domingo, 8 de janeiro de 2012

Maçonaria: luta de classes versus "teorias da conspiração"!


 
Assistimos nos últimos dias a uma espécie de frenesim, quase a raiar o histerismo, que começou nas redes sociais e rapidamente saltou para as primeiras páginas dos jornais e telejornais nacionais, sobre maçonaria, maçons e lojas maçónicas.

Pela mão de uma certa pequena-burguesia “bem pensante” da nossa praça, o tema ganhou, inclusive, o fórum parlamentar, tendo o “assunto” merecido honras de destaque na agenda dos debates vácuos que normalmente se produzem naquela casa, donde nunca se viu sair uma norma, uma lei ou uma decisão favorável aos trabalhadores e ao povo português, bem antes pelo contrário.

Numa situação política que se caracteriza por uma autêntica declaração de guerra da burguesia e do grande capital aos trabalhadores e ao povo português, devemos questionar-nos sobre a quem serve este mediatismo todo em torno da existência – há muito conhecida – destas seitas.

Certamente que o ego dessa “esquerda catedrática” sairá fortemente massajado e engrandecido. Essa “esquerda parlamentar” que tudo faz para contrapor à análise científica e marxista assente na luta de classes como motor da história, as “teorias da conspiração”, da existência de “poderes ocultos”, que tomam decisões “injustificáveis” movidos por um “maquiavelismo” irracional.

Ora, enquanto se discute o sexo dos anjos, outras minudências e vacuidades, não se discute o que é essencial, o que mais interessa aos trabalhadores e ao povo português discutir. Isto é, como é que as medidas terroristas e fascistas que este governo vende-pátrias de PSD e CDS, com o beneplácito do PS, lhes está a querer impor vai afectar as suas vidas.

Enquanto se entretêm neste tipo de debates, não se denuncia nem se discute o TRABALHO ESCRAVO, o roubo do subsídio de férias e de natal, os aumentos brutais de todos os serviços, que implicarão uma degradação sem precedentes da qualidade de vida dos trabalhadores e do povo português, não se discutem as privatizações a preços de saldo que comprometem a nossa soberania e lançam milhares no desemprego, nem as constantes fugas de capitais para paraísos fiscais, enquanto o povo morre à míngua.

Isto é, não se discutem as medidas que este governo serventuário está a implementar a mando da tróica germano-imperialista para obrigar os trabalhadores e o povo português a pagarem uma dívida que não contraíram, nem foi contraída para seu benefício.

A quem interessa, pois, a estratégia das “causas fracturantes”, o debate sobre questões acessórias, como é o da maçonaria e as ligações – de todos e há muito conhecidas – aos grandes interesses capitalistas e ao poder político que os representa?

Aos trabalhadores e ao povo português, certamente que não! A estes interessa-lhes concentrarem-se na mobilização e na organização das suas lutas para derrubar este governo traidor, para afirmarem que NÃO PAGAMOS! uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, para expulsar a tróica germano-imperialista do nosso país e para impor um Governo de Esquerda Democrático Patriótico!

E, de caminho, atirar para o caixote do lixo da história todas as formas de organização e poder da burguesia e do capital – incluindo maçons – que sobrevivem à custa de um sistema assente na exploração do homem pelo homem.

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