Exportar… portugueses
O actual Governo PSD/CDS, completamente impotente para
encontrar soluções para a economia e finanças do país, sem ser pela cartilha da
Troika e dos interesses do imperialismo alemão, incita à emigração e até
adianta mercados, o que faz supor uma intenção trabalhada.
Depois do saque às famílias ao longo de uma geração e com os
jovens a engrossarem a percentagem dos desempregados, entre eles mais 60 mil
licenceados que suportaram o roubo das propinas, a disseminação e a falta de
qualificação de cursos (sobretudo nas privadas pela falta de fiscalização do
Estado) e até o endividamento bancário, o Governo aponta-lhes o olho da rua.
Aos que ficarem, novos ou velhos, reservam-lhes o aumento da
carga horária, o aumento dos impostos sobre o trabalho, a redução das férias, o
policiamento laboral e as classificações, transportes caros, limitados e à
pinha, custo de vida em alta e ao arbítrio, crédito racionado e especulativo
para qualquer necessidade, a garantia de que os despedimentos se farão debaixo
da disposição dos patrões a preços de saldos e as reformas sairão no futuro
pela metade dos valores.
Como o desempenho que
está reservado ao país na próxima década é o seu apagão para o pagamento dos
atrasados (a famosa dívida especulativa contratada entre políticos e grandes
capitalistas a coberto dos Tratados da UE), as grandes multinacionais não vêem
qualquer atracção ao investimento, porque nem o momento aconselha por razões de
turbulência social, nem existe capacidade para os indispensáveis… incentivos.
Na realidade, o que o governo quis dizer através da panóplia
de intervenções é que, Portugal, depois da importação maciça de mão-de-obra
barata para servir as obras da dívida acumulada, agora tem excesso de oferta e
os portugueses desempregados são um peso e um problema.
A experiência social
dos indignados que nasceu da revolta sem nome e até agora se mantém controlada,
pode vir a representar uma enorme força de protesto e de difícil controlo.
Logo, a emigração e o espalhar destes elementos é uma das soluções, dentro de
uma visão de mais-valias para a Banca e para o Estado.
Nesta tentativa de campanha do Governo, que joga com o tempo
e o encostar às cordas de muitos portugueses, os seus sentimentos, a sua
auto-estima e o desejo de servir a economia do país não é respeitada, vingando
a manobra despudorada de nos sentirmos empurrados para fora.
As afirmações em
escala governamental, depois de um secretário de Estado e do primeiro-ministro,
tiveram o clímax recente na boca do número dois do Governo, Miguel Relvas, que
foi peremptório em responder aos críticos que “não entendiam a adaptação aos
novos tempos”.
Para o Governo que se prepara para mais um golpe
constitucional de alienação da independência nacional (o P”S” está com a corda
ao pescoço pela decisão) por imposição da Alemanha (o nosso principal credor),
negando a capacidade de nos governarmos, “os novos tempos” representam a
imposição do trabalho escravo, da pobreza quase generalizada, do desespero para
as novas gerações e, quem não concordar, tem a emigração como solução.
Em seis meses, Governo e a sua muleta parlamentar não
construíram nada! Aos trabalhadores e às suas organizações, aos jovens
indignados e aos reformados, compete-lhes assumir o papel histórico de lutar
por um país diferente e condições de vida para a sua felicidade!
Luis Alexandre
Sem comentários:
Enviar um comentário