domingo, 9 de outubro de 2011

E depois do 8 de Outubro?










Apesar de ter sido a maior participação em protesto contra as portagens, traduzindo o acumulado de repúdio, não podemos deixar de analisar que a mobilização mostrou flagrantes ausências e só provocou… embaraços imediatos…

Faltaram à chamada os camiões, os autocarros, os táxis, as rent-a-car, tal como não se viram as identificações dos sectores sindicais. Não se identificaram como não declararam em tempo útil de mobilização a sua intenção de presença. Associações empresariais e autoridades, cumpriram a defesa da medida…

Quanto às declarações de balanço e de futuro… ouvimos as velhas razões em tom agressivo…de puro lamento…, o retorno às cartas de sensibilização de diferentes autoridades, que vão chegar em nova ronda até ao Presidente da República e, o mais longe… que foi apontado, será o uso da providência cautelar…, forma já chumbada noutras paragens. É a explicação pública do sempre… para outras caricaturas de protesto… e para a aceitação lenta… da derrota!

Gastos os tiros dos projectos de lei legalistas e derrotistas que em cada legislatura enchem os caixotes de lixo do folguedo do parlamento, com afirmação de que cumpriram (?!), as ilusões são trazidas para a rua, sob a forma de protestos sem objectivos… para a estratégia de levar as pessoas a acreditarem que é nos jogos eleitorais e nos votos em determinados actores, que os problemas se resolvem.

Os factos não mentem e até hoje os trabalhadores que esta gente diz representar só têm alcançado derrotas, com mais desemprego, menos regalias, mais abusos, precariedade, mais impostos, cortes de salários e ameaças variadas.

No norte, as portagens correm em feição do Governo, em prejuízo dos utilizadores e das populações afectadas pelo aumento da circulação e os protestos já lá vão, no centro apelida-se o portajar de crime e aflora-se timidamente a insubordinação, porque as maiorias também se abatem e, no sul, vamos até ao revolucionarismo… da providência, numa demonstração clara que as forças dirigentes nunca desenvolveram qualquer trabalho de unificação de lutas e objectivos.

O ministro tem o dossier fechado para ir em frente, é de Tomar e também vai pagar, disse, não vê injustiça, nem os seus comparsas da província mas, os que vêem e a demonstram, não são capazes de contrapor a organização da recusa do pagamento, que afinal tem a justificação… de ser justa!

O caminho que agora se põe não são trâmites de papéis e queixas mas o de não cumprir o que achamos uma injustiça, que não tem de morrer esmagado pelas teorias liberais do utilizador-pagador, quando o Estado falha os princípios do desenvolvimento regional e da segurança das pessoas.

Se 30 ou 40 mil pessoas por todo o território se recusarem a pagar, com uma retaguarda de milhões, o Estado e a injustiça que espalha têm do seu lado o ónus da prova!

Qualquer mobilização futura (?!), ficou condenada a um qualquer calendário político… e o Governo e os seus apoios provincianos… agradecem…

Luis Alexandre

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