sexta-feira, 30 de julho de 2010

Obras no caneiro em Agosto?


Foto, Portugal, Faro, Albufeira, Avenida da Liberdade

O executivo da Câmara Municipal só pode estar a brincar com os comerciantes quando decidiu programar as obras de intervenção no caneiro da ribeira das Ferreiras, no troço que atravessa toda a Av. da Liberdade, para esta altura. Fê-lo sem avisar e anula um parque de estacionamento vital e insuficiente, para ali autorizar a instalação do estaleiro de obra.

De facto anunciadas há alguns meses pelo presidente, nunca se imaginaria que as intenções camarárias fossem tão longe no timing escolhido e a coberto de mais uma esfarrapada desculpa: o estado lastimoso de conservação a que deixaram chegar o caneiro.

No decorrer do famigerado Programa Polis/Câmara, para além da abordagem do assunto, foi feito um trabalho de análise às condições de sustentabilidade do caneiro que devem ter produzido as afirmações que são agora usadas como argumentos pelo executivo, para pretensamente justificar a deslocada “urgência”.

Esta matéria que esteve em cima da mesa, sabê-mo-lo da boca dos responsáveis por tal Programa, acabou por não ser tratada com a tal urgência, como se o eminente descalabro das estruturas não tivesse sido a conclusão.

Na altura, ficou-se a saber que a extensão do caneiro estava obstruída, contribuindo consideravelmente para as inundações que vitimaram Albufeira. Nada foi feito e depois do jogo da sorte dos últimos dois invernos em que a Câmara se manteve distraída, aparecem agora no atropelo, não cumprindo as regras mínimas de um serviço público, discutir com os populares e comerciantes afectados.

A pressa agora revelada, que merece ser discutida, não foi, contudo, demonstrada para cumprir as promessas de edificar o Parque de estacionamento no topo da Av. da Liberdade, prometido para estar pronto no princípio do Verão de 2007 e que tem promessa renovada para começar em Outubro deste ano.


FORUM ALBUFEIRA

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A vitória de uns e a hipocrisia de outros


A luta da APED à volta dos horários de abertura total ao fim-de-semana e feriados, teve o fim esperado, promulgado em lei na semana passada e despoletou o habitual arrazoado das carpideiras.

A APED, traçou uma estratégia para uma luta que sabia à partida ser prolongada e para a qual tinha de conquistar a assinatura dos políticos, o adormecimento da opinião pública e a diluição da contestação ténue e formal das associações do comércio.

No decurso dos anos passados, entre a abordagem e a confirmação, fecharam milhares de pequenas e médias empresas, limpando o mercado a cobrir e a carteira de sócios das associações, aliviando o peso social e político da inércia dos seus dirigentes.

Entre o trabalho de uns e o deixa andar de outros, fica exactamente o espaço de conluio que permitiu o preto no branco, onde nada foi feito pelas associações para além das teatrais declarações formais que assumem maior pompa necrológica diante do facto consumado.

Cabem neste contexto, a nível nacional a Confederação Geral do Comércio, curiosamente dirigida pelo insolvente algarvio Dr. José António, presidente da ALICOOP e ALISUPER e, a nível local, a não menos falida, pelo menos social e politicamente, ACRAL.

A APED fixou os seus objectivos e fez o que lhe competia para os concretizar, levando a efeito iniciativas de carácter vincadamente político nas sedes próprias, bem como inquéritos à boca das caixas de saída onde o público, sem constrangimentos, respondia afirmativa e maioritariamente no sentido do apoio à abertura sem limites.

A leitura da realidade, face à incapacidade das associações em se moverem na pressão e na mobilização das suas forças à volta da justiça dos seus argumentos, levou ao desfecho sem luta.

A agonia do mercado das pequenas e micro empresas que polvilham o Algarve, que vão desde o excesso de grandes superfícies ao simples problema dos custos dos abastecimentos e mercadorias, dos custos do dinheiro para investimentos ao peso dos impostos, da perda de liquidez das famílias envolvidas no desemprego e precariedade no trabalho aos custos da sazonalidade e dos contratos a prazo, há muito que relativizaram a questão da abertura dos hipermercados aos domingos e feriados.

Os problemas graves citados que não tiveram respostas associativas, como se não os conhecessem, diminuíram o problema da conseguida abertura política para o sucesso dos associados da APED. Mais uma vez, as centenas ganharam aos milhares e porquê?

Perante mais uma derrota para o médio, pequeno e micro comércio, que as direcções das associações têm de assumir como sua e das quais, no actual contexto, não há nada a esperar a não ser ladaínhas, a vigência de lei e os argumentos usados pela APED, de criação de muitos milhares de postos de trabalho, têm que entrar nas exigências de fiscalização das entidades oficiais.

É claro que estes factos em Portugal, onde o mercado da grande distribuição ainda tem margem de crescimento, obedecem a uma estratégia de limpeza e ocupação dos espaços e deixa as grandes companhias em boa posição para quando as novas tendências e técnicas exigirem outro tipo de organização e intervenção.

Afinal, se olharmos para o quadro político que tomou a decisão em tempo estival e quando a população em geral está ainda sem reacção ao estado de choque dos problemas mais gerais que lhe criaram, veremos que ele se estende pelas associações adentro, pelo que a hipocrisia é a única resposta.


Luis Alexandre

terça-feira, 27 de julho de 2010

Águas revoltosas



Aproveitando a azáfama estival do tecido social e económico do concelho, o executivo camarário, como se nada de importante se passasse, pôs em marcha o seu golpe de fazer sair os recibos da água com os aumentos astronómicos decididos em sessão camarária de 18 de Maio.

Quem acompanhe as actas das reuniões camarárias, passava pelo título mas, se quisesse obter informações, a acta em questão não as dá!

A nova tabela de preços da água não foi apresentada e a própria proposta não vem do presidente, nem do vereador do pelouro, para ser posta na mesa pelo Departamento de Obras, embrulhada numa série de justificações e aprovada por unanimidade.

O concerto deste aumento brutal do custo de um bem público, apropriado ao longo dos anos pelos esquemas da concertação partidária, teve pormenores de representação política, dado que foi aprovado por cinco vereadores do PSD, com a ausência estratégica do presidente, em passeio na Grécia, para uma reunião de Cidades com Marinas, como se a de Albufeira tivesse papel importante no contexto económico da cidade que justifique a ausência do presidente, quando está em cima da mesa um tema de grave impacto na vida das pessoas e das empresas.

Esta fuga a dar a cara, teve sequência por parte do vereador do PS, David Martins, conhecedor antecipado da Ordem de Trabalhos e na posse dos pormenores, avisa por email a sua ausência sem que tenha avançado o seu substituto, como é habitual.

Numa análise mais atenta, PSD e PS, cada um à sua maneira, perante o incómodo da questão e com medo das reacções populares, prepararam cenários que fizessem passar o assunto sem grandes convulsões políticas, no momento em que se agudiza a luta pelo poder nacional e as imagens públicas têm de ser acauteladas.

Desde sexta-feira, na aproximação da data de liquidação deste serviço público, que muitos populares, principalmente reformados, de parcos recursos, se vêm manifestando aos balcões da Câmara e o descontentamento está a generalizar-se pelo concelho.

Enquanto o povo protesta sem direcção, o triunvirato + 1 do PS, na sua habitual hipocrisia colaboracionista, vem a público protestar contra a medida depois de esta ser um facto passado a decisão com o seu total conhecimento.

O cheque em branco sob a forma de maioria absoluta, dado a Desidério Silva e ao PSD, até ao fim do mandato, ainda vai trazer mais dissabores, na tentativa de sacarem os fundos necessários para taparem os buracos financeiros criados com a sua gestão despesista e um forte espírito de concelho novo-rico.

O aumento agora aplicado sobre a água de primeira necessidade, cujos serviços e preços deveriam estar debaixo do total controlo e protecção do Estado, vão agravar as condições de vida de uma parte muito importante da população do concelho e das suas empresas.

O Estado tem dinheiro para alimentar tantas empresas da sua órbita que vivem permanentemente no vermelho e não o faz com um recurso natural vital porquê?

Esta medida anti-popular e oportunista, não pode passar em claro e terá as suas consequências políticas no futuro.

FORUM ALBUFEIRA

segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Algarve a reboque do acaso?



O secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, perante afirmações e polémicas públicas sobre o desenrolar do ano turístico no Algarve, proferiu declarações de adiamento do balanço, afirmando a importância do novo fenómeno da conjuntura, o “late booking” (reservas atrasadas).

Há poucos dias, o Algarve foi palco de um desencontro de números da ocupação turística, entre os responsáveis da ERTA e da AHETA, homens de cores políticas diferentes cujas trocas de acusações reflectem o pano de fundo da luta política pelo poder nacional, onde o diferencial, entre a opinião de subida de um e de descida de outro, atingia mais de 25%.

A opinião veiculada por Bernardo Trindade, teria esta convulsão no subconsciente e sem se imiscuir, não dando prova de fraqueza e numa atitude de Estado, atreveu-se a prever que 2010 será tão bom como 2009.

Conhecidas as contradições sobre os resultados do ano transacto, com o Governo e a AHETA a travarem-se de razões tendo a realidade de um ano mau como pano de fundo, a presente constatação do secretário de Estado, só pode configurar um 2010 ainda pior.

Quase a fechar o sétimo mês do ano e faltando apenas dois meses e meio de época turística, nunca os valores de venda da ocupação foram tão baixos e nunca as promoções foram tão longe, vulgarizando o Algarve ao nível de países com piores estruturas de acolhimento.

A idiossincrasia que está por trás do “Programa ALLGARVE”, de projectar a região a outro nível, precisava de ter sido acompanhada de um reclamado plano específico para o Turismo.

O Governo assim não o entendeu, não mudou os habituais canais e verbas de intervenção e os resultados do ano turístico poderão apontar para o agravamento da estrutura económica da região, que tiveram expressão nas greves e incumprimentos salariais vividas em várias unidades hoteleiras e muitas pequenas empresas, bem como no atraso e encurtamento dos contratos de trabalho.

O alargamento da sazonalidade, a precariedade do emprego, a falta de liquidez do mercado e das empresas, as dificuldades de recurso ao crédito e o seu custo, acrescentadas das novas medidas governamentais de acesso ao subsídio de desemprego, fazem antever tempos sociais muito difíceis, numa região sem alternativas.

Os grandes projectos estão parados na falta de confiança no mercado e, através dos dados disponíveis da actividade turística, que aumenta os naturais riscos de falências e desinvestimentos de média e pequena monta, os factores de animação da economia só podem vir dos investimentos públicos centrais, dadas as conhecidas dificuldades das autarquias. O inicio da requalificação da EN 125, o maior projecto público para os próximos 2 anos, está longe de ser um motor de desenvolvimento.

O secretário de Estado do Turismo, mais do que envolver-se em polémicas estéreis, deve ser chamado, se para tal houver coragem, a sentar-se à mesa com os agentes regionais, para debater uma estratégia para os próximos anos.

Se tal não for feito, na previsão de desaceleração da economia nacional, incapaz de resolver os problemas da dimensão da oferta algarvia e se os mercados estrangeiros não forem agitados, o Algarve continuará a perder estatuto internacional, com as consequências que alguém e as forças políticas terão que assumir.


