segunda-feira, 18 de abril de 2011

Otelo e o 25 de Abril... o arrependido...


Otelo numa recente entrevista veio a terreiro afirmar que “se soubesse como o país ficava, não tinha feito a revolução”, demonstrando este personagem desta democracia de pacotilha o que sempre foi, um inconsequente nos seus propósitos…

«A Suécia é o modelo a seguir ou Cuba é a matriz desta revolução», estes ditos mostram à saciedade a falta de coerência política e ideológica do estratega do golpe do 25 de Abri de 1974…sempre a favor dos ventos que sopram de momento.

Mas é bom lembrar ao oficial capitão golpista, pelos visto reformado, que ele nunca pretendeu “fazer” uma revolução. Pouco antes do referido golpe, os capitães de Abril, ao discutirem o dia da golpada, descartaram logo o 1º de Maio, com receio de se “confundirem" com as manifestações preparadas para esse dia…e quem preparava as manifestações? ... Portanto nada de misturas com revolucionários e comunistas.

É bom frisar que em nenhum ponto do programa do MFA se falava em revolução e no próprio dia os fazedores do golpe pediam que as pessoas ficassem em casa para que se mantivesse a ordem…azar deles, o povo ao contrário do que Otelo e outros pretendiam, veio para a rua e partir dessa altura foi imposto outro destino ao golpe – a revolução.

