Cerca de 200 pessoas protestaram hoje de manhã contra obras de requalificação da Estrada Nacional 125 (EN125), no Algarve, cortando o trânsito durante cerca de uma hora na zona de Vilamoura, em Loulé.
As ditas obras de requalificação da EN125 que prevêem o alargamento da via com a construção de quatro faixas de rodagem e um separador central, tem suscitado protestos veementes por parte da população que esta estrada atravessa, “as pessoas estão indignadas, elas já viviam mal com o trânsito e o barulho constantes e agora ainda lhes querem roubar parte dos terrenos e plantar-lhes uma estrada à porta de casa”, afirmação feita por José Mendes, presidente da Junta de Freguesia de Quarteira.
“Há alternativas”, sugere o autarca, argumentando que a manutenção das duas faixas é possível com a construção de “rotundas para que o trânsito flua” e de uma “circular que faça a ligação directa de Albufeira à Via Infante (A22) ”.
Vários moradores que se juntaram hoje ao protesto dão exemplos do que consideram uma usurpação indevida de seus terrenos à beira da estrada: Maria Amélia, 58 anos, emigrante em França e a dois anos de se reformar, teme que as obras de requalificação usurpem todo o jardim de sua casa, ao lado da EN125. “Trabalho há 40 anos em Paris para ter a casa que tenho e se for preciso vou lutar até à morte”, desabafou Maria Amélia.
Outro caso de inúmeras queixas, é de Óscar Aleixo tem uma mercearia e um café à beira da EN125 e está preocupado com os seus negócios, referindo que vai ficar sem lugares de estacionamento para os clientes e que as obras vão mesmo obrigar à destruição de umas escadas de acesso aos estabelecimentos.
Os moradores que contestam estas obras – mais uma vez sem contar com as reivindicações mais que legítimas das pessoas lesadas – estão a negociar uma reunião com as Estradas de Portugal para a próxima quinta-feira.
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