O euro é fundamental para a dominação da Alemanha sobre a Europa...
Não é a Alemanha que é indispensável à sobrevivência do euro. É o euro que é indispensável à estratégia de dominação do imperialismo germânico sobre a Europa.
A
Cimeira da União Europeia que terminou ontem, tem de ser
contextualizada no panorama geopolítico internacional, em que a
superpotência imperialista americana pretende recuperar a sua hegemonia e
a Alemanha se quer posicionar de forma a, por um lado, demonstrar ser o
aliado mais forte dos EUA e, por outro, não vir a perder influência,
nem ver comprometidos os seus interesses face a um cada vez mais
agressivo imperialismo chinês – que já se comporta como nova
superpotência -, que já demonstrou a sua capacidade em se aliar com os “inimigos” de ontem, a Rússia, nesta contenda pelo domínio mundial.
As desesperadas tentativas de chantagem exercidas pela chefe do IV Reich, a Srª Ângela Merkel, que têm o apoio canino do seu “valet de chambre”, o salta-pocinhas Sarkozy, antes da realização da dita Cimeira, decorrem do facto de a Alemanha saber, de há muito, que o “projecto europeu”
só servirá efectivamente os seus interesses de dominação sobre os
restantes países europeu, se conseguir impor a moeda única.
Paulatinamente, foi convencendo vários países a aderir a esta ideia,
prometendo-lhes o paraíso do leite e do mel em abundância, conseguindo
que as burguesias vendidas de 17 dos 27 países que integram a União
Europeia ao euro aderissem.
Esta
Cimeira não representou, pois, mais do que um novo patamar para novos
golpes que a tróica germano-imperialista tem levado a cabo para dominar e
espezinhar os povos e países da Europa, arrogando-se a tomar medidas
absolutamente fascistas e antidemocráticas como depor governos e colocar
em sua substituição os seus homens de mão.
Mas,
de facto, o euro foi desenhado, desde a sua génese, como o novo marco
ou o marco travestido de euro! Como a única entidade com capacidade e
autoridade para emitir esta moeda e controlar os seus fluxos é o BCE,
melhor se entenderá a teia que a Alemanha teceu para vir a manietar e
dominar os restantes países europeus.
Muito antes de “sugerir”
o euro, o imperialismo germânico foi impondo a destruição da capacidade
produtiva e do tecido produtivo, sobretudo industrial, da esmagadora
maioria dos países europeus, salvaguardando essa capacidade para a
Alemanha, onde esta não só foi mantida como cresceu e se fortaleceu. Com
tal manobra a Alemanha consegue ter superavits importantes,
dominar em termos de capacidade industrial e financeira todos os outros
países que, entretanto, aderiram ao euro, por virtude de terem passado a
depender daquilo que importam para poder fazer “funcionar” as suas economias, levando-os a graus de endividamento nunca antes atingidos.
Os factores combinados das “crises orçamentais” com a crise do sub-prime
americano, criaram as condições ideais para que uma entidade como o
BCE, cujo capital social é inteiramente privado, e em que os grupos
financeiros e bancários alemães predominam, mercê da taxa de
participação de cada país em função do seu PIB, se transformasse no
principal instrumento da dominação germano-imperialista. Desde logo
porque foi imposto que os estados não poderiam recorrer directamente a
crédito nessa instituição, a um juro de 1%, mas tão só os bancos que,
depois, o “emprestariam” aos Estados a taxas de juro de 5 e 6%!
As “dívidas soberanas”
passaram a ser, por um lado, um excelente negócio, pois proporcionam
taxas de juro faraónicas e, por outro, um factor poderosíssimo de
chantagem sobre governos e governantes vende-pátria que ficam
satisfeitos com as migalhas
que a chefe do IV Reich lhes reserva a troco de submeterem os seus povo
à miséria, à fome, ao desemprego e precariedade e os seus países ao
esbulho dos seus activos e empresas estratégicas por parte do
imperialismo germânico. Isto é, traidores que se vendem por trinta
moedas a troco de submeter os povos e países europeu à condição de
colónia ou protectorado da poderosa Alemanha!
Esquecem-se
todos eles, no entanto, que os povos têm um passado histórico de
resistência e luta contra todas as tentativas de invasão e domínio,
sejam quais forem as potências que tivessem tido a arrogância de levar a
cabo tais desígnios.
É certo,
que desta Cimeira saiam novos compromissos entre o eixo Bona/Paris e os
governantes vende-pátrias de vários países europeus, incluindo
Portugal. É certo que os interesses do imperialismo germânico saíram
reforçados desta Cimeira.
Mas,
à medida que os trabalhadores e os povos da Europa se começam a
organizar e as lutas começam a ter cada vez maior amplitude contra as
medidas terroristas e fascistas que sobre eles estão a ser lançadas,
mais se revelará, no fim, que essa será uma vitória de Pirro da dupla Merkel/Sarkozy!
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