quinta-feira, 27 de outubro de 2011

As filigranas e os “retrates”

Cumprindo a sua palavra (haja uma vez), a ACRAL accionou um gabinete de advogados seu parceiro, dirigindo-me uma carta registada a pedir que me retrate em oito dias (escusado será dizer que o tempo já expirou), no mesmo local (este), pelo conteúdo do meu texto publicado em Julho e que incomodou as excelências.

Diz o arrazoado jurídico do texto, longo e inexplícito, como convém, que o senhor João Rosado, presidente em exercício, se sente ofendido no bom nome, tal como a associação e que, para salvar a minha pele, eu devo retratar-me publicamente.

Como não tiro uma vírgula à minha liberdade de opinião e não vejo ofensas (esta gente que ocupa cargos julga-se protegida), porque se as houver serão em sentido inverso, na opinião pública e nos comerciantes, que ficaram espantados com o alcance das novas capacidades desta associação e a deriva no campo de intervenção.

Longe vão os tempos de dificuldades de tesouraria (?!), que com a entrada deste super gestor presidente, levaram uma volta para novas aventuras que em nada percebemos os fins no que concerne aos interesses dos comerciantes que, afinal, são o objecto fundamental da actividade estatutária desta associação.

No meu texto pedia-se o esclarecimento sobre a origem dos recursos, que não teve qualquer explicação pública (sintomático), nem na carta dirigida, mas veio do blogue “Olhão Livre”, que lançou um novo anátema afirmando que a compra do jornal online “O Observatório do Algarve”, que tem como co-proprietário Nuno Aires, vice-presidente da ERTA, foi feita pela Canalalgarve, detida pela ACRAL, que recebeu um subsidio de igual montante do valor da compra, atribuído por este gestor da entidade de Turismo do Algarve, onde se configura um tráfico de influências e meios, não desmentido.

Quase em simultâneo, o director do quinzenário “A Avezinha”, com sede em Paderne, escreveu em editorial uma queixa direccionada a denunciar uma mudança de critérios da atribuição da publicidade oficial em benefício de preferências, onde aparece o “O Algarve”, agora o palco de tudo o que cheira a “poder”.

As acusações que me são dirigidas, que nos critérios democráticos julgo sem consistência, não me demovem de exercer a minha actividade crítica sobre esta associação que tem um rasto de morte e compadrio com factos que não me importo de levar a Tribunal.

Aí sim, espero que o meretíssimo Juiz me prove a necessidade de retratar, caso seja aceite mais uma nova perda de tempo nos Tribunais, por umbigos mal resolvidos!

Luis Alexandre

Sem comentários: