quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O jogo dos subsídios


A Câmara Municipal de Albufeira, seguramente, é uma das autarquias algarvias que mais subsídios distribue, em quantidade e volume de dinheiro.

Este acto, que corresponde a uma estratégia tentacular do PSD, visa, tão-somente, trazer o movimento associativo controlado como um instrumento de aritmética eleitoral.

Este objectivo tem um preço, que os executivos presididos por Desidério Silva nunca se importaram de pagar.

Ano após ano, as associações amigas vão negociando as cifras que flutuam pela cor política e serviços prestados, sobretudo pelas posições acríticas, e recebem em troca a benevolência de ausência de qualquer tipo de fiscalização sobre a sua utilidade e resultados.

Tirando raras excepções, que acreditamos existirem, a linha geral praticada é a de uma política de pagar serviços e silêncios.

Entre a centena de associações do concelho, excluindo a ACOSAL e o FORUM ALBUFEIRA, que nunca pediram ou receberam qualquer subsídio, por compreensível ordem de razões, os Bombeiros, a AHSA, a APEXA, os clubes desportivos e a múltiplas da Igreja Católica, têm sido as mais favorecidas e clientes certos.

A Igreja Católica, mais fraccionamento tivesse mais recebia. Deixamos aqui uma ideia. Não sabemos de as outras confissões já pensaram em entrar na fila. Outras associações de fora do concelho são bafejadas pela sorte. O ano passado, até uma de Setúbal teve prémios.

O movimento associativo esteve sempre debaixo de olho, já teve direito a congresso sem continuidade por que não era por aí, e, teve direito a promessa de um gabinete de apoio que não se consumou. As razões estarão numa mudança de táctica.

O executivo do PSD terá concluído que era preferível a importância do cheque e, nalguns casos, preparar a presença de elementos de confiança nas direcções ou encabeçar listas directivas. Foi o caso da associação dos bombeiros onde esteve prevista uma lista encabeçada pelo incondicional presidente de junta e promovido a assessor do presidente para assegurar a reforma por cima.

Porque no controlar é que está o ganho. Os dinheiros públicos fazem o resto.

Sobre esta situação, nunca a “oposição” pretendeu dar um pontapé na cabala e fazer as perguntas que se impunham.

Para o executivo PSD, que se passeia a bel-prazer no concelho desde há mais de 10 anos, os dinheiros públicos estão a ser bem empregues… as omissões nos critérios são irrelevantes… e o controlo ou a ausência dele, sobre o uso dos dinheiros, estão nos limites da lei. Óbvio!

E a situação está para durar.

FORUM ALBUFEIRA

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Os remendos do fim-de-ano faz de conta



Com o programa publicitado por terras de Portugal e de Espanha, com base no espectáculo da final dos “Ídolos”e de um fogo de artifício… normal, só depois das críticas públicas da falta de grandeza do cartaz, sem desprimor para os intervenientes e respectiva produção, é que o executivo camarário percebeu a falha.

Por razões economicistas, alegaram, julgando que a crise explica tudo, o executivo descurou a importância deste cartaz para o lançamento da época seguinte, contrariando os seus próprios argumentos usados para sustentação de contratos anteriores com artistas de renome internacional e que se constituíram em valor acrescentado.

A distribuição pela cidade de um folheto omisso da publicitação da tardia contratação de Mariza e dos Expensive Soul, é a prova de culpa de uma visão curta na preparação de um programa que, fora da força do Sol e praia, constitui em tempo de sonhos e planos das férias seguintes, a maior exaltação e influência de escolha do destino Albufeira.

Este folheto, tal como está redigido e que nos custou dinheiro público, é de todo ineficaz, tendo a autarquia montado um esquema promocional publicitário de recurso e custos adicionais, para reparar a má planificação.

Toda esta fraqueza de objectivos passou ao lado da moribunda oposição que parece ter duas cabeças no concelho, a directiva, feita de restos mortais, e, a do vereador, que controla a política local por telefone.

Albufeira, com um PSD autoritário, um presidente do executivo em fim de prazo e um presidente da assembleia municipal cúmplice e em preparação de campanha para a continuidade, está a pagar uma factura indesejável em favor de uma estratégia eleitoral partidária e detrimento dos seus interesses colectivos.

A dupla Desidério Silva/Carlos Silva e Sousa que nos vêm governando, vão acumulando erros que a discussão pública se encarregará de mostrar à evidência. Presidente e futuro candidato vão ter de explicar-se!

FORUM ALBUFEIRA

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Oportunidade para relembrar o que foi escrito há um ano...

A reposição do texto tem actualidade...



BOM ANO? DESENRASCA-TE!

Após as eleições de Setembro, escrevi:

“O Governo que sair destas eleições, com ou sem queijo para cortar, já tem a lista de recados dos burocratas europeus, que o deficit público é uma prioridade a levar em linha de conta porque o país não tem mais condições para o endividamento. Se não há uma ordem, há um aviso…”

A partir de uma saudação frequente nos princípios de ano, pode-se perceber o estado de insatisfação e desconfiança em que vive a maior parte da população.

A expressão com recurso à interrogação revela que a compreensão do que ficou para trás no ano de 2009 foi mau de mais e a palavra “desenrasca-te”, esclarece que na cabeça do cidadão comum, as políticas de um novo Governo e de um novo Parlamento, ou não existem, ou não merecem credibilidade porque transmitem a ideia de falta de um sentido nacional de orientação.

O presidente da República dá o mote para o futuro, em torno do documento charneira da vida nacional – o OE, põe o dedo nas três principais batalhas “o deficit, a dívida pública e o desemprego” e pede convergências.

Faz todo o sentido pelo lugar que ocupa, considera explosiva a situação que cresceu debaixo do seu nariz, mas para ele apenas existe a discussão para o futuro, sem que se apurem as responsabilidades do passado, incluindo as dele, quem dentro do país contribuiu para minar a sua economia e arrecadou os dividendos, apelando aos políticos que se unam e à população que resista e trabalhe, sem que haja garantias e mecanismos de Lei que previnam e punam os anteriores e futuros responsáveis.

Cavaco já percebeu que o regime está sobre um barril de pólvora e que as medidas impopulares para reporem as contas públicas na ordem, vão exigir muita habilidade política, para convencerem a população a pagar os desvarios do Estado.

Já foi repetido que a economia rebentou por ganância mas, ninguém apurou ou puniu os gananciosos que levam tudo à exaustão, produzindo com salários baixos, benefícios fiscais e lucros que desaparecem, para que o cidadão tenha duas ou três casas, dois ou três automóveis, 10 ou 20 pares de sapatos e camisolas, num endividamento colectivo descontrolado e onde o Estado tem a sua quota-parte em investimentos improdutivos e estrategicamente errados, muitas vezes para servir clientelas, não deixando de arrecadar receitas em transacções para o regabofe das regalias dos políticos, militares, banqueiros, gestores públicos e altos funcionários da administração e, no fim das suas carreiras, as reformas milionárias e vitalícias.

O próximo orçamento e políticas vão assentar na cíclica “salvação do país”, mantendo intactos os privilégios e fazendo crer que são os desempregados que comem o dinheiro, que a saúde e o ensino públicos são despesistas e estão melhor nas mãos de privados, que de beneméritos e qualidade têm pouco e que é preciso que a massa de trabalhadores no activo, públicos e privados, participem no esforço, deixando aumentar certos impostos, perdendo regalias e arcando com a subida dos juros e dos bens essenciais. São as mesmas roupagens para um novo ciclo, até à próxima crise.

A aflição dos políticos, salvo que sentem o sistema, é o de se porem de acordo quanto às linhas mestras que devem trazer os números da economia para a satisfação da velha relação de exploração do trabalho. E mais nada.

Luis Alexandre

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um mês depois da Greve Geral…


Com 3 milhões paralisados e outros tantos a apoiar, numa acção contra um Governo desacreditado pelas suas políticas, situação que não se alterou e só se agravará, que resultados cobrou o descontentamento popular?

Das duas linhas sindicais mais representativas, porque estiveram outras envolvidas na divulgação e definição de objectivos políticos para a Greve, a UGT saltou fora e rapidamente se realinhou com a corrente política do Governo e aliados do PSD, tal como a CGTP, depois “de assustar uma certa burguesia”, ambas, cada uma à sua maneira, voltaram aos eixos das suas propagandas e objectivos: criar as condições para a sustentabilidade do sistema parlamentar burguês, oferecendo os préstimos dos trabalhadores por si controlados, depois dos amouchar nas suas exigências próprias para a solução da crise que não criaram.

Mais de 30 dias decorridos sobre a Greve Geral, novos ataques políticos foram dirigidos aos rendimentos do trabalho sob a capa do reforço das medidas para o emprego e sustentação das empresas, que tiveram o apoio explícito da UGT e a velha atitude de contestação de braços caídos, por parte da CGTP.

