licenciada em Pintura pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, fiz Mestrado em Antropologia na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, sou doutoranda em Ciências da Comunicação também pela FCSH-UNL, projecto de investigação "Dissuasão Visual: Arte, Cinema, Cronopolítica e Guerra em Directo" distinguido com uma bolsa de doutoramento individual da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

A convite do meu orientador, lecciono uma cadeira numa Universidade. Tenho 30 anos. Não sinto qualquer orgulho na selecção de futebol nacional. Não fiquei tão pouco impressionada... O futebol é o actual ópio do povo que a política sub-repticiamente procura sempre exponenciar. A atribuição da condecoração de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique a jogadores de futebol nada tem que ver com "a visão de mundo" (weltanschauung) que Aquele português tinha. A conquista do povo português não é no relvado. Sinto orgulho no meu percurso, tenho trabalhado muito e só agora vejo alguns resultados. Como é que acha que me sinto quando vejo condecorado um jogador de futebol? Depois de tanto trabalho e investimento financeiro em estudos?!! Absolutamente indignada.

Sinto orgulho em muitos dos professores que tive, tanto no ensino secundário como no superior. Sinto orgulho em tantos pensadores e teóricos portugueses que Vossa Excelência deveria condecorar. Essas pessoas sim são brilhantes, são um bom exemplo para o país... fizeram-me e ainda fazem querer ser sempre melhor. Tenho orgulho nos meus jovens colegas de doutoramento pela sua persistência nos estudos, um caminho tortuoso cujos resultados jamais são imediatos, isto numa contemporaneidade que sublinha a imediaticidade. Tenho
orgulho até em muitos dos meus alunos, que trabalham durante o dia e com afinco estudam à noite...

São tantos os portugueses a condecorar...e o Senhor Presidente da República condecorou com a distinção de Cavaleiro da Ordem do Infante Dom Henrique jogadores de futebol... e que alcançaram o segundo lugar...que exemplo são para a nação? Carros de luxo, vidas
repletas de vaidades...que exemplo são?!

Apresento-lhe os meus melhores cumprimentos,

Catarina”

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O país… que faz de conta


Com a populaça entretida a desancar o senhor Jardim, os seus comparsas do continente ensaiaram mais uma manobra de encobrimento dos seus próprios abusos.

Numa decisão com certeza concertada entre a coligação no Governo e o P”S”, os principais interessados, foi extinta a IGAL – Inspecção Geral da Administração Local e exonerado o seu chefe.

Na hora da despedida, este chefe máximo, conhecedor do volume e dos conteúdos dos processos em curso ou terminados sobre irregularidades na gestão autárquica, não deixou de desabafar o que lhe ia na alma, dizendo para a imprensa e para dentro do poder, “que a corrupção ganhou”.

Deduz-se de tão grave acusação, que estaria em cima da mesa matéria criminal de vulto que havia sido investigada e deduzida acusação sobre elementos da política que gerem as autarquias do país e, por extensão, funcionários de vários níveis.

Esta manobra da extinção e da exoneração, pela oportunidade e a par das afirmações de um cidadão responsável máximo por uma entidade fiscalizadora, não pode passar ao lado de uma investigação por parte dos órgãos superiores do Ministério Público (DCIAP).

Apesar do actual contexto, em que as forças do poder procuram controlar os fluxos de opinião que não concorram para o cumprimento das imposições da “troika”, estas declarações não passaram completamente despercebidas e levaram o responsável português pela Transparência Internacional, a considerar “um erro a extinção da IGAL e que nunca tinha visto grande empenho da ANMP (Associação Nacional de Municípios) no combate à corrupção”.

De pronto e sentindo-se alcançada, esta estrutura supra-municipal – a ANMP -, reage com ênfase às declarações de Luis de Sousa (TI), exigindo-lhe provas da falta de empenho…, enquanto o desaparecimento da IGAL e a profundidade das acusações do seu dirigente não merecem atenção e muito menos qualquer exigência de aclaração…

Sendo as autarquias um velho alvo de variadas afirmações públicas de corrupção, a atitude do Governo PSD/CDS, quando está em palco a gestão do seu principal partido no desbaratar dos dinheiros públicos na Madeira e quando as próprias autarquias vão implodindo uma a uma pelas mesmas razões – as dívidas estranguladoras -, deveria ter sido de proceder ao cabal esclarecimento, ao contrário da decisão para enterrar o trabalho de anos… de investigações com custos sobre o erário… e a necessidade de transparência na maior rede de intervenção partidária.

O clima de embaraço na gestão pública é notório. Os partidos da “troika”, PSD, P”S” e CDS, que sempre dividiram o poder, conduziram o país ao estado de pobreza em que está e se arvoram em salvadores roubando o povo e lançando a economia numa recessão prolongada e sem precedentes, neste episódio, mostram que têm muito a esconder… engrossando as desconfianças da população nas instituições e na forma como as manipulam…

No desmantelamento da IGAL não estarão razões economicistas…, não nos tomem por parvos, nem o grito lançado para a sociedade se pode perder na surdez do DCIAP…

Luis Alexandre

Crónicas de Vasco Barreto

Portimão é um laboratório de asneiras



O descalabro turístico desta cidade que já foi uma das grandes potencias económicas do Algarve, começou logo com a administração do presidente Gracias.

A extinção da descarga do pescado na lota velha; a transferência dos barcos do turismo para o cais comercial; a construção da marina no local errado e por fim a extinção da sardinha assada na lota velha foi a machadada final.

Construíram depois a marginal gay também com palmeiras como não podia deixar de ser. Os ignorantes autarcas nunca conseguiram perceber que a cidade não é afecta à hospedaria e não precisa de jardins e marginais às moscas. Portimão é uma cidade comercial e a baixa tem de funcionar em conformidade. Afecta à hospedaria é a Praia da Rocha. A lota velha era ampliada; o rio era dragado para dar acesso aos arrastos costeiros; a marina era fixada entre o pontão velho e o convento; os barcos do turismo operavam a partir da marina e a sardinha assada ficava no mesmo lugar. A outra banda do rio ficaria para os armazéns, amarração e estaleiro. Temos a baixa da cidade às moscas a olhar um rio já cadáver.

A ignorância acabou por matar uma potencia turística.


Vasco Barreto

Albufeira

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Dívida alemã ascende a 7 biliões de euros. Hipócritas!




Uma velha prática da arte militar é fazer fumo a leste para esconder o fogo que se ateia a oeste.

Essa prática está ser levada a cabo pelos principais actores – Sarkozy e Merkel – no palco da exigência do pagamento das “dívidas soberanas” e consolidação das economias no espaço dos países europeus que aderiram à moeda única, o euro.

Quer a Alemanha, quer a França, verberam países como Portugal, a Grécia e a Irlanda, sobre o estado a que os governos desses países levaram a dívida e incitam, antes impõem, que obriguem os seus povos, que nada tiveram a ver com esta dívida e nada dela beneficiaram, a pagá-la.

Sob o título “A verdade”, o jornal alemão Handelsblatt, publicou um artigo em que, baseando-se em números espantosos, põe termo ao mito da alegada parcimónia do Estado alemão quanto ao “despesismo” que condena, abundantemente, aos países considerados os elos mais fracos da cadeia capitalista.

Oficialmente, a dívida alemã seria, em 2011, de 2 biliões de euros. Mas isso é apenas uma meia verdade, porque a maior parte das despesas previstas com reformados, doentes e pessoas dependentes não foram incluídas nesse cálculo. De acordo com os novos números, a dívida real ascende a mais 5 biliões de euros, isto é, o seu montante será, afinal, de 7 biliões de euros!