Luis Alexandre

domingo, 25 de julho de 2010

Tapar o Sol com a peneira


A rábula de fim-de-semana de Desidério Silva no “CM”, versa o tema “gerar negócio”. Ainda não foi desta que falou do ruído, que continua livre e de costas quentes!

Do alto da sua cátedra, no tom de bonomia a que nos habituou, abordou a presença habitual de equipas estrangeiras e do Benfica, que de passagem uma semana entre 52 do ano, deixam 2 milhões de euros, números atirados que não devem obedecer a nenhum estudo e terão sido puxados para cima.

No relambório, desta vez não enfatizou que era fruto do seu trabalho e da Câmara, mas a intenção mora lá.

Sendo positiva a presença destas equipas, pelos variados impactos que geram nos mercados de origem, contudo, frisamos, são uma gota de bálsamo para as perdas acumuladas em anos como para as do corrente ano.

Os fortes investimentos que a autarquia vem fazendo em publicidade do destino, na prática, não conseguem desfazer a imagem que levou ao afastamento de milhares e milhares de turistas.

Os números da ocupação não mentem e até já provocaram troca de galhardetes entre os dois responsáveis da ERTA e da AHETA. A ocupação por nacionais está em queda, concentrando-se nos meses de Julho e Agosto e a dos tradicionais países emissores, com destaque para o Reino Unido e Irlanda,, vão pelo mesmo caminho. O mercado está a perder em dormidas e valores de consumo individuais, o que fragiliza a endurance financeira das empresas para enfrentarem a conjuntura.

Como sempre dissemos, a crise de Albufeira é anterior à derrocada económica e financeira dos países.

As políticas de betão seguidas criaram uma cidade fantasma a maior parte do ano, com reflexos no conhecido aumento da precariedade do emprego e na capacidade de resposta das empresas. E como se não bastasse a conjuntura, a CMA ainda agravou, novamente, as suas taxas.

As palavras desordenamento, sazonalidade, precariedade e endividamento cresceram assustadoramente nos últimos anos e são a outra face do slogan “de capital do Turismo”.

O actual executivo de maioria absoluta, a braços com o despesismo da sua gestão, revela falta de lucidez para acompanhar a situação e desencadear estratégias de resistência colectiva aos graves problemas que se vão acumulando e cuja tendência é ganharem maior dimensão.

Albufeira criou um amontoado de vícios estruturais com assinatura, que nos vêm condenando lentamente.

Se a população não abrir os olhos e não fizer exigências de mudança, quem tem o poder vai continuando a governar-se e nunca admitirá os seus próprios erros.


FORUM ALBUFEIRA

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Os passos do novo Messias


Dizem as sondagens, essa máquina bem trabalhada para impressionar e influenciar, que o novo Messias português, vem das linhas laranja.

Depois de anos de convivência autofágica, da demissão de um primeiro-ministro e da fuga de outro, os passos aconselhados de Coelho, foram os de saber esperar, estudar os dossier e preparar-se a prazo, para liderar o partido e o país.

Passos Coelho cumpriu a quarentena, venceu a concorrência no partido e na conjuntura em que o céu desabou sobre o Governo e o país, este salta para o palco, segredado pelos patrões locais e da Europa, para lhe dar o apoio que, putativamente o levará ao cadafalso.

Gerindo as benesses que a gravidade da situação lhe proporciona, onde o seu partido tem marca própria e com a casa a arder no PS, o líder do PSD, outro predestinado em rodagem até para surpresa própria, tanto combina como irrita os parceiros, num jogo que traz a faminta família laranja, em desassossego para abocanhar o bolo. Até o seu principal adversário interno, que está na lista de espera, não quer manchar a imagem capitalizada e força o elogio da postura na caminhada para o poder, onde a falha convencionará a decapitação.

Na graça de pôr os seus deputados a levantar e a baixar o voto, Passos Coelho deu ânimo ao Governo na feitura do PEC e obriga-o a citar em público as suas vontades sobre as SCUT e todas as outras medidas gravosas para o povo, que o OE de 2012 terá de consagrar.

No momento, o PSD parece controlar a chama. Passos Coelho e o PSD têm o dedo no botão, vão cozinhando o país e a tendência de voto, esperando que se a tampa saltar, a revolta queime apenas um dos autores da receita.

Com os ventos de feição, a presunção laranja, arroga-se desviar as atenções das consequências para o país das políticas tramadas com o PS e engendra um plano de revisão constitucional, onde retoma as ideias escondidas nas palavras da antecessora, da “suspensão da democracia”, que percebemos de forma mais fluida, tratar-se de consagrar na Constituição, as políticas e mecanismos que orientem a consolidação de um Estado mais autoritário e liberal.

Passos Coelho anda na quase perfeição nos sapatos que calçou, trabalha na passadeira da recomposição do sistema político e dos interesses económicos e financeiros que representa, desdobra-se como o desejado na agenda política, não percebendo o fardo das contradições que gera, incluindo nas patentes das hostes, podendo a corda vir a amargar mais cedo que o esperado.

O horizonte laranja celestial de Passos Coelho e apaniguados, que contrasta com o rosa desmaiado e atribulado de Sócrates e do PS, tal como o negro para a população portuguesa a braços com o pagamento de uma crise que não criou, poderá acinzentar-se por tanta euforia e inexperiência de que os outros não pensam e não agem.

O principal Messias que reza na História, foi pregado na cruz e subiu ente as nuvens e só governou e governa sobre a sua memória. Mas Passos Coelho é bem mais terreno, material e capaz de fazer inveja a muitos outros fariseus…


Luis Alexandre

terça-feira, 20 de julho de 2010

Muito se arriba de boca



O presidente da Câmara de Albufeira, na oportunidade de dar ao badalo na imprensa, já por duas vezes se arriba a falar das arribas, que até mereceram o chamar da imprensa para filmarem as preocupações em forma de conselhos escritos.