Mais uma vez o movimento popular de descontentamento foi usado e desviado dos objectivos centrais de imporem sobre o regime uma plataforma reivindicativa própria, em torno da qual as forças políticas teriam que se recolocar e fazer prova dos seus paliativos e filosofias.

O que assistimos nestes 30 dias foi, ao elogio do comportamento cívico da CGTP e do principal partido que a controla, o dito partido comunista, vindo dos círculos do poder e do PSD, enquanto o Governo preparava o novo pacote de ataque aos interesses dos trabalhadores e já anunciou a necessidade de mais medidas de combate à crise no próximo ano.

Com os indicadores de pobreza a subirem em flecha antes de iniciar o pacote traçado para o princípio do ano de 2011, cujos impactos lançarão na falência muitos mais milhares de empresas, com muitos trabalhadores fora dos apoios sociais e os prováveis salários em atraso, a perseguição aos desempregados para lhes arrancar os subsídios e a forte possibilidade de despedimentos na função pública, com destaque para as autarquias, a maior parte em situação de falência ou pré-falência, a situação avança para a explosão social, à semelhança de outros países da UE nas mesmas condições de revolta pela injustiça do pagamento da crise do capital.

CGTP e UGT são dois velhos instrumentos que vêm acumulando derrotas para os trabalhadores (interprete-se a guerra em torno do miserável salário mínimo que obteve 10 euros de aumento), a coberto de uma linguagem de pretensa discordância, enquanto os capitalistas se armaram de instrumentos económicos, jurídicos e políticos para a exploração desenfreada que gerou a actual crise.

Estas duas centrais têm que ser associadas à gestação e encobrimento da crise, à falta de objectivos claros, do ponto de vista do trabalho, para a sua solução.

Pela vontade e acção das actuais direcções destas centrais, qualquer PEC, o OE para 2011 e as próximas medidas de agravamento das condições de vida da população vão ser todas concretizadas, esforçando-se por voltarem a encabeçar o desgaste das energias de contestação.

Como é possível que 3 milhões de activos e outros de suporte não consigam impor o seu próprio programa contra os dos partidos que nos conduziram à bancarrota?

Porque só os trabalhadores podem resolver a crise.

Luis Alexandre

domingo, 26 de dezembro de 2010

Mais de 5 anos de mentiras!

O presidente da Câmara Municipal de Albufeira, definitivamente, é um troca-tintas. O PS de Albufeira e a ACRAL, definitivamente são dois grandes cúmplices.

O Programa Polis/Câmara incluiu no seu cardápio a construção do Parque de Estacionamento do topo da Av. da Liberdade, indispensável para compensar o fecho de ruas e a perda de dezenas de lugares de estacionamento, o que até hoje não aconteceu.

Para reavivar as memórias dos munícipes, afirmamos que o presidente prometeu, de plantas na mão, que o parque seria uma realidade em 2006, no decurso de uma reunião com comerciantes da direcção da ACOSAL.

Foi-lhe dito que sendo os dinheiros públicos doa cidadãos, este era um investimento prioritário, que os anos decorridos com sucessivas falências e grande endividamento dos restantes comerciantes vêm provar.

Sucessivas vezes foi o executivo abordado sobre o problema e as respostas saíram iguais: estamos a tratar do assunto!

A última vez foi em Maio deste ano, em plena sessão pública de Câmara, onde confrontado com a mesma pergunta saiu a resposta de que havia sido lançado um concurso internacional.

Como nada voltou a acontecer, em Dezembro, novamente em sessão pública de Câmara, voltando a ser questionado, ouvimos que nenhuma das 12 empresas que responderam ao concurso tinha aceitado as condições. E porquê? Impunha-se nova pergunta.

E ouvimos que a promessa de ser a Câmara a mandar construir, que tinha por base a urgência e o peso da sazonalidade que criava natural desinteresse, se transformou novamente na intenção de se livrar da despesa e depois de muito dinheiro do erário público perdido naquele buraco, queria que a empresa ganhadora o construísse.

E sem a mínima intenção de prestar contas aos munícipes, foi preciso arrancar o conhecimento real da situação.

Pensava este executivo camarário que as empresas concorrentes eram todas apagadas e não iriam explorar o conhecimento do terreno, de onde terão ouvido as dificuldades dos comerciantes que vêem, de ano para ano, descer o volume da sua actividade, estando esta nuns escassos 4 ou 5 meses acima das despesas.

O avanço de uma qualquer das empresas, só poderia implicar a prática de preços proibitivos e igualmente geradores de problemas.

A realidade mostra-se desastrosa para os comerciantes, castigados por esta incapacidade do executivo em quem não confiamos.

FORUM ALBUFEIRA