segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cultura ou morte



Numa entrevista recente, Francisco José Viegas, o putativo secretário de Estado da Cultura e intelectual de serviço deste governo reaccionário, veio muito prazenteiro apresentar as suas medidas sobre a cultura neste canto à beira mar plantado…subsídios, objectivos…para conquistar público…e outras coisas do género, e claro cortes e mais cortes…o memorando muito “cultural” acordado é exímio neste corte…suprime, reduz, elimina, e já está…viva a cultura ao metro!

Muito mais haverá a dizer sobre as matérias subjacentes às cortadelas culturais deste escriba de serviço…sobre a sua mentalidade muito peculiar (ele sente-se odiado e perseguido…) mas hoje focamos ao que está a ter hoje mais impacto: a questão da gratuitidade da entrada nos museus, materializada neste momento entre as 10 às 14 horas de Domingo, e que o governo terá decidido eliminar reduzindo-a a um dia por mês…

O secretário do estado desta cultura, afirmou, que apenas 36% das entradas são pagas e que o ideal seria que essa percentagem subisse para os 80 por cento. Não sabemos que contas ele faz (o Crato pode ajudar…), mas certamente que este diferencial não corresponde à gratuitidade semanal de 4 horas…e fica-se sem saber se também serão eliminados os actuais descontos e as entradas gratuitas em visitas das escolas…e claro os turistas…esta fauna aproveita desta “benesse”, também…

Por último o Viegas declarou também, sem pestanejar, que a decisão tinha sido tomada depois de ouvidos os responsáveis principais dos museus. Ora acontece que estes já vieram desmenti-lo, por exemplo na pessoa de Luís Raposo, presidente do Conselho Internacional de Museus: «Desde Julho que estamos a pedir uma audiência ao secretário de Estado e ela ainda não foi concedida, e sei, pelo contacto que tenho com a outra associação de museus, que existe em Portugal, que também ainda não foram recebidos. Portanto, não sei a que representantes de profissionais dos museus se refere o secretário de Estado quando diz que os recebeu», o presidente do ICOM, acrescenta que este «é caso único porque é tradicional e da boa praxe democrática que se ouçam os profissionais representativos como é o nosso caso».

E conclui: «Isso é uma situação que não existe em parte nenhuma do mundo civilizado, do mundo ocidental. Estaríamos numa situação perfeitamente sui generis de procurar que 80% das pessoas que se deslocam aos museus tenham de pagar bilhete.»

E mais não é preciso demonstrar quais os objectivos deste governo quanto à Cultura…eles preferem o grito viva a morte em detrimento do viva a cultura…nada de mais, porque como bons cumpridores dos ditames da Tróica e da sua chefe Merkel, as medidas ordenadas querem impor mais fome, miséria, seja física ou mental…é fartar vilanagem!

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