sábado, 31 de março de 2012

Crónicas de Vasco Barreto

Plantam palmeiras para enganar os turistas



A falta de vocação dos algarvios para operarem na área do turismo é uma coisa que impressiona o comum dos mortais. Alguns patos bravos da politica local conseguiram desfigurar as vilas piscatórias, destruir a orla costeira e colocar a província algarvia de rastos. 

Tinham fome de construção civil e o 25 de Abril veio saciar-lhes o apetite. Afinal o velho Salazar tinha razão, quando não os queria ver à porta. Já os conhecia de ginjeira. Depois de colocarem o Algarve de rastos viraram-se agora para as palmeiras como forma de iludir os turistas e convencê-los de que estão a passar férias numa zona tropical. 

O Algarve não tem clima tropical nem mediterrânico como apregoam alguns patos bravos da hotelaria. O clima algarvio é semi-tropical e atlântico. 

As Câmaras Municipais invadiram os jardins de palmeiras cubanas. Os hotéis cercaram-se de palmeiras marroquinas e qualquer novo rico tem uma palmeira ao lado da piscina. Esta onda saloia que está a varrer a província é uma ofensa à cultura dos algarvios. 

É preciso tirar o Algarve das mãos dos patos bravos. O governo central também não nos pode ajudar visto que foi ele que desfigurou Albufeira. Já não podemos confiar em ninguém. Estamos entregues à nossa sorte.
               

Vasco Barreto
Albufeira.

Vem aí segundo resgate e mais exploração


Em menos de 24 horas, Constâncio confirma o aumento do buraco da economia



A notícia do dia é sem dúvida a clarificação que o transfuga Victor Constâncio fez na reunião do ECOFIN, sobre o indispensável e previsto de longe, mais propriamente desde a assinatura do plano estratégico com a Troika. um segundo plano de resgate.

Este anúncio, concertado com o Governo, vem colocar três questões: a primeira, que existe um plano faseado para roubar os proveitos dos portugueses para pagarem a corrupção que levou à dívida; segunda, que as políticas do Governo falharam completamente, provocando mais assimetrias e dificuldades de resposta e, a terceira, que o falso partido socialista de António Seguro é um cúmplice consciente destes factos.

O que advém daqui, desta forma tímida de preparar os portugueses, é que as condições de vida vão piorar por mais um violento punhado de medidas que vão continuar a  assaltar os nossos bolsos.

As contradições na sociedade vão agudizar-se e os campos vão demarcar-se entre os órgãos do poder burguês e corrupto e os da imensa maioria do povo português que precisa de orientar-se por novas estratégias de libertação do colete de forças que nos arrasta para o fundo.

O derrube deste governo e dos seus serventuários está cada vez mais na ordem do dia! Para que imponhamos um Governo Democrático e Patriótico, que aplique um plano de defesa dos nossoa interesses como país independente!

sexta-feira, 30 de março de 2012

Banco de Portugal sempre foi uma peça charneira do sistema


Relatório da Primavera mostra como o Governo afunda o país



Sem desarmar, porque a propaganda é o suporte das suas políticas, o Governo PSD/CDS reage aos indicadores de quebra da economia, com a afirmação de que não estão longe das suas previsões e acoberta-se na opacidade de que o futuro será mais risonho.

Esta fuga para a frente desde o início do mandato, que já deu forma a promessas de várias etapas de progresso não alcançado, são a capa para o lançamento na opinião pública de que um novo resgate está a ser preparado, tal como mais medidas de repressão financeira da população.

No fundo, O Governo de traição nacional continua a trabalhar para a dívida fraudulenta a mando do imperialismo alemão e outros rapinadores (chamados na inofensiva linguagem oficial de mercados) e só tem como soluções medidas de intensificação da exploração. Os números e os prognósticos não enganam!

A quebra do consumo, o continuado desequilíbrio da despesa pública e da balança de pagamentos e a má execução fiscal conhecida, apesar dos brutais aumentos dos impostos e cortes salariais, dão forma à generalizada hemorragia dos rendimentos do Estado, das empresas e das famílias. A curva descendente vai empurrar o país para décadas de pobreza se não a travarmos.

No entretanto, o Governo que já havia anunciado meios financeiros para as polícias, também preparou um Orçamento Rectificativo onde inclui meios para as Forças Armadas, não vá o idiota do Otelo incendiar algum rastilho…

Sobre a oposição, que chafurda num parlamento que ninguém ouve ou respeita pela inutilidade e compadrio, o senhor Seguro e o P”S”, que não estiveram em nenhum acto de rua de contestação, continuam fiéis à assinatura do papel miserável deixado pela Troika, que vai, dia a dia, mês a mês, condenando os portugueses ao desemprego, à fome e à miséria.

Quanto ao Banco de Portugal e ao desacerto de números, não nos iludamos, porque por trás estão as velhas concertações, em nada diferentes daquelas que foram estabelecidas entre o Governo de Sócrates e Victor Constâncio.

Esta concertação é com certeza o pano de fundo das novas medidas económicas de carácter repressivo que o Governo sabe ter de vir a tomar.

É só aguardar, porque o se o fumo está por toda a parte…


 Luis Alexandre  

quinta-feira, 29 de março de 2012

Atenção a notícia do "CM" deste fim-de-semana


Executivo PSD foi o pior para o comércio, teve cúmplices e tomou mais uma decisão lesiva


Caros leitores, factos bastante graves vão ser denunciados no jornal "Correio da Manhã" do próximo fim-de-semana.

Trata-se de mais uma manobra do executivo contra as forças económicas e sociais do concelho. Na ânsia de se salvar, olhando apenas para a sua falta de liquidez, o executivo autorizou uma actividade verdadeiramente lesiva do concelho.

Por deontologia, não vamos desenvolver o assunto mas recomendamos atenção às páginas deste jornal nos dias do fim-de-semana. Fica a promessa que o FORUM ALBUFEIRA não deixará de fazer o devido comentário político em profundidade, como é seu timbre.

Segunda-feira abordamos o assunto e na terça-feira, dia de sessão pública de Câmara, não deixaremos de o abordar. Só que o responsável autárquico há mais de um ano que não dá a cara. E ainda andam preocupados num tacho para tal artista...


FORUM ALBUFEIRA

Freitas renovado, (ainda) é quem manda no P"S" distrital



Miguel Freitas defende os polvos



Enquanto o opositor Mendes Bota anda entretido a convencer a opinião pública algarvia sobre a sua retórica atrasada sobre petróleo no Algarve, o discreto Miguel Freitas encontra matéria crítica no isco da apanha dos polvos.
Um problema que é justificado com perdas de toneladas na captura do molusco e depois de reuniões com pescadores, o deputado do P”S” abre a boca para intervir num assunto que se arrasta e a prova está nos números que apresentou para a retardada preocupação.
Igualmente deputado, só que na representação do poder central nas mãos do seu partido, o senhor Freitas não abriu a boca para os problemas da sobrevivência dos polvos.
Enquanto poder, que aliás continua a deter em termos regionais no partido, tratou mais do polvo para o controlo do aparelho do Estado na região, não fazendo nada pelos problemas concretos que se agravaram como é do conhecimento de todos.
No rescaldo da governação de que foi representante, o Algarve apresenta-se como a região do país em maior grau de deterioração social e económica, aprofundada pela gestão do Governo de Coelho e Portas, a quem continuam ligados pelo umbigo do acordo de traição nacional imposto pelo imperialismo alemão e aliados reunidos na troika.
Miguel Freitas, mais um parasita da política, fala do que nunca falou mas, sobre os problemas estruturais da região algarvia, apenas se limita a fazer deles armas de arremesso na prolongada luta pelo retorno aos tachos do poder.
As pessoas sérias que se reviram nas promessas não cumpridas do falso partido socialista, onde militam milhares de Miguéis, têm de perceber o logro em que andaram!

quarta-feira, 28 de março de 2012

Trabalhadores ficam sem tecto

Mais de 7.000 casas entregues à Banca

Enquanto quase sete mil imóveis foram entregues aos bancos em dação em pagamento por famílias e por promotores imobiliários em 2011, em resultado do incumprimento nos créditos à habitação e à construção - segundo estimativas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP),associação que representa o sector imobiliário, "cerca de 6.900 imóveis foram entregues em dação em pagamento" -, milhares de trabalhadores e suas famílias ficam sem tecto.

Estes números são bem indicadores do agravamento substancial das condições de vida dos portugueses, afectando principalmente os agregados familiares de trabalhadores. Muitas destas famílias têm elementos seus desempregados, atingindo muitas das vezes os dois elementos do casal.

Segundo os mesmos números, só no mês de Dezembro foram entregues 1.100 imóveis, o que representa "o pior resultado do ano transacto e substantiva-se como o corolário de um segundo semestre extremamente difícil, em que o agravamento homólogo deste fenómeno se situou em torno dos 17,9 por cento".

As mesmas estimativas da APEMIP indicam que as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram 45,2 por cento do número total de imóveis entregues no ano passado, sendo que dos 10 municípios mais penalizados em termos nacionais, apenas três - Loulé, Ponta Delgada e Braga - não pertencem a estas duas regiões. Estes números foram acompanhados por uma quebra de 7,2 por cento do número de transacções no sector imobiliário, face a 2010.

Mas estes indicadores mostram a perversidade da actual situação de aumento de desemprego, miséria e fome, porque no que respeita ao parque habitacional português, os resultados preliminares do Censos 2011 indicam que, entre 2001 e 2011, foi registado um crescimento de 37,6 por cento dos alojamentos vagos para arrendar, com o total dos espaços arrendados a ter crescido 6,3 por cento face à viragem do século.

Ao mesmo tempo que milhares de famílias ficam sem tecto, este governo prepara-se para aprovar uma lei dita de incentivo ao arrendamento que irá, se vier a ser executado, provocar mais despejos de inquilinos constituídos primacialmente por famílias pobres. Roubado o salário, roubado o trabalho, roubada a pensão, rouba-se o tecto, é esta a política de traidores por parte deste governo Coelho/Portas.

O direito à habitação consagrado na Constituição desta república burguesa é ele também um verbo-de-encher. Aqui também a Constituição está suspensa, mostrando como sempre dissemos... que de palavras bonitas inscritas no papel está o inferno cheio!

A resposta a esta ofensiva dramática de aumento da miséria e fome sobre os operários, dos trabalhadores em geral, tem um destinatário: este governo de vendidos, de serventuários dos ditames da Tróica. Por isso está demonstrado à saciedade a razão do nosso partido quando afirma que para derrotar estas políticas de traição, é incontornável que os trabalhadores e o povo derrubem este governo fantoche e imponham, em alternativa, um governo que aplique um programa democrático patriótico capaz de satisfazer as necessidades e anseios de todas as camadas populares.

Obras de requalificação da EN125 paradas



Macário, confessou que sabia das razões



Mostrando que continua a ser uma voz privilegiada das políticas centralistas, Macário Correia, confrontado com a falta de dinheiro dos cofres centrais que não podem garantir o financiamento das obras em curso em vários troços da EN125, revelou conhecer os problemas, sem apresentar qualquer contestação.
Com a execução financeira do Estado em queda pelas políticas praticadas de recessão e desemprego, a que se junta a falta de receitas de circulação na Via do Infante, provavelmente pensadas para custear parte destas obras, quem vai continuar a pagar os efeitos negativos são os cidadãos algarvios.
O Governo de Coelho e Portas, apoiados pelos seus lacaios regionais, não hesitaram em taxar a única estrada nacional que serve longitudinalmente os algarvios e as empresas aqui instaladas, debaixo da promessa de que acabariam as obras na rua EN125.
Levaram a sua medida por diante com o apoio do falso partido socialista e da inofensiva oposição da comissão de utentes que sempre soube ao que andava e, agora, não têm qualquer escrúpulo em ir adiando as prometidas obras.
O que passou na imprensa é que a interrupção poderá chegar à Páscoa, não dando quaisquer garantias aos algarvios do seu recomeço. Macário, presidente da AMAL, essa inutilidade para a população, e presidente da Câmara da capital algarvia, assinou por baixo.
O que sabemos é que, com o aumento de tráfego na Páscoa e a época estival à porta, iremos constatar a trágica realidade do aumento dos acidentes, com o seu cortejo de feridos e mortes.
Claro que nenhum político desta praça de irresponsabilidade vai dar a cara pelo que inevitavelmente vai acontecer. Todos conhecem as condições da EN125 e viram a cara para o lado. E os algarvios vão continuar a avalizá-los politicamente?

terça-feira, 27 de março de 2012

Mudam os ministros, a mesma inércia



Agricultores contestam falta de respostas à seca





 Com uma grave seca em curso no país, os agricultores repetem as velhas queixas de falta de respostas atempadas que os deixam expostos aos prejuízos. Mudam os Governos e os ministros da pasta da agricultura, mas não mudam as práticas.

No Algarve, o cenário não foge ao protesto nacional e até é apelidado de tragédia. Um Governo em posse desde o princípio do ano passado, apercebeu-se da seca como os que a sofrem nos campos. Só tardiamente acionou os mecanismos de recurso aos apoios da UE, os mesmos que são dirigidos aos agricultores dos outros países membros.
A doutora Cristas, que fez ouvidos de mercadora sobre os apelos vindos do sector que dirige, não vendo uma pinga de água para os pastos e para as culturas, só em Março anunciou um dossier a levar junto da Comunidade.
Tal dossier, que prevê ajudas para muito depois dos factos arrasarem as economias dos atingidos, mostram a indiferença do Governo, a incompetência da ministra e o papel subalterno que Portugal ocupa nas decisões da Política Agrícola Comum (PAC).
A senhora ministra, conhecedora do descontentamento que lavra neste sector que dirige, decidiu, contudo, vir cortar a fita de um acontecimento aparentemente inofensivo, no Arena de Portimão e tem o pomposo nome de “Feira Algarve Genuíno”.
Vamos adivinhar que discurso fará: “O Governo PSD/CDS não é culpado da falta de chuva e nem da falta de dinheiro…”. A culpa é do Governo anterior que devia prever todas estas situações. Nós tardámos em reagir, porque esperávamos dia após dia que chovesse…, quando comprovámos que não chovia, resolvemos falar com os afectados para percebermos o que pretendiam…”


segunda-feira, 26 de março de 2012

O povo não desarma


Membros do Governo são vaiados quando saem da redoma



São já vários os membros deste Governo traidor que quando se atrevem a sair dos gabinetes, experimentam o calor da revolta popular que assume ainda a forma de apupos.

O último a viver a experiência foi o nosso primeiro, que foi vaiado pela massa popular. Falam nos congressos, colóquios e conferências para os abutres, mas sempre debaixo de forte escolta.

Inauguram hospitais, depois de encerrarem serviços de saúde à população, moderam as taxas... sempre para cima, fecham escolas e despedem professores e cortam apoios aos estudantes carenciados, deixam ao arbítrio os lucros das gasolineiras, da EDP e muitos dos serviços públicos, onde se incluem as taxas das autarquias falidas e mendigantes, roubam salários e os subsídios aos desempregados e famílias e acham que o povo não tem capacidade para analisar a quem servem estas políticas.

Com a degradação das condições económicas da população, os próximos tempos vão ser de clausura para este Governo e os seus lacaios. Vão ter cada vez mais medo de por o nariz de mentirosos de fora...


FORUM ALBUFEIRA

sábado, 24 de março de 2012

Mais umas golpadas nos dinheiros públicos...



Parque Escolar: o P”S” no seu melhor



Com mais uma frente política em despesismo ostensivo, foram precisos oito meses de novo Governo para detectar mais um devaneio ao estilo do P”S”. Tantos órgãos de fiscalização do regime, para nada!
Para os que têm memória curta, lembramos a desastrosa gestão dos arregimentados do falso partido socialista, quando também lideraram as cadeiras da Expo 98.
Mar da Palha e os avultados dinheiros públicos para pagar derrapagens sem fim, ficaram em troca de acusações dos mesmos actores (PSD e P”S”), que se têm revezado em gastar sem culpa. A seguir vieram os Programas Polis, também produto da imaginação sem limites dos quadros do P”S”, com distribuição generosa por todos os matizes do espectro.
O caso da Parque Escolar, é mais um “dejá vue”, não só da incompetência organizada mas do oportunismo organizado.
Golpes atrás de golpes, foi o país afundando. Talvez o slogan mais famoso do P”S” tivesse funcionado para calar os críticos: “Quem se mete com o PS leva”!
No caso da Parque Escolar e da sua gestão contra os interesses do país, voltou a funcionar uma santa aliança de interesses, de conivências e encobrimentos, mais do que medos!
O caso da Parque Escolar é mais um daqueles flagrantes em que devemos meditar, sobre o profundo estado de degradação da democracia parlamentar burguesa e de como as suas instituições, na alternância de poder, foram destruindo os recursos e a estrutura económica e social do país, até à mais grave crise de sempre.

sexta-feira, 23 de março de 2012

O Algarve precisa de um novo projecto de associação de comércio e serviços



Estalou o verniz dentro da ACRAL



O jornal online “Observatório do Algarve”, depois de estar alguns dias engasgado, reabriu as suas páginas com a história trágica anunciada das cavalgadas jornalísticas desta associação e da sua direcção.

Tudo o que havíamos denunciado, numa miscelânea de interesses e jogadas que até se admite agora não cumprirem a ética, os estatutos e a legalidade, provocaram uma verdadeira hecatombe no interior da ACRAL, com as suas figuras em luta aberta a partir de diferentes trincheiras.

O OdA, na sua primeira página, põe os associados desta associação em estado de alerta, Vale a pena ler, acompanhar e pedir… mais esclarecimentos.

Há muitos rabos ao léu, misturados com cartões de crédito… e os tais 537 mil euros que andaram a passear numa conta privada…

Esperemos pelos próximos episódios!


Forum Albufeira

Nota: Curiosamente, os dirigentes locais (Albufeira) desvalorizaram o conhecimento dos factos, porque eram coisas menores e controladas... afinal, há muitos passarões no ar...

quinta-feira, 22 de março de 2012

O capital e o Governo Têm medo



Standard & Poors faz o frete em dia de Greve Geral


 Quando o Governo e os sectores do grande capital que representa são postos em causa pela Greve Geral, vaiados na pessoa de Passos Coelho e obrigados a lançar os esbirros da polícia contra os trabalhadores grevistas, a contra-propaganda foi devidamente montada.

Uma agência do grande capital que tem perseguido o país, intimidado o seu povo e sido intermediário nos juros fraudulentos sobre uma dívida igualmente fraudulenta, resolve em dia de Greve Geral contra o desemprego, o roubo dos salários e subsídios e o desinvestimento na economia, vir dizer que Portugal está no bom caminho.

Esta manobra de propaganda capitalista tem como objectivo continuar a manter o clima de medo que levou centenas de milhares de trabalhadores a hesitarem em mostrar o seu descontentamento.

A esta agência de vigaristas, juntou-se a voz de um dos maiores capitalistas nacionais, de seu nome Ricardo Espírito Santo, que terá sido também o escolhido para porta-voz insuspeito (?!) do grande capital, avalizando as políticas do Governo PSD/CDS.

A Greve Geral na dimensão que teve, com mais ou menos milhares, não deixou de ser um acto de reacção das partes mais avançadas da sociedade portuguesa e provocou medo nos sectores do poder em Portugal.
O Governo reacionário de Coelho e Portas receberam o aviso, cientes de que continuam a preparar ainda mais medidas gravosas sobre o povo português e que este não vai continuar de braços caídos.

O dia 22 de Março foi um dia de avanços e não de derrota! O Governo recorreu aos golpes mas estão igualmente condenados! A consciência dos portugueses ganhou novos desenvolvimentos.

VIVA A GREVE GERAL DE 22 DE MARÇO!

 
Os primeiros números relativos à greve indicam que se verificou uma enorme adesão a nível nacional em vários sectores de actividade, principalmente, no sector dos transportes, demonstrando mais uma vez a grande combatividade que estes trabalhadores têm imprimido nas suas lutas. Na CP, as últimas informações disponíveis mostram que muitos serviços mínimos não estão a ser cumpridos, e a adesão à greve foi de 100%, os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa paralisaram completamente a circulação, os barcos da Soflusa e da Transtejo ficaram impedidos de atravessar o rio Tejo por causa da enorme adesão dos seus trabalhadores. No Metro Sul do Tejo, das 25 composições só estavam a circular cinco. No Porto, mais uma vez os trabalhadores dos STCP paralisaram a 100%, visto que apenas na estação de Francos saíram somente três autocarros que recolheram apressadamente, por terem sido alvo de apedrejamentos e lançamento de ovos por parte de populares, e os transportes municipais de Barreiro, Portalegre e Aveiro paralisaram a 100 % e em Coimbra a 65%.
 
... na recolha do lixo da Câmara Municipal de Lisboa, onde o piquete de greve  impediu durante horas a saída de vários veículos – os que saíram, cerca de 30, tiveram de voltar à base, porquanto os cantoneiros aderiram em massa à greve.

No Metro de Lisboa, ... as primeiras horas de paralisação, começaram com o corte de energia efectuado por trabalhadores afectos ao SINDEM, fazendo com que a circulação parasse completamente.

Nos CTT,em Cabo Ruivo, onde se encontrava um grande piquete de greve, (só 30% das estações de correios estão em funcionamento), na Carris de Cabo Ruivo e Musgueira, onde a polícia actuou reprimindo o respectivo piquete, na TAP e no Hospital de Santa Maria (mais de uma dezena de hospitais encontra-se paralisado a 100%), em todos estes palcos da luta, ... constatou-se que os trabalhadores estão cientes de que é necessário redobrar de intensidade a luta e reforçar a organização do movimento operário, para contrariar as políticas terroristas deste governo de traição nacional.

Fica também demonstrado que a luta dos operários e dos trabalhadores em geral precisa de colocar como seu objectivo político estratégico o derrube do governo Coelho/Portas ao serviço dos ditames da Tróica e do imperialismo germânico. E, ao mesmo tempo, impor a alternativa de um governo de unidade democrático patriótico.

Histórias do Álvaro

 

O MINÉRIO DE MONCORVO E O MINISTRO MENTIROSO

 


 
Há, no governo de traição nacional PSD/CDS, um ministro obscenamente ridículo, chamado Álvaro dos Santos Pereira, para cima do qual já todos os membros do governo expeliram sólidos e molhados, com especial relevo para o primeiro-ministro Passos Coelho, o ministro dos negócios estrangeiros Paulo Portas e o ministro das finanças Vítor Gaspar, sem que o homenzinho tuja nem muja.

O Álvaro, como até há pouco tempo pedia para ser chamado, licenciou-se em Coimbra e acabou docente numa universidade em Vancouver, no oeste do Canadá, onde, sem saber nada do que se havia em concreto passado na sociedade portuguesa nos últimos quinze anos, mesmo assim escreveu, e publicou em Abril de 2011, um livro intitulado Portugal na Hora da Verdade – Como Vencer a Crise, com o qual se propunha salvar a parvónia.

Uma vez eleito, Passos Coelho, em quem nunca se notou que abundasse alguma ideia acertada, foi buscar este novo D. Sebastião ao off shore canadiano do Pacífico e pespegou com ele na pasta da Economia, criando para o sujeitinho um super-ministério que englobava, além da economia propriamente dita, os transportes e comunicações, a energia, os subsídios europeus, as obras públicas e o emprego.

O Álvaro era, então, a grande aposta de Coelho, pois o Álvaro, com aquela incontinência verbal que todos os portugueses hoje conhecem, havia escrito na portada de um dos capítulos da sua bíblia redemptora: “Chamem-me o que quiserem, mas esta crise é o melhor que nos podia ter acontecido”...

Ora, este jaleco que parecia disposto a comer crises ao pequeno-almoço, começou por pretender endireitar o país mediante a liquidação do sector dos transportes, manobra que suscitou a mais férrea das resistências dos trabalhadores do sector e dos utentes do serviço, resistência que ainda hoje continua e que liquidou completamente o D. Sebastião de Vancouver, que está já de patins calçados para o regresso à universidade de Simon Frazer.

Quando ficou totalmente isolado na tentativa de aplicar em Portugal o trabalho forçado (meia-hora de trabalho diário não pago), o Álvaro lançou e pagou nos meios de comunicação portugueses e espanhóis a famigerada campanha do Minério de Moncorvo: mil milhões de euros de investimento imediato da empresa anglo-australiana Rio Tinto, com 2.000 postos de trabalho directos e alguns seis mil indirectos!

Foi no dia 21 de Outubro de 2011, por altura da marcação da greve geral nacional de 24 de Novembro, que o país acordou em alvoroço com o anúncio da nova corrida ao ferro.

Nos dias seguintes, o Álvaro anunciou uma nova corrida ao ouro, com a abertura de novas minas e a reabertura de velhas, como a de Jales; mas também uma nova corrida ao volfrâmio e uma outra às pirites alentejanas!...

Para um país que naquela data tinha atingido o nível máximo de desemprego, ficou toda a gente excitada com a conferência de imprensa sobre a reanimação da indústria mineira, apregoada pelo ogro de Vancouver.

Diga-se, de passagem, que as serras de Moncorvo e Reboredo, em Trás-os-Montes, contêm no seu seio as maiores reservas de minério de ferro da Europa.

Realidade essa que sempre foi escondida aos portugueses, como é apanágio da política dos imperialistas, que ocultam aos povos as riquezas de que são donos, até que as possam abocanhar.

Há mais de quarenta anos que as forças democratas têm chamado a atenção para as nossas riquezas mineiras, e, no caso das Minas de Moncorvo, para o crime económico que representou o encerramento da exploração em 1986, por força das negociações para a entrada na Comunidade Económica Europeia, a então CEE.

Avaliando por baixo o valor de uma jazida de ferro que nunca foi devidamente avaliada, os recursos das Minas de Moncorvo e Reboredo, segundo cálculos da Direcção-Geral de Geologia e Minas (hoje, Direcção-Geral de Geologia e Energia) serão de 552 milhões de toneladas de minério, o que, à cotação actual mundial de 150 dólares (125 euros) por tonelada, representa qualquer coisa como 69 mil milhões de euros, cerca de 40% do produto interno bruto português.

Em Moncorvo, os depósitos de ferro existem e são os maiores de todo o continente europeu, ainda que o teor de ferro no minério não seja o maior.

O certo é que, depois do foguetório subsequente à conferência de imprensa promovida pelo Álvaro em Outubro do ano passado, nunca mais ninguém falou no mega-investimento da Rio Tinto, ainda que já naquela altura se soubesse que os direitos de exploração das minas da Torre de Moncorvo tinham sido concedidas pela Direcção-Geral de Geologia e Energia não à Rio Tinto, mas à MTI-Minning Techonology Investments, pelo período compreendido entre 2011 e 2070.

Esta concessão do couto mineiro da Torre de Moncorvo por sessenta anos foi feita nas costas do povo português, ocultando-lhe os valores em causa. Sabe-se muito bem que o sigilo destes negócios é uma imposição das práticas criminosas de corrupção; mas o que não se compreende é como se calam os partidos da oposição parlamentar, pois os seus deputados nunca obrigaram o governo a vir ao parlamento explicar estas negociatas...

A inacção dos deputados da oposição só pode significar que as negociatas também corrompem os partidos parlamentares que não estão no poder.

Como, nos últimos cinco meses, ninguém falou mais nos minérios de Moncorvo, e tendo atingido entretanto o desemprego máximos históricos, o Jornal de Noticias, diário nortenho de maior circulação, entrou em contacto com a empresa Rio Tinto, a qual negou qualquer perspectiva de investimento no Leste transmontano e, com o azedume conhecido dos capitalistas saxónicos, lá foi acrescentando que “não comenta especulações da imprensa portuguesa”, ficando-se todavia sem saber quais serão afinal as especulações da imprensa que a Rio Tinto comenta...

O Jornal de Notícias dirigiu-se então ao ministério do Álvaro, para saber o que se passava, e a resposta foi esta: “Não temos qualquer comentário a fazer”.

Chamem-me o que quiserem – pediu o Álvaro a fls 536 da sua vulgata de Vancouver, lembram-se?!

Nós, aqui e por agora, vamos chamá-lo apenas de ministro mentiroso, para não repetir nas páginas de um jornal comunista o que lhe chamam os trabalhadores e os passageiros do sector dos transportes, porque não seria curial ofender aqui a mãezinha do cavalheiro...