A Madeira continua… um Jardim
O velho recurso a todo o tipo de chantagens sobre a população voltou a funcionar, exercido pelo caciquismo que tudo vigia e controla e com a Igreja, como sempre, a desempenhar o seu papel territorial de elevação da obra clerical oferecida pelo erário.
O que ressalta nestas manobras da burguesia no poder, é que os números da crise, que continuam escondidos por razões estratégicas, encaixam os distúrbios financeiros (muitos deles estão por vir à tona a julgar pela timidez do palavreado do novo resgate) e o que importava na Madeira era não perturbar o velho aliado, que lança impropérios em todas as direcções… e precisa de dinheiro para continuar a senda.
Tudo o que se passou na Madeira foi planeado com os Governos centrais, naqueles tempos não se faziam contas e os delírios do senhor Jardim e do velho comparsa Guilherme Silva, um dos mentores da “obra e dos custos” da ilha, tinham a retribuição de permitir os Orçamentos de Estado que nos levaram ao fundo.
Com o resultado das eleições sempre controlado e o braço esquerdo da direita bem alimentado para a derrota, comprovada no derrame do P”S” (sempre colaboracionista) e no esvaziamento do P”C”P e do B”E” (herdeiro da UDPide local) e apoiado na distracção da cartola do tiririca Coelho, o passo da imagem da República é o lançamento de um combinado acordo de reestruturação da dívida da Madeira.
Este acordo, pretexta mão pesada sobre a população local que vem sofrendo os efeitos gerais da crise e leva à perda de valores autonómicos por culpa da gestão do PSD. Para solver a dívida que contraiu e muita dela desperdiçada, Jardim, para a sua sobrevivência política e liberdade física, voltou a vender o que chama de “povo madeirense”.
É claro que o Governo central não deixará de manifestar a solidariedade para com os cofres vazios da região, levando a farsa do senhor Jardim até novas soluções. A dívida da Madeira será incluída na dívida global do país e o financiamento far-se-á… criteriosamente… para contribuinte e eleitor ouvirem…
Mas o que tem de ficar claro, é que a luta dos madeirenses entronca na luta mais geral do país, contra este Governo reaccionário que nos quer obrigar a pagar uma dívida que não contraímos!
A pergunta é: até quando e porque não pensamos pelas nossas próprias cabeças, para exigir um Governo Democrático e Popular, com políticas que sirvam a independência do país, a produção nacional e a distribuição de riqueza?
Luis Alexandre
Sem comentários:
Enviar um comentário