Macário, o justiceiro
Depois da guerra com os bombeiros, de rescindir com 190
funcionários precários, de ameaçar faltar com o apoio ao transporte das camadas
amadoras do S.C.Farense, da cambalhota das portagens, da volta atrás sobre
ocupação ou lazer no uso dos terrenos em frente ao Jumbo, da chancela sobre o
projecto Decatlhon, da incapacidade em convencer a Banca e usar o visto do
Tribunal de Contas, o Engº Macário Correia quer agora “acabar com o cheiro a
álcool na Câmara”.
Seguindo as pegadas de outros congéneres, o presidente da
edilidade farense elegeu o combate à alcoolemia como razão das suas motivações
autárquicas. Diz conhecer o problema entre paredes e quer convencer estas
pessoas a regenerarem-se.
Para tal, tem em discussão pública um projecto que explicita
a sujeição aleatória de todos os funcionários. Nem mais. Para ajudar a
regenerar uns quantos, os mais de 600 funcionários vão andar todos os meses na
roleta de soprarem o balão.
Confundir uns quantos com a humilhação da generalidade,
leva-nos a crer que o presidente imagina estar a combater uma epidemia. O que nos
leva a pensar que tanta imaginação e cuidados, extravasam a racionalidade das
coisas e até o uso equilibrado das competências.
Se não se estranha a extravagância presidencial, o que
estranhamos é a resposta complacente do Sindicato do sector, que diz
publicamente não se opor, desde que tudo se faça dentro do seu conhecimento, da
não divulgação de resultados e com a supervisão de pessoal da área da saúde.
Tal tomada de posição, que segue a mesma linha de raciocínio
camarário, de confundir o todo com uma pequena parte, parece-nos lesiva dos
interesses dos trabalhadores e da sua dignidade. Trata-se de uma cedência
perigosa e acaba por se inserir na teoria oficial deste Governo e anteriores,
de que são os trabalhadores os responsáveis pelo descalabro da situação do país
e, no caso em questão, da autarquia.
Com tanta matéria autárquica na gaveta, este desiderato de
Macário Correia, tal como o de propagandear a entrega de cabazes em público
fazendo espectáculo com a pobreza, revela uma profunda distorção de valores no
tratamento das pessoas.
Poderemos esperar que a assembleia municipal ponha ordem
nesta forma de investidas?
Luis Alexandre
1 comentário:
À atenção dos funcionários da Câmara de Albufeira... e (alguns) vereadores.
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