quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Os Jardins… de Portugal




Uma evidência desta democracia de pacotilha, está na permanente impunidade entre o que é a autonomia e a solidariedade do Estado Central e o abuso da gestão dos dinheiros públicos na região da Madeira.

Durante anos, as virgens “cubanas” do exercício do poder e do parlamento chafurdaram na arrogância de João Jardim e consentiram-lhe de tudo, como ultrapassar as competências, a ética e os limites dos financiamentos públicos devidos no âmbito da autonomia.

O coro de hipócritas que vocifera o compadre Jardim, insinua-se preocupado com o que pensam os patrões do exterior que estão a alimentar a bancarrota portuguesa - “está em causa a imagem e a credibilidade do país”-, dizem, quando na Madeira e no continente o monstro é da mesma família e tem origem na mesma selva de oportunismo e incompetência.

O monstro da Madeira é mau porque é maior em proporção que o do continente? Ou é mau porque foi consentido e escondido, afinal, como o do país? João Jardim é apenas um deles! Dos que vão ficar na impunidade dos cargos, com os soldos em caixa e deixam as misérias para o povo pagar!

O bailinho da Madeira cantado por João Jardim e os seus pares que hoje respiram riquezas que ninguém pergunta, aliás como no continente, ganhou forma no uso estratégico dos votos da Madeira no parlamento nacional, à semelhança das contrapartidas do limiano, onde sucessivos orçamentos precisaram dos préstimos de “solidariedade”, ou de falsa cegueira, para os rendimentos que as governações sempre proporcionam. Jardim percebeu o filão assente nas fraquezas.

Tal como os continentais, os madeirenses (somos o mesmo povo português) não têm qualquer culpa no desbaratar dos dinheiros públicos. As dívidas acumuladas não advêm da modéstia de vida e nem do consumo compulsivo para que nos orientam mas, dos custos inflacionados das obras públicas que implementam e do despesismo das estruturas supérfluas que proporcionam na orla do Estado.

Tal como o Estado engordou no continente, assente no parasitismo partidário, o jardinismo não deixou de criar a sua própria pegada de apoio à sombra do erário público. Os crimes nacionais, tiveram a sua correspondência na Madeira e nenhum órgão da República com funções fiscalizadoras está isento. Todos sabiam e todos esconderam, procurando o momento para o trazer à tona. Apenas rebentou no pior momento, quando as palmadinhas nos credores pareciam estar a resultar…

Jardim fez obra sobre dívidas (os socorros e a chantagem financeira vem de longe e foi sempre negociada) e só recebeu elogios pelo desenvolvimento alcançado (?!). Agora tornou-se o bode expiatório da hipocrisia de mais dívidas da República.

Mas os problemas de fundo estão a ser escamoteados. A Madeira, para além dos milhões da dívida, tem uma economia em profunda crise, amarrada ao Turismo, ao funcionalismo público, ao consumo e ao investimento público, a segunda maior taxa de desemprego do país e muitos problemas sociais que vão exigir muitos cuidados no futuro e que não vão suportar mais demagogias e encobrimentos à gestão de Jardim.

A autonomia, uma justa aspiração dos madeirenses, foi usada por Jardim e os seus padrinhos do continente, com os custos, despudoradamente, ao fim de 37 anos a serem atirados para as suas costas, criando constrangimentos aos níveis do salazarismo.

Os erros estratégicos da Madeira entroncam nos do conjunto do país. Claro que a cumplicidade do sistema jurídico não tem autoridade para julgamentos mas o povo tem. E está na hora de abalarmos este sistema corrupto de compadrios que é descarregado sobre o povo.

Luis Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

E os gajos das camaras daqui do continente que devem que se farta????? Só presos e que isto acaba!!!!!!Dos lideres Ps e Psd não escapava nenhum.São familias inteiras a mamar dos bons empregos. Põem a Madeira nos cornos do touro para safar a merda que vai pelo país.