quarta-feira, 19 de outubro de 2011

OE 2012: Cavaco no limite...





M
ais uma vez Cavaco Silva, depois de mais um silêncio conveniente, vem lamentar-se sobre violação da equidade fiscal no Orçamento”…um fartar!

Interessante é alguns oportunistas que se dizem da oposição apostarem na ilusão de que Cavaco Silva poderá vetar o orçamento. Achamos que não se devem alimentar ilusões. Mesmo que, eventualmente (o que não acreditamos que aconteça), o presidente vete o OE 2012, a consequência desse veto é rapidamente anulada pela reapresentação no parlamento do mesmo documento, para nova votação que, obviamente, passará com a maioria dos votos do PSD e do CDS/PP e, muito provavelmente, com a abstenção ou mesmo voto a favor do PS (que poderá sempre escudar-se que aprova na generalidade, esperando que na Comissão da Especialidade, possa inverter algumas das medidas).

Além disso, as declarações do PR no recente encontro de economistas, vindas de quem "tem sempre razão e nunca se engana", afirmar que podemos "estar no limite" e que "subsistem naturalmente dúvidas" sobre se "os sacrifícios a ser exigidos aos portugueses valem a pena, e se nos conduzem a bom porto", é, no mínimo, de um oportunismo inqualificável. É a desresponsabilização absoluta da origem e da natureza desta crise e da correspondente "dívida soberana", é um lavar de mãos como Pilatos, é um escamotear das reais consequências das medidas que este governo - que é da cor política e defende a mesma estratégia neoliberal que o presidente Cavaco - está a impor, é escamotear que se ele estivesse, de facto, preocupado com a situação poderia sempre exercer o seu poder de veto. Mas não, o governo e o presidente, uma vez mais, fazem aquele papel do polícia bom e do polícia mau (por vezes invertem os papéis). O polícia mau - o governo - desanca nos trabalhadores e no povo português, para, de seguida, vir o polícia "bom" - o presidente - com estas pseudo "dúvidas existenciais".

Não podemos cair no logro! Lutar continua a ser o único caminho que nos resta
!

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