O jogo dos subsídios
A Câmara Municipal de Albufeira, seguramente, é uma das autarquias algarvias que mais subsídios distribue, em quantidade e volume de dinheiro.
Este acto, que corresponde a uma estratégia tentacular do PSD, visa, tão-somente, trazer o movimento associativo controlado como um instrumento de aritmética eleitoral.
Este objectivo tem um preço, que os executivos presididos por Desidério Silva nunca se importaram de pagar.
Ano após ano, as associações amigas vão negociando as cifras que flutuam pela cor política e serviços prestados, sobretudo pelas posições acríticas, e recebem em troca a benevolência de ausência de qualquer tipo de fiscalização sobre a sua utilidade e resultados.
Tirando raras excepções, que acreditamos existirem, a linha geral praticada é a de uma política de pagar serviços e silêncios.
Entre a centena de associações do concelho, excluindo a ACOSAL e o FORUM ALBUFEIRA, que nunca pediram ou receberam qualquer subsídio, por compreensível ordem de razões, os Bombeiros, a AHSA, a APEXA, os clubes desportivos e a múltiplas da Igreja Católica, têm sido as mais favorecidas e clientes certos.
A Igreja Católica, mais fraccionamento tivesse mais recebia. Deixamos aqui uma ideia. Não sabemos de as outras confissões já pensaram em entrar na fila. Outras associações de fora do concelho são bafejadas pela sorte. O ano passado, até uma de Setúbal teve prémios.
O movimento associativo esteve sempre debaixo de olho, já teve direito a congresso sem continuidade por que não era por aí, e, teve direito a promessa de um gabinete de apoio que não se consumou. As razões estarão numa mudança de táctica.
O executivo do PSD terá concluído que era preferível a importância do cheque e, nalguns casos, preparar a presença de elementos de confiança nas direcções ou encabeçar listas directivas. Foi o caso da associação dos bombeiros onde esteve prevista uma lista encabeçada pelo incondicional presidente de junta e promovido a assessor do presidente para assegurar a reforma por cima.
Porque no controlar é que está o ganho. Os dinheiros públicos fazem o resto.
Sobre esta situação, nunca a “oposição” pretendeu dar um pontapé na cabala e fazer as perguntas que se impunham.
Para o executivo PSD, que se passeia a bel-prazer no concelho desde há mais de 10 anos, os dinheiros públicos estão a ser bem empregues… as omissões nos critérios são irrelevantes… e o controlo ou a ausência dele, sobre o uso dos dinheiros, estão nos limites da lei. Óbvio!
E a situação está para durar.
FORUM ALBUFEIRA