Por conseguinte, a dívida da Alemanha atingiria 185% do seu produto interno bruto, e não os 83% oficialmente anunciados. Como termo de comparação, a dívida grega em 2012 deverá ascender a 186% do PIB da Grécia e a dívida italiana é actualmente de 120% (quando os especialistas consideram que o limiar crítico a partir do qual a dívida esmaga o crescimento é de 90%).
Desde que chegou ao poder, em 2005, Angela Merkel criou tantas novas dívidas como todos os Chanceleres das quatro últimas décadas juntos”, refere o economista principal deste diário económico. “Estes 7 biliões de euros são um cheque sem provisão que nós assinámos e que os nossos filhos e netos terão que pagar.” (in Presseurop)


O povo português, tal como os povos grego e irlandês, devem recusar uma dívida que não foi contraída por eles, nem foi contraída em seu benefício. Só a luta firme, constante e coerente poderá opor-se às manobras da burguesia em impor através dos impostos sobre os trabalhadores – directos ou indirectos -, através do ataque às conquistas pelas quais os trabalhadores lutaram por uma Saúde e Educação de qualidade e gratuitas, através da “financeirização” da economia e do aumento desmesurado das tarifas dos transportes, água, luz e gás, bem como do despedimento massivo de trabalhadores e do reforço da precariedade que as novas leis laborais, facilitadoras dos despedimentos, permitem, só essa luta impedirá que a burguesia alcance os seus intentos.

Despedir... reduzir... aposentar... trabalhadores da Função Pública, uma declaração de guerra



O Governou divulgou anteontem que tenciona reduzir em 50 mil o número de funcionários públicos até 2015,

Despedir, aposentar, são vários os processos que este governo irá ter em conta para reduzir o número de trabalhadores. O processo de redução pode ser feito de duas formas distintas mas complementares: empurrando os trabalhadores dos organismos extintos para a mobilidade especial, havendo assim um agravamento dos cortes salariais que poderá conduzir a pedidos de aposentação antecipada com elevados cortes na pensão ou pressionando os trabalhadores mais velhos, que ainda não têm a idade para gozarem de uma pensão completa a pedir a aposentação antecipada.

Ao governo da Tróica interessa que a redução do número de trabalhadores se faça pela via das reformas antecipadas com cortes nas pensões, antes de chegar ao despedimento, encostando assim com esta chantagem permanente, os trabalhadores para que aceitem o corte que não ultrapasse os 30% do valor do último salário, (funcionários com 55 anos de idade).

Assim o Estado pode substituir esses trabalhadores por outros, precários, que ficam a metade do preço!

A luta é determinante para impedir esta sangria no trabalho, que irá provocar também a diminuição dos serviços indispensáveis para as populações, já de si muitas vezes inadequados às necessidades do povo. Não pode haver hesitações contra esta autêntica declaração de guerra.

domingo, 25 de setembro de 2011

Ainda a dívida da Madeira...

O povo quer é saber quanto se deve, a quem se deve e porque se deve!



O devorador com bons amigos no continente... igualmente devoradores...





Éramos e vamos continuar amigos... o Jardim despesista e trafulha?... não lhe podemos atirar a primeira pedra...

sábado, 24 de setembro de 2011

Poemas de José Armando Simões

As Dívidas


Derrames de super-egos, deprimidos?
De políticos nos seus empregos, merecidos!


1.

Sobre a dívida da Madeira


"Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?"
(Catilinárias)

Jardim e Catilina... iguais provocações? Não!
Catilina foi valente, foi frontal!
Jardim foi cobarde... e desleal!

Pode ser que desta vez se trame, dado o vexame.


2.

Outro derrame sinistro dos super-egos
Foi com ex-ministro da Revolução dos Pregos
Quando a ética cedeu aos autos de notícia
Lidos em catadupa pelo mandante da Polícia.



José Armando Simões

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Onde pára o Ministério Público...

Administração Local: Inspector-geral diz que corrupção ganhou e é exonerado






Numa decisão com certeza concertada entre coligação no Governo e o P"S", foi extinta a IGAL - Inspecção Geral da Administração Local.


Na hora da despedida, o seu chefe máximo, conhecedor do volume e dos conteúdos dos processos em curso sobre irregularidades na gestão autárquica, não deixou de desabafar o que lhe ia na alma, dizendo para a imprensa e para dentro do poder, "que a corrupção ganhou".

Deduz-se de tão grave acusação, que estaria em cima da mesa matéria criminal que havia sido investigada e deduzida acusação sobre elementos da política que gerem as autarquias do país.

Esta manobra da extinção e da exoneração, pela oportunidade e a par das afirmações de um cidadão responsável máximo por uma entidade fiscalizadora, não podem passar ao lado de uma investigação por parte da cúpula do Ministério Público.

Mas como vivemos num país faz de conta e altamente controlado pelos aparelhos dos partidos parlamentares, o mais provável é o saco roto... da impunidade!


FORUM ALBUFEIRA
Enfermeiros: 65% são precários ou estão desempregados



De acordo com o estudo sobre a "Situação Profissional dos Jovens Enfermeiros em Portugal", da Ordem dos Enfermeiros, 65% dos jovens profissionais de enfermagem estão desempregados ou são precários.

Este estudo, que foi realizado entre 1.379 enfermeiros, concluiu que este ano 20% destes trabalhadores da saúde estão desempregados, o que representa um aumento de 1,3% face ao ano anterior, e 4,9% já estão a trabalhar noutras áreas.

Estes números demonstram bem as denuncias feitas pelos sindicatos ao longo dos anos, da falta de enfermeiros nos centros, postos e hospitais neste país, situação gravíssima que desmonta a falsidade dos país das maravilhas do anterior governo de Sócrates, que imprimiu uma política de ataque sistemático ao SNS, política, essa, que irá ainda agravar-se por este governo de Passos Coelho, bem visível pelos cortes consecutivos e cada vez maiores neste sector.

Portagens: as consequências da derrota…






Com as portagens em tiro de partida, o retrato de família dos seus apoiantes, dos que não concordam mas aprovam, dos que não aprovam mas votam favoravelmente, dos que se escondem atrás de propostas para o caixote de lixo e, em especial, daqueles que nunca se comprometeram de boca e escrita mas não assumem o compromisso para com a região, não parou de engrossar.

Mesmo com uma nova contestação na agenda, nos limites de cumprir um programa…, a capitulação das instituições de poder e a falta de empenho das figuras que se dizem representativas da região, fazem pairar um ar fúnebre onde as carpideiras se preparam para fechar o ciclo.

Com mais cobres prestes a serem arrancados dos bolsos dos algarvios, vão espalhar-se pela estrada toda a justeza da panóplia de argumentos levantados e que esbarraram na obstinação de fazer receita.

Todos os princípios e sobretudo o pagamento da enorme dívida para com os algarvios, que determinaram em longos anos a concretização da “Via do Infante”, vão ser rasgados e fazem regredir a região aos velhos congestionamentos da EN 125 e à abertura de mais sepulturas e traumatizados entre as famílias.

Ao Governo e aos seus agentes na região, particularmente aqueles que fundamentaram a sua cambalhota na condição da requalificação da EN 125 e na solidariedade do pagamento da dívida, esquecendo que dois terços da via são estrada nacional e a única digna desse nome, devem ser imputadas todas as responsabilidades sociais e políticas no futuro.

Tendo sido a questão das portagens o maior ponto de unidade dos algarvios nos últimos tempos e a frente de luta com mais tempo em curso, devemos reflectir as razões e as responsabilidades da causa… quase perdida…

As razões, de profunda raiz política, estão nas contradições e nos interesses tácticos e estratégicos dos dois partidos do bloco central, que agitam os problemas e os gerem no interesse da luta permanente que travam pelo controlo do poder. Todas as causas entram nesta voragem, nunca contando os verdadeiros interesses das populações.

Quanto à direcção actual da contestação, balbuciou a saída da desobediência civil… mas volta aos engarrafamentos.

Composta por partes da “esquerda” parlamentar que privilegiou o diálogo com quem não quer ouvir, esta desdobrou-se em projectos de lei para o lixo, retirando valor à mobilização em massa para a estrada, envolvendo todas as forças da sociedade civil, com particular importância para os Sindicatos, que são transversais e podem vencer os constrangimentos provocados pelo recuo das instituições oficiais e dos seus dirigentes.

No actual contexto de estrangulamento da actividade económica e financeira da região e quando os rumores de lentidão na requalificação da EN 125 são correntes, nem o próprio Governo sabe contabilizar as consequências das portagens…, sabendo que recairão sobre a população.

Chegámos a um ponto crucial da nossa vida colectiva e a questão das portagens tem um significado muito relevante, onde a vitória sobre o centralismo cego nos abrirá as portas para novas transformações…

Luis Alexandre