sábado, 17 de setembro de 2011

Vai formoso… e não Seguro…



O congresso do P”S”, que entronizou António Seguro, mostrou o estado de falência das políticas deste partido. Foi um hino à “Troika”, tal como o calçadão de Quarteira.

Mudando o estilo e a forma, abandonando as apoteoses do passado como meio de “demarcação”, particularmente do socratismo, o discurso de liderança não dobrou as desconfianças internas e muito menos as da sociedade.

António Seguro mostrou-se ao lado da dívida a que o seu partido conduziu o país e, sem capacidade para além da linguagem, reafirmou o seu pagamento, simulando contrariar a linha governamental de pretender ir para além do contrato assinado.

Como a hora é de obediência e subalternização, seguro da missão para que o elegeram, atravessar a crise contribuindo com o que tem – o apoio parlamentar -, o novo secretário-geral apoiará e dará as indicações para a central sindical que influencia, de não alinhar em acções de rua que ponham em causa as metas do pagamento.

Seguro disse-o com todas as letras, lembrando o velho patrono Mário Soares (conhecedor dos meios para vergar um povo), vamos fazer uma corrida de fundo: “Faltam 4 anos para o objectivo”! De onde se conclui, que o objectivo não é combater o Governo e as suas políticas contra o povo português, porque se continuassem poder tinham de cumprir o assinado, o que, portanto, fá-lo-ão no conforto do casulo da Assembleia da República.

Inseguro de si e de como os protestos nacionais influirão na linha traçada para o partido, António Seguro vira-se para os parceiros da internacional, com propostas que sabe muito bem que as ratazanas instaladas deixam sair como entraram.

Sem auréolas externas, que os tempos são para as contas, os castigos e poucas conversas, nos alinhamentos internos, o senhor Seguro também não tem razões de peso nas suas escolhas. Alinharam com ele as franjas irrelevantes do socratismo e cujo perfil é o de somarem derrotas para o ex-líder e o partido.

Ao contrário do que Seguro quer vender para fora, apesar da bênção matreira do soarismo que sabe estar onde não está, as novas ordens internas não se fazem de debate e mudanças na linha política neo-liberal do P”S”, mas de colocação para os cargos do futuro…

À saída do desperdício de mais um congresso, o P”S” continua firme na crença abstracta da longevidade e inevitabilidade… do rotativismo, querendo, pelos meios ao dispor e para os olhos da comunidade internacional (leiam-se credores), associar-se à ideia da direita clássica, de que foi capaz de contribuir para dobrar os indígenas…

Seguro foi parte da construção da dívida, faz parte da mentira de que esta foi criada por razões externas, assume-se devedor e disponível para todas as medidas (se necessário a repressão já prometida pelo Governo antes de qualquer facto), que visem obrigar o povo português aos maiores sacrifícios da “democracia”…

E não será altura do povo perguntar que tipo de democracia é esta, que iliba os culpados das crises, que se apropriam dos valores acrescentados do trabalho e lhe imputa o pagamento?

A História marca encontros…

Luis Alexandre

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