Texto publicado na edição de hoje do Jornal "A Avezinha"
SERVIÇO DE TÁXIS TEM DE SER FEITO COM DIGNIDADE
Ao projectar-se no universo das cidades turísticas, usando a sua invejável linha de costa, de características quase únicas, a cidade de Albufeira alcançou um estatuto que lhe confere muita responsabilidade aos olhos da população e dos visitantes.
Todos os aspectos do seu funcionamento são olhados com muita atenção e, mesmo os pormenores, não passam despercebidos.
Um desses aspectos que está na linha de observação e exerce um papel de conforto e de informação útil, na medida em que em muitas ocasiões é o primeiro contacto no terreno, é o serviço de Táxis.
O papel dos taxistas assume, neste contexto, uma relevância que influenciará o comportamento na estadia, na formação da opinião final sobre o local visitado e determinará as declarações entre amigos nos seus países de origem.
Neste sentido, pela importância do seu contributo para a actividade turística, o seu desempenho merece toda a atenção das autoridades para lhes proporcionarem boas condições de localização, comodidades e segurança, que se reflectirão na qualidade de atendimento.
No conjunto dos locais destinados à paragem de táxis, uns melhor organizados do que outros, o da Rua Alves Correis é sem dúvida o mais problemático, na medida em que não respeita um mínimo de condições de funcionalidade para operadores e clientes e nem agrada aos moradores da zona.
Esta situação específica já foi comunicada à Câmara Municipal pelos representantes dos taxistas, já foi alvo de queixas e pedidos de moradores e tem o apoio dos comerciantes da baixa, que juntam às suas reivindicações em matéria de ordenamento, mais este aspecto de mau gosto e desatenção.
Os dias que vivemos na baixa de Albufeira são muito complicados em matéria de negócios, situação que vem de há vários anos e que se agravará com a crise económica e financeira.
Depois das obras Polis/Câmara, os visitantes ocasionais e os turistas estrangeiros que aqui permaneciam vários meses de Inverno, têm diminuído consideravelmente.
A sazonalidade, ou seja o período de fracos negócios entre duas estações altas, tem aumentado assustadoramente, com todos os reflexos negativos na capacidade financeira das empresas, que são todas de pequena dimensão e sem grande capacidade negocial com fornecedores e bancos, que não conseguem estabilizar equipas de trabalho com as inevitáveis consequências ao nível do atendimento.
Albufeira e a sua baixa não estão no bom caminho, perdemos a circulação de milhares de pessoas e as razões para este descalabro, para além do Programa Polis/Câmara que fechou ruas e eliminou centenas de lugares de estacionamento que até hoje não foram repostos, são também o abandono, a descaracterização e a falta de um Projecto de Reabilitação do Centro Histórico, que a Câmara Municipal insiste em chamar de Centro Antigo, menos condicionado em termos legislativos, para que ali se possam continuar as obras particulares de demolição de edifícios com algum valor e a sua substituição por mamarrachos de vários pisos e para maiores proveitos na utilização dos terrenos.
A incapacidade dos últimos Executivos camarários em compreender estas situações, colocaram o Comércio e a Restauração numa situação de grandes dificuldades e reduziram, por tabela, a actividade dos táxis.
Quando por toda a parte se procura mudar de estratégia turística, recuperando ao máximo os Centros históricos como alavanca promocional, aqui existe um adormecimento doentio e muito pouco claro.
Precisamos de um centro de cidade activo, com negócios de grande valor e servida de bons transportes em condições de eficiência e segurança, que tragam e levem clientes, numa dinâmica de vivacidade e desenvolvimento.
Luis Alexandre
presidente da ACOSAL
Dezembro de 2008
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4 comentários:
É a altura ideal para pedir o que quer que seja à camara, é vespera de eleiçoes.
De certeza que eles vão solucionar o problema antes destas acontecerem.
Os taxistas são homens de circulação e com eles circula muita informação.
A Câmara Municipal não os atende porque a ideia não partiu de ninguem do lado deles e isso bloqueia-os e leva-os a terem medo de agir, porque estariam a ceder a criticas.
Este é o perfil psicológico dos Presidentes da Câmara e da Assembleia Municipal: nada de cedências!
A aproximação de eleições e a claríssima perda de influência e popularidade, poderão determinar mudanças? Duvido!Esperemos!
Não me parece que qualquer pressão de um munícipe, ou de vários, tenha qualquer resultado visível no âmbito do sistema vigente na nossa terra. A atitude instalada é a do absolutismo e a do desdém pelos súbditos. Despotismo, totalitarismo, ditadura... chamem-lhe o que quiserem. São apenas palavras, umas com sentidos mais pesados do que outras.
Cada um atribui-lhes o sentido que quiser, mas que aqueles que aqui trabalham e têm as sua actividades se sentem menosprezados, tratados abaixo de cão, silenciados, ignorados, tornou-se LUGAR COMUM.
Os taxistas são rotulados de personas não gratas, os hoteleiros de ricaços, os micro-empresários de exigentes, garganeiros ou ignorantes, o simples morador é tratado como gente sem importância a cujas necessidades não interessa atender...
A maioria dos munícipes é vista como gente que não interessa, que só dá problemas e que não merece atenção... para quem os gere, claro.
Este blogue, ou um qualquer sistema panfletário, pouco andiantará, enquanto as consciências de quem se reveste do poder político se esquecer da sua condição humana e do respeito que é devido aos seus semelhantes.
Foram eles que os elevaram ao poder e são eles que merecem o mais elevado respeito. São as suas necessidades a primeira promessa a ser cumprida e não aquela que fica sempre por cumprir.
A desilusão instala-se no ínterior dos albufeirenses e dos portugas em geral, e eles, ordeiramente resignam-se... pronto já é hábito batermos palmas a alguém que depois não nos atende e se esquece de nós... e de novo os eleitores levantam a cabeça que nem bonecos teimosos, esperançosos de que os próximos governantes sejam melhores... e de novo vem a desilusão... mais uma vez ninguém se preocupa com os seus problemas e necessidades essenciais, ideias ou propostas... mais uma vez relegados ao esquecimento.,..
20 anos da outra vez e agora quase dez...
Um ciclo doentio de que parecemnos não conseguir sair...
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