Não vem mal ao mundo compor os erros do passado, mas as esponjas não limpam as memórias das pessoas, nem as responsabilidades cívicas e políticas.

As arribas passaram justamente para a primeira ordem das preocupações de um concelho turístico mas, o ruído, que não podemos afirmar que tenha matado alguém, continua a ser um flagelo cujas consequências ninguém quer analisar ou quantificar e sobre o qual apenas se conhece uma circular.

Dado a gravidade e longevidade do flagelo, que ainda não teve honras de imprensa mas tem largas centenas de queixas formuladas e deitadas no lixo, desafiamos a que uma das próximas crónicas no "CM", publicadas em nome e com a fotografia do presidente da Câmara, lhe dedique linhas de opinião e responsabilização.

Tendo o valor relativo que lhe queiram atribuir, um leitor suspeito e bem informado, veio aqui escrever, em defesa do ruído, que um tal site Trip Advisor, colocou Albufeira nos dez destinos
turísticos na categoria "Family and Fun", o que, na nossa opinião, coloca a questão do mérito deste galardão, que de certeza entra em rota de colisão com os valores da segurança e tranquilidade que uma família exige para os seus momentos de convívio em férias.

Passe o tempo que se justifique, o problema do ruído não sairá do rol de críticas ao executivo camarário, que não tem mais espaço para desculpas no incumprimento da lei.



FORUM ALBUFEIRA
O enteado das manobras




O ponta de lança Miguel Freitas, em mais um dos seus suspiros de sobrevivência na arte política do engano, esfarrapa-se a esconder a agonia de um Governo que esta região e o país não querem.

Com a polémica das cobranças nas SCUT ao rubro e um país revoltado no continuado desacerto das lideranças que nos afundam e envergonham, o malabarismo saltou da queixa à UE, deixa para trás a ameaça das Estradas de Portugal estar em rotura para se concentrar no pontapé de saída do visto prévio do Tribunal de Contas sobre o começo das obras na EN125, que acaba por deixar imperceptíveis se as razões tiveram solução justa, surgindo em trombetas de desenvolvimento do Algarve na intenção de calar o descontentamento.

Na sua brilhante tirada, em que o desplante ultrapassa mais uma vez a razão, Miguel Freitas, salta a terreiro com frases de encantamento dos contribuintes algarvios, que ele julgará seus representados pela mestria do voto, ditando que: “este é um primeiro passo para resolver o défice da região em matéria de mobilidade e transportes”, para rematar que a requalificação da EN125 é “uma obra estratégica para a dinamização da economia regional e para a criação de mais 3000 postos de trabalho”.

Como político que sabe o que o motiva, apruma a pontaria sobre a reconhecida importância das obras na absorção dos desempregados e algum alento nas empresas paralisadas da área da construção e, até tem a coragem de afirmar, sem varinha mágica, que serão 3000 pessoas que vão encontrar a alegria da produção. Oxalá fossem, mas para além das dúvidas, saberá também quantificar as que poderão perder o emprego por via das quebras na economia com a introdução de custos na mobilidade pelo uso da Via do Infante?

Nas suas declarações ao OdA, explicitou que esta é uma “obra fundamental” e um dos principais compromissos do seu partido para com o Algarve. Esta é uma verdade tão insofismável como aquela em que, anos atrás, também em compromisso eleitoral, foi prometido não haver portagens por razões estratégicas de desenvolvimento e única via de comunicação digna desse nome.

Em tom de elevação final, para terminar em beleza as declarações, Miguel Freitas explodiu a ideia da criação imediata (!?) de uma Entidade Regional de Transportes, que elabore um plano de mobilidade para a região, “para assegurar bons transportes públicos que constituam uma alternativa à utilização do automóvel”!

Não restam dúvidas que em política vale tudo, mesmo continuar a reduzir os algarvios à condição de imberbes, de que a inactividade, a falta de ideias e de coragem de longos anos, se vai resolver com o discurso da treta, só para nos assaltarem os bolsos se quisermos viajar na única estrada a sério que o Algarve tem.


Luis Alexandre

domingo, 18 de julho de 2010

Uma Nação forte, num país vergado



Tudo se arrasta neste país. Temos um Governo insonso que se arrasta na sombra da figura do chefe, um parlamento de meninos de coro para o ámen do arrastamento, um Presidente da República que se deixa arrastar por quase todos, um chefe da oposição arrastado ao perdão da maldade combinada e, uns partidos que nos arrastaram para esta profunda crise, a qual, arrastou um povo para o fundo de um poço.

O suplício de cada dia que nasce, arrasta-se em propostas de manhã que não passam ao dia seguinte, num indecoro governamental e do principal partido da oposição, confundidos com as necessidades e a dureza das notícias que lhes vão chegando sobre o que procuram esconder.

O buraco cavado, maior que o próprio país e que o pode engolir, arrastou-se em anos de trabalho político intenso da trama partidária conhecida e escondida nas tretas do popular/nacionalismo, da social-democracia hipócrita e liberal, dos falsos socialistas e comunistas de faces rosadas e encarniçadas de tanto conluio e satisfação comezaina.

Olhamos para trás e fica o rasto da fartura dos milhões da produção nacional esbanjados, a par dos outros que foram recebendo para a destruição do tecido económico e ainda os que pediram emprestados.

Anos a fio, Governos e parlamentos, foram construindo um castelo de areia à beira mar plantado, deram-lhe força de lei para o desbarato que se conhece, traduzida nas regalias dos políticos e do polvo de gabinetes, assessores, estudos sobre estudos encomendados aos amigos, empresas públicas em permanente desnorte e insolvência, Fundações, Organismos fantasmas para colocação da palha partidária, Câmaras e empresas municipais sem travões e obras públicas com preços e derrapagens a gosto das clientelas.

Ao contrário, o valor do trabalho e as regalias sociais, seguindo os conselhos ultra liberais da UE e G8, cujas consequências criminais estão agora diluídas em G20, que o mundo globalizado foi introduzindo só no objectivo de maximizar o lucro, desvalorizaram na proporção do desinvestimento e destruição de sectores estratégicos da economia de um pequeno país periférico, mas rico em saberes do mar, da construção naval e portos, em condições climáticas para a agricultura e com tradição e qualidade em indústrias de calçado, têxteis, conservas, metalo-mecânicas, cimenteiras e outras.

As políticas dos últimos 30 anos aplicadas em Portugal, em nome de um sucesso e bem-estar geracional, foram para cumprir as ambições dos grandes investidores e financeiros, com as necessárias migalhas para a prestimosa classe política.

Na triunfante sofreguidão da acumulação alcançada, que lhes confere o poder de controlar tudo e ditar as regras, arruinaram as finanças de quase todos os países do mundo e até do próprio sistema bancário que os serve.

Em Portugal, os políticos que andaram nesta empreitada, são os mesmos que na hora da desgraça que produziram, se oferecem para nossos salvadores.

Pobre país, que passados séculos sobre a miséria e a brutalidade da ignorância, com mais instrumentos e capacidades escamoteadas, o põem sempre na rota do Adamastor e da repetida tarefa de dobrar o Cabo da Boa Esperança e, se Camões fosse vivo, já lhe tinham arrancado o outro olho.


Luis Alexandre

sexta-feira, 16 de julho de 2010

A CMA acarinhou uma cultura de ruído


Fazendo uma ronda pelos queixosos que estiveram presentes na sessão pública de Câmara, os problemas não sofreram alterações.

A circular já está no lixo e o ruído continua em alta, como resposta azeda ao atrevimento.

Em concreto, o FORUM ALBUFEIRA ouviu hoje queixas sobre o Bar Rickys, que apesar de nova gerência, herdou os vícios do passado, onde os antigos proprietários usaram e cortaram como quiseram.

Ontem, um velho queixoso, numa prática que nem sempre tem resposta física, voltou a chamar a GNR, que respondeu e fez o aconselhamento habitual neste Bar, que viradas costas fez rodar o botão para voltar ao abuso.

A actuação da GNR não tem continuidade, quando deveria tacticamente voltar ao lugar passado algum tempo, para constatar que a sua autoridade é reduzida ao ridículo.

Esta é uma velha prática, sistematicamente denunciada aos ouvidos das várias autoridades, que preferem a inocência.

O presidente da Câmara, com 13 anos de autarca e 9 de presidência, conhece os problemas, as queixas e apesar das declarações de compreensão e promessas de intervenção, agora passadas a escrito com a sua assinatura, assumiu finalmente outro tipo de responsabilidade perante a opinião pública.

O acumulado de cedências perante a reincidência dos prevaricadores, criou uma cultura de ruído que, apesar do número ridículo destes, deixam uma ideia da sua supremacia sobre a autoridade.

As relutâncias dos queixosos sobre as promessas camarárias acabam por ganhar razão, que julga que as soluções passam por papéis e conselhos...


FORUM ALBUFEIRA

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Contra o ruído... mais uma circular



No rescaldo da sessão pública de Câmara, onde uma dezena de cidadãos se manifestou contra a inoperância das diversas autoridades no tratamento deste grave problema e na qual o vereador do pelouro adiantou que vão agir no diálogo, o que até agora saiu à estampa e se conhece como acção foi... esta circular.

Assinada pelo próprio presidente, a actual circular, ao contrário da última de há dois anos assinada por António Gonçalves, já não aborda o problema de lado, numa diarreia que passava a ideia que se tem entranhado numa parte da opinião ligada à prevaricação, de que o ruído é eventualmente um factor positivo, associado ao rendimento e à imagem do concelho.

Constata-se uma mudança de linguagem, recorre-se finalmente aos postulados da lei que é bem explícita nas responsabilidades das partes mas, falta saber se corresponde a uma mudança real no sentido de corrigir o acumulado de consequências negativas ou, se fica pelo monólogo.

O primeiro passo está dado e aceite mas, o movimento de cidadãos deve estar atento aos desenvolvimentos para se obterem resultados satisfatórios.

O passado recente, afinal com a mesma liderança camarária, mostrou uma postura de displicência, que a atitude dos cidadãos em protesto, vai querer ver mudada na realidade.


FORUM ALBUFEIRA

quarta-feira, 14 de julho de 2010

O desencanto do sonho europeu


O povo português, nunca foi tão humilhado como nos últimos tempos. Do sonho europeu ao pesadelo da subserviência, bastou menos tempo que uma geração.

Um país conduzido sem rumo, espartilhado por simulacros de objectivos para cada uma das suas regiões e a mando de uma UE que lhe ditou as regras, agora por demais evidente, por via da insolvência e das imposições de quem injecta a liquidez corrente, tem as mãos estendidas e as ideias atadas, não ousando questionar, pensar ou atrever-se a avançar no debate nacional.

O Governo e os partidos que o sustentam, são meros gestores de insolvência, na medida em que a estrutura política da Comunidade ainda não foi tão longe, na nomeação de outros da sua confiança.

A absorção estrutural, económica e financeira atingiu níveis de satisfação do centralismo burocrata de Bruxelas, como meros executores das estratégias expansionistas do eixo franco-alemão, mas não se repercutiu em perda de identidade histórica e cultural, como principais fontes de alimentação do orgulho dos povos. Construíram uma malha europeia de aproveitamentos a muitos níveis mas, não existe e nem existirá uma cultura europeia, um pensamento europeu e um povo europeu.

