segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Erguemo-nos em luta contra a troica e os seus serventuários




“Há dias foi efectuado pela Agência Moody’s, um corte de quatro níveis colocando Portugal, na categoria de lixo, a que se seguiu um coro de protesto e indignação, da UE, designadamente dos seus responsáveis, Passos Coelho “levou” um murro no estômago… quando soube esta atitude desta Agência de notação do capital… deixemos de lamúrias hipócritas.

Em Portugal foram estes mesmos, hipócritas que com lágrimas de crocodilo mostraram “indignação”, pois para além de terem dito mata, com o memorando da tróica, disseram logo esfola, antecipando as medidas de arrepio das promessas eleitorais, como o saque ao subsídio de Natal. E agora são os mesmos serventuários do capital que em nome do orgulho nacional, dizem-nos que temos que mostrar a essas Agências que vamos pagar a dívida, pedindo mais sacrifícios mais austeridade ao povo, expropriando para continuar a pagar, aos grupos financeiros, com os alemãs à cabeça, ao mesmo tempo que se continua a injectar milhares de milhões na banca, transferindo mais de mil milhões de euros dos nossos impostos para o BPN, para ser entregue ao futuro titular que sair do processo da privatização. Fica assim claro qual o destino dos 1.025 milhões de euros do corte do subsídio de Natal, um corte que não é para resolver os problemas económicos e sociais do país mas para continuar o esbulho, para financiar a especulação e tapar fraudes. É para aqui que vai o dinheiro dos nossos salários e reformas.

Com o endividamento do País, ganharam os que nos impuseram a liquidação do aparelho produtivo, (a quem passamos a comprar o que deixamos de produzir), ganharam os banqueiros nacionais, a quem o Estado limpou o prejuízo (veja-se o BPP e o BPN), resultado do agravamento da crise do capitalismo, que desde 2008 transformaram em dívida pública os prejuízos colossais do sector financeiro, ganharam os bancos da Alemanha, Reino Unido, Espanha, França e Portugal que se financiam a 1% junto do BCE e emprestam ao Estado português e cobram juros exorbitantes. E por isso a dívida resultou e agravou-se, não por causa dos trabalhadores “a viverem acima das suas possibilidades”, mas na financeirização da economia, na submissão e de subordinação ao grande capital nacional e estrangeiro.

Em resumo: o que aí vem é mais privatizações, pagamento e recapitalização dos bancos suportados pelos cortes nos rendimentos directo (salários) e indirectos (prestações socais e serviços públicos), versus exploração, recessão, falências em série, mais desemprego, mais precariedade, mais espoliação, mais miséria, e fome, para a maioria do povo. Desta vez executada por um Governo PSD/CDS, encabeçado por Passos Coelho – mas contando com o apoio habitual do PS traidor e com a empenhada colaboração do Presidente da República, aos ditames do FMI/BCE/UE. Uma verdadeira declaração de guerra aos trabalhadores e à nossa soberania, que só pode merecer o repúdio e rejeição do nosso povo, não só pelas medidas draconianas que nele estão contidas – mas também pela sua insustentabilidade do ponto de vista económico, tendo em conta as taxas de juros e prazos previstos. Um País, sem gerar receitas, sem crescimento económico, sem crescimento do PIB – não pode pagar dívidas com juros a 5,8% (mais de 30 mil milhões de euros a suportar em apenas 7 anos), a dívida portuguesa com este juro, é impagável. O que faz com que todo e qualquer empréstimo, como não temos economia e importamos mais de 80% do que consumimos, só possa ser pago à custa do agravamento das nossas condições de vida. A substituição do actual governo, por um governo democrático patriótico representa uma exigência que os trabalhadores e o povo português devem assumir inequivocamente como objectivo imediato da sua luta. Por isso, são tempos de luta os tempos que vivemos.

Tomemos nas nossas mãos os destinos das nossas vidas!

Lima

Amadora

Sem comentários: