Os acontecimentos resultantes da crise económica e financeira, que ultrapassam o limiar da preocupação, começam a ganhar uma dimensão de verdadeiro desastre para o conjunto do País e, com particular gravidade no Algarve, pela sua super dependência da mono cultura do Turismo.
Os ventos sopram fortes e a nossa Região, não está só a ser fustigada pelo desemprego sazonal mas a quebra de turistas e de vendas, que o Fim do Ano já puseram a nu, estão a ter um impacto negativo do qual resultarão falências, ainda mais desempregados e o consequente impacto desagregador do tecido social e económico.
Albufeira, tem sido a primeira zona do Algarve a mexer e a última a acabar a actividade turística, e se essa situação, em condições normais, acaba por atrasar as leituras mais exactas, as noticias vindas do Instituto de Emprego que dão conta de um aumento superior ao normal na taxa de desemprego, são um péssimo sinal da dimensão e profundidade da crise que se veio abater sobre nós.
Os relatos que nos chegam dos quatro cantos do Algarve e do Concelho, de elevado endividamento e incumprimento de responsabilidades por parte de cidadãos e empresas, vão-nos colocar uma diversificada quantidade de problemas, na natureza, origem e gravidade, que exigirão um grande envolvimento de solidariedade da sociedade civil e das suas organizações, habituadas a fazerem das tripas coração mas, cabem às entidades oficiais, o papel principal.
Quando por todo o lado nos chegam noticias de reacção, com origem nas Assembleias Municipais, através da constituição de Gabinetes de Crise para fazerem o levantamento, acompanhamento e procurar soluções para quem precisa, aqui, não se vislumbra qualquer atitude por parte dos Órgãos Autárquicos.
Mesmo depois de aprovados muitos dos Orçamentos Municipais, algumas Autarquias corrigem a sua posição e tomam medidas concretas de assegurar a sustentação das empresas e dos postos de trabalho, eliminando ou reduzindo temporariamente taxas e impostos que recaem sobre os seus cidadãos.
No Concelho mais rico do País, que ainda se dá ao luxo de ter dinheiro a render nos Bancos e transportou para 2009, cerca de 30 milhões de euros, existem condições privilegiadas para se proceder à aplicação de um pacote de ajudas e, nesse sentido, a ACOSAL vai apresentar ao Presidente da Assembleia Municipal a seguinte moção:
1. O aprofundamento da crise a partir de Setembro passado, tem criado muitos constrangimentos na sociedade portuguesa, com as famílias e as empresas a entrarem em enormes dificuldades para cumprirem os seus compromissos;
2. Que Albufeira, também é um Concelho vulnerável, com dificuldades acrescidas provocadas pelas especificidades como a sazonalidade, que representam insuficientes receitas e desemprego prolongado;
3. Que as dificuldades estão a subir exponencialmente, abrangendo um cada vez maior número de famílias e indivíduos, que não conseguem pagar as contas regulares para manterem a sua dignidade;
4. Que compete às autoridades, prestar todo o auxilio inerente ao respeito pelos direitos constitucionais dos cidadãos;
5. Vimos propor que seja constituído um Gabinete de Crise, cujo objectivo é fazer o levantamento exaustivo de todas as situações de pobreza, exclusão social, endividamento de famílias e pequenas empresas, devendo a Câmara, de forma imediata e à medida que tenha conhecimento dessas situações, prover à resolução ou minimização das mesmas.
Luis Alexandre
presidente da ACOSAL
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2 comentários:
Mais do mesmo...
É preciso manter a pressão alta e obrigar esta Câmara a olhar pelos problemas. Temos sempre de lhes andar a puxar pela manga que eles nunca reparam nos problemas da população. Esta moção vai por-lhes a cabeça às voltas e baixar-lhes a crista. E já me convenci que não nos respeitam e a táctica é mesmo só bailaricos e subsidios para quase tudo o que é aassociação que controlam ou querem começar a controlar.
A população e os problemas que sabemos existirem e estarem a aumentar, que se lixe e se desenrasque.
brejos
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