As complexas imagens do tabuleiro de xadrez, decorrentes do envolvimento na crise e naquilo que o estatuto de unidade exigiria para lhe responder, mostraram como uma direcção europeia não passa de um órgão hipotecado e sem capacidades de decisão. As linhas telefónicas de prioridade continuam, equitativa e incontornavelmente, as de Bona e Paris.

Os visionários a todos os níveis de interesses, que se foram levantando nos diferentes países e colocaram pedra sobre pedra no edifício europeu, que avalizaram a compra das economias dos países ricos sobre os pobres, com os seus excedentes para investimento, meios de endividamento e jogos de elevados riscos financeiros com os dinheiros dos aforradores e completa displicência sobre as falcatruas orçamentais dos países membros, dando forma à colonização moderna, depois de recorrerem às promessas de um projecto de nivelamento, o famoso projecto Social Europeu, estão reduzidos à condição de escravos das teias e mentiras que criaram e, trespassando uma imagem de reorientação, não sabem como sair delas.

O modelo europeu desde sempre que assentou em formas modernas de expansão de mercados e foi evoluindo em cuidados e exigências sobre os novos membros, procurando pensadamente a exploração dos factores contributivos das economias de cada Estado e a redução da sua autonomia, em proveito, hoje indiscutível, das potências que nunca deixaram de mandar e tratar os outros como elementos periféricos.

O nível de destruição da economia portuguesa e a sua super-dependência dos capitais estrangeiros e da moeda única, levam os políticos da praça, apenas herdeiros de compromissos, a correrem ao primeiro trrim do telefone europeu, para não ofenderem. O tal projecto de país, enquadrado num plano de identidade e de voto equiparado, não passou de premissa no grande leque de ilusões.

O que tem de ser dito, com todas as letras, é que o projecto europeu em que fomos enredados, foi e é uma verdadeira farsa nos seus propósitos, criou enormes franjas de deserdados e endividados nos quatro cantos do espaço comunitário, propiciando os factores de descrédito e revolta.

As novas promessas de reformas que tardam e têm a pretensão do controlo sobre o sistema financeiro, não passam de atoardas inofensivas, que a insaciável voragem capitalista do projecto europeu, engolirá na próxima esquina, à semelhança da velha fábula africana do jacaré e do mosquito, em que o instinto fatal é mais forte que o favor.

A Europa actual, reconheçam ou não, aprofundou as divisões sociais e as consequências não deixarão de se exprimir.


Luis Alexandre

terça-feira, 13 de julho de 2010

A carta que faltava…




O Governo e o PSD, em qualquer questão política, não dispensam qualquer carta a jogo e os truques possíveis. A carta do momento escreveu-a o homem das estradas, Almerindo Marques e, um dos truques, consiste na ocasião em que descobriu os cofres vazios, da instituição que gere por nomeação governamental.

Depois da derrota do dia 1 de Julho, o Governo PS precisava de lavar a cara quanto às suas incongruências e daí ter lembrado ao presidente de uma empresa pública, especificamente a que canaliza os dinheiros para os contratos das SCUT, recomendando-lhe em solidariedade oportuna, que contasse ao país a miséria em que se encontra.

Com as desavenças públicas entre as duas principais jarras do altar do PEC, na sua forma de namoro negociado e temporizado, a questão urgente da cobrança das portagens, tem andado no pára arranca da controvérsia das bocas e dos amuos e acaba por desorientar os chefes de fila das regiões atingidas, que se contorcem para ajudar nos objectivos patrióticos.

No Algarve, já o havíamos afirmado, os chefes de linha há muito que se concertaram na estratégia da requalificação da EN 125, como condição para deixarem cair a contestação das portagens na Via do Infante, não importando o que ficou afirmado para trás.

Macário Correia, presidente da CIA/AMAL e da Câmara de Faro, já esclareceu a sua posição neste sentido, Miguel Freitas sempre lá esteve, Mendes Bota resguarda-se e o futuro líder regional do PSD deixa o assunto com os outros.

De passagem pelas menoridades políticas regionais, pelo lado do PS, não se sabe se Manuel da Luz já começou a escrever o texto da providência cautelar para o qual não poderá contar com a assinatura do presidente de Olhão, Francisco Leal, que já disse aceitar se houver imposição.

Do lado do PSD, com as sondagens no positivo e tantas personalidades injustiçadas no protagonismo, reina um novo silêncio com cheiro a poder, substituindo o da pólvora seca.

O que podemos concluir do falatório superficial e alinhado, que envolve figuras do empresariado algarvio, é que, perante a ausência de um movimento independente de cidadãos, as portagens serão uma realidade que terá de ser contabilizada na fragilizada economia regional.

Quanto aos outros partidos, os conhecidos revolucionários… parlamentares, têm mais um motivo para arrastar na agenda das lamúrias de que tentaram.

As direcções nacionais de PS e PSD, já saíram dos alinhavos do conchavo e terão, no conforto dos canais internos, passado as linhas mestras da nova estratégia vencedora, agora com o reforço da assinatura do enorme buraco das Estradas de Portugal.

A teoria do caos costuma resultar e a carta com assinatura legível do Almerindo, de porte a bom grado a pagar no destino, que desinteressadamente a tornou pública, veio levantar todas as dúvidas sobre a capacidade do IPE nas suas tarefas que podem comprometer a segurança e investimentos na rede nacional de estradas, numa forma de procurar o confronto e divisão da opinião pública, considerada necessária para o sucesso da imposição das portagens.

Os próximos tempos não se adivinham fáceis entre cobradores, pagadores e aqueles que perfilam a dualidade de posições.


Forum Albufeira

domingo, 11 de julho de 2010

Perseguição política... disfarçada de perseguição administrativa



Um dos membros do FORUM ALBUFEIRA, em concreto Luis Alexandre, comerciante na Av. da Liberdade, foi alvo, talvez de forma inédita, de um processo posto no Ministério Público pela Câmara Municipal, por pretenso incumprimento de disposições impostas por esta.

Luis Alexandre, foi obrigado a depor em resposta ao processo nº 272/10.2TAABF, onde a Câmara, exímia em sinais de justiça concelhia, o obriga, sem qualquer fundamentação técnica, porque jurídicas supõe assistir-lhe toda a legitimidade de força pública autoritária, a remover máquinas (em abstracto) do seu estabelecimento.

Mas falemos de factos:

Este processo, cuja farsa assenta numa vistoria camarária movida por um conluio entre a administração do prédio a cargo da empresa Admitel e um proprietário de uma fracção situada por cima do estabelecimento, que não ocupa a mesma, está de arrendamento e ditou a condenação camarária em suposto incumprimento, seguiu-se a outra, pedida por Luis Alexandre, mais de ano e meio antes, onde o auto de vistoria, curiosamente elaborado pela mesma composição técnica, concluiu exactamente o contrário.

Tudo nasce de um conjunto lateral de vidros que foram quebrados por funcionamento da estrutura do prédio, que há mais de 12 anos foram repostos por Luis Alexandre, sem que para tal tivesse chamado a administração do prédio a intervir. Anos mais tarde, essa mesma estrutura lateral voltou a criar as mesmas patologias, insistindo este junto das sucessivas administrações que interviessem. A última, exercida pela dita ADMITEL, foi ao ponto de propôr uma solução salomónica, rotundamente rejeitada. Daí o recurso ao primeiro pedido de vistoria, que ditou liminarmente a condenação da administração do condomínio do prédio, dando-lhe 30 dias para o seu cumprimento. Passaram-se mais de 14 meses sem que a Câmara mexesse um dedo ou simplesmente mandasse a fiscalização averiguar.

Luis Alexandre, já em litígio aberto com a ADMITEL, levou o assunto a sessão pública de Câmara, da qual ouviu o habitual carimbo "vamos registar", quando pouco tempo mais tarde é notificado da tal nova vistoria, que lhe entra pelo estabelecimento adentro, ladeado pela figura do administrador e da mulher, para, sem qualquer recurso a processos técnicos, produzir uma condenação de sentido inverso.

No entretanto, dado o facto de o estabelecimento ter sido duas vezes assaltado a partir dos vidros partidos, este decidiu resolver o problema, pagando do seu bolso uma grade móvel de protecção, que custou mil e seiscentos euros.

Muito pouco tempo depois, apareceu a indispensável fiscalização, que numa observação entre portas, constatou a colocação das grades mas não deixou de elaborar o fatal relatório de que o acusado de fresco não tinha cumprido as ordens da Câmara, quanto a remoção de máquinas, que é agora o principal objecto da acusação no Ministério Público.

Deixando de parte a fiscalização camarária, que não tem peso e está presa ao emprego, tal como a comissão de vistoria, presa aos equilíbrios, que não fizeram um trabalho sério, a quem se deve pedir contas por ineficácia das suas funções? Em catorze meses, uma não actuou e, outra, fez um trabalho pouco consentâneo com as suas capacidades técnicas e responsabilidades de serviço público.

Quem assume dentro da Câmara a responsabilidade pela actuação de "dois pesos, duas medidas"? E quem julga a Câmara pelos seus incumprimentos, de um mês para catorze e de uma decisão administrativa para outra?

E que papel podemos esperar do Ministério Público, perante a falta da Câmara e a acusação montada a partir da sua inoperância?

Aguardemos pelos novos episódios.

FORUM ALBUFEIRA

sábado, 10 de julho de 2010

CONTRA AS PORTAGENS NAS SCUT E "VIA DO INFANTE"!

CONTRA AS MANOBRAS DA ALIANÇA PS/PSD/CDS!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

A propósito de uma afirmação da ministra da Saúde...

Ensaio sobre a sopa da Ana


A rica sopinha portuguesa, de panela, que tem raízes profundas no cruzamento do instinto de sobrevivência e na fome de um país historicamente mantido pobre, que passou nas mesas da criadagem real e se estende aos serviçais modestos das repúblicas, foi elevada à categoria, pela voz ministerial, de sustento nacional da crise.

A velha tranca da barriga, como lhe chamavam os nossos antepassados, enriquecida pelas verduras da horta portuguesa, entretanto arrendada ao quase abandono, por ordens de muitas Anas europeias e a cumplicidade de hortelões liquidatários como Soares, Cavacos, Barrosos, Guterres e Sócrates, que nunca deixaram de apreciar o preço pago pela morte dos citrinos e outras frutas e verduras, volta à moda como receita de saúde na razão de manter vivos os contribuintes.

A sopa portuguesa, salvo a resistência da pequena horta lá de casa e de uns tantos empresários resistentes do gosto pelos sabores e orgulho da terra portuguesa, tem os tomates, as cenouras e os ingredientes que a balança de importações, na forma humilhante de contrato social com a Europa, estabeleceram.

A sopa portuguesa é um dos pilares dos costumes populares, que faz parte de alguns pesadelos de infância, num contributo seguro para o fortalecimento físico e do carácter da têmpera nacional, que vai fervendo em lume brando nas afrontas e tem no tempo o saltar histórico de tampas.

A voz que ecoa o valor da sopa, conhece a expressão das tramas actuais do assalto à qualidade de vida e no calor da parte da culpa, o remorso patriótico, que está longe de se virar para o saque permanente das farmacêuticas, fonte de rendimentos de uma parasitagem bem alimentada, limpa a consciência com a recomendação da velha receita.

A cultura indígena, na sua aparência frágil, nunca abandonou as virtudes da sopa e continua a pô-la na mesa como solução da negação de recursos, subtraídos em colheradas por um Estado e um sistema financeiro, sitiado de anafados insaciáveis. Os políticos e banqueiros da praça, na gíria popular, “estão às sopas de alguém, quando deveriam levar sopa”.

O conselho da Ana, cheio de boas intenções católicas e de pacotilha dita socialista, respaldado nas memórias do serviço da sopa dos pobres, é o que lhe apraz dizer, como ministra da crise e de um sector afundado no despesismo de super clientelas, ensopadas em hemorragias de milhões.

A ministra dos medicamentos e do continuado enterro do SNS, no domínio da falta de saúde do Estado, a quem nunca deixámos de levar a sopa à boca, ao pedir para avançarmos para a sopa entre-paredes, conhece os números das casas dos portugueses e o sofrimento acrescentado que é pedido aquela parte dos que não têm saída, sabendo que a mesma era uma entrada, terá agora de passar a prato principal, porque a carne e o peixe já lá vão, e com o objectivo de não ver pioradas as estatísticas da tuberculose e outras doenças.

O ditado popular diz: “da mão à boca se perde muitas vezes a sopa”, que significa que “por um triz, se perde às vezes o que se deseja”.

A sopa não ofende a população portuguesa mas, a inocência governamental da proposta da Ana, sim!

Não estará na hora de pormos a sopa ao lume?


Luis Alexandre

terça-feira, 6 de julho de 2010

Está ou não o ruído protegido?



A sessão de Câmara de hoje, teve uma parte introdutória diferente do habitual, dada a presença organizada de uma dezena de cidadãos, a parte avançada de um vulcão de protesto, que vêm há vários anos a lutar, pelos meios ao alcance, contra os problemas do ruído, provocados por uma minoria de bares, que insistem na reincidência.

Para o executivo camarário, que reconhece o volume de queixas e a sua repetição, na boca do vereador do pelouro, trata-se de uma questão de diálogo. Contudo, esse diálogo, não tem dado frutos, havendo que brandir o articulado da lei para que os cidadãos e visitantes de Albufeira não construam uma ideia de impunidade.

Conforme foi insistido nas várias interpelações ao executivo, ficou patente que as várias iniciativas de cidadãos, onde constam abaixo-assinados, não passaram de letra morta em papel, uma vez que anos passados, as queixas e queixosos são cada vez mais.

Como ficou demonstrado e o executivo não deixou de perceber, o movimento de cidadãos está decidido a fazer valer os seus direitos, saindo da sala com uma ideia de mais do mesmo ou, dito de outra maneira, pouco convencidos da vontade de mudar as coisas.

Ficou expresso por palavras, que estes cidadãos não procuram o prejuízo ou o confronto com os empresários dos bares, exigindo tão simplesmente o cumprimento da lei.

A responsabilidade ficou entregue e se os resultados não aparecerem no curto prazo, outras iniciativas se sucederão.

O representante da ACOSAL, fez questão de apresentar uma proposta concreta, passada a acta, para que se proceda ao levantamento e à acção profiláctica junto desses bares, a quem deve ser mostrada a autoridade da Câmara, na possibilidade de acções punitivas que reponham a legalidade.

O movimento de cidadãos fixou para si um prazo razoável para ver resultados, que poderá não corresponder às expectativas da Câmara de se alargar em explicações.

As conversas são democráticas mas os vícios e os abusos têm ganho de forma injusta.

O FORUM ALBUFEIRA, apoia incondicionalmente este movimento de cidadãos. FORÇA!


FORUM ALBUFEIRA

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A imprensa regional e a campanha em marcha…



Confirmado como amuleto nos órgãos distritais do partido, transitando da anterior direcção, Desidério Silva, terá já recebido garantias dos padrinhos que irá integrar as próximas listas às legislativas, facto que lhe permite entregar o caminho da presidência da Câmara ao seu sucessor.

Em bicos de pés de contentamento pela perseverança no objectivo, o ilustre presidente, monta ao pormenor o seu gabinete sombra de preparação da imagem pública, que terá de sair dos limites do concelho e circular entre os incautos algarvios dos quatro cantos da província.

Foi neste sentido, que se auto-sensibilizou e contagiando os parceiros de executivo, sacou da luminosa ideia de homenagear a imprensa local com o olho na regional, montando, para o efeito, um evento de agradecimentos e reconhecimentos, realizado nos Paços do Concelho, passando a ideia clara de que não tem queixas e que conta eles no futuro.

Tão ao seu jeito de homem dos terrenos, na sua peculiar argumentação, disse com profundidade: “que as pessoas ligam mais à imprensa nacional do que há regional”. E porque será?

Habituado a figurar em quase todas as páginas dos dois jornais locais, que o têm agraciado ao longo dos anos com relatos acríticos das suas façanhas, devidamente retribuídos com os anúncios a que uma Câmara se vê obrigada por lei, talvez a principal base de sustentação desta imprensa nestes dias difíceis de crise, Desidério Silva, deu mais este passo de chamar a atenção para os profissionais da informação local, como forma de notícia regional.

A propaganda, tal como a publicidade comercial, são a base de venda de produtos e ideias e fazem milagres de darem nome e proveitos a quem os lança.

Mesmo um produto político carece destes cuidados de tratamento, onde as ideias, as propostas e os prazos de concretização não são relevantes e são substituídas pelas referências ao trabalho genérico do produto em questão e acompanhadas de umas fotografias ao lado de gente saudável e de preferência de patente mais elevada, entre outras habilidades.

Daí que a ideia brilhante e exclusiva, porque mais ninguém a teve, de montar esta gentileza em sessão pública, servindo-se da imagem dos jornais e dos seus profissionais, poderá render ganhos em abertura de portas.

Curiosamente, nas ruas de Albufeira ninguém sabe do acontecimento… mas que resultou não há dúvidas.

E será que Desidério Silva é assinante pessoal dos jornais de Albufeira?


FORUM ALBUFEIRA