domingo, 11 de dezembro de 2011

O euro é fundamental para a dominação da Alemanha sobre a Europa...




Não é a Alemanha que é indispensável à sobrevivência do euro. É o euro que é indispensável à estratégia de dominação do imperialismo germânico sobre a Europa.

A Cimeira da União Europeia que terminou ontem, tem de ser contextualizada no panorama geopolítico internacional, em que a superpotência imperialista americana pretende recuperar a sua hegemonia e a Alemanha se quer posicionar de forma a, por um lado, demonstrar ser o aliado mais forte dos EUA e, por outro, não vir a perder influência, nem ver comprometidos os seus interesses face a um cada vez mais agressivo imperialismo chinês – que já se comporta como  nova superpotência -, que já demonstrou a sua capacidade em se aliar com os “inimigos” de ontem, a Rússia, nesta contenda pelo domínio mundial.

As desesperadas tentativas de chantagem exercidas pela chefe do IV Reich, a Srª Ângela Merkel, que têm o apoio canino do seu “valet de chambre”, o salta-pocinhas Sarkozy, antes da realização da dita Cimeira, decorrem do facto de a Alemanha saber, de há muito, que o “projecto europeu” só servirá efectivamente os seus interesses de dominação sobre os restantes países europeu, se conseguir impor a moeda única. Paulatinamente, foi convencendo vários países a aderir a esta ideia, prometendo-lhes o paraíso do leite e do mel em abundância, conseguindo que as burguesias vendidas de 17 dos 27 países que integram a União Europeia ao euro aderissem.

Esta Cimeira não representou, pois, mais do que um novo patamar para novos golpes que a tróica germano-imperialista tem levado a cabo para dominar e espezinhar os povos e países da Europa, arrogando-se a tomar medidas absolutamente fascistas e antidemocráticas como depor governos e colocar em sua substituição os seus homens de mão.

Mas, de facto, o euro foi desenhado, desde a sua génese, como o novo marco ou o marco travestido de euro! Como a única entidade com capacidade e autoridade para emitir esta moeda e controlar os seus fluxos é o BCE, melhor se entenderá a teia que a Alemanha teceu para vir a manietar e dominar os restantes países europeus.

Muito antes de “sugerir” o euro, o imperialismo germânico foi impondo a destruição da capacidade produtiva e do tecido produtivo, sobretudo industrial, da esmagadora maioria dos países europeus, salvaguardando essa capacidade para a Alemanha, onde esta não só foi mantida como cresceu e se fortaleceu. Com tal manobra a Alemanha consegue ter superavits importantes, dominar em termos de capacidade industrial e financeira todos os outros países que, entretanto, aderiram ao euro, por virtude de terem passado a depender daquilo que importam para poder fazer “funcionar” as suas economias, levando-os a graus de endividamento nunca antes atingidos.

Os factores combinados das “crises orçamentais” com a crise do sub-prime americano, criaram as condições ideais para que uma entidade como o BCE, cujo capital social é inteiramente privado, e em que os grupos financeiros e bancários alemães predominam, mercê da taxa de participação de cada país em função do seu PIB, se transformasse no principal instrumento da dominação germano-imperialista. Desde logo porque foi imposto que os estados não poderiam recorrer directamente a crédito nessa instituição, a um juro de 1%, mas tão só os bancos que, depois, o “emprestariam” aos Estados a taxas de juro de 5 e 6%!

As “dívidas soberanas” passaram a ser, por um lado, um excelente negócio, pois proporcionam taxas de juro faraónicas e, por outro, um factor poderosíssimo de chantagem sobre governos e governantes vende-pátria que ficam satisfeitos com as migalhas que a chefe do IV Reich lhes reserva a troco de submeterem os seus povo à miséria, à fome, ao desemprego e precariedade e os seus países ao esbulho dos seus activos e empresas estratégicas por parte do imperialismo germânico. Isto é, traidores que se vendem por trinta moedas a troco de submeter os povos e países europeu à condição de colónia ou protectorado da poderosa Alemanha!


Esquecem-se todos eles, no entanto, que os povos têm um passado histórico de resistência e luta contra todas as tentativas de invasão e domínio, sejam quais forem as potências que tivessem tido a arrogância de levar a cabo tais desígnios.

É certo, que desta Cimeira saiam novos compromissos entre o eixo Bona/Paris e os governantes vende-pátrias de vários países europeus, incluindo Portugal. É certo que os interesses do imperialismo germânico saíram reforçados desta Cimeira.

Mas, à medida que os trabalhadores e os povos da Europa se começam a organizar e as lutas começam a ter cada vez maior amplitude contra as medidas terroristas e fascistas que sobre eles estão a ser lançadas, mais se revelará, no fim, que essa será uma vitória de Pirro da dupla Merkel/Sarkozy!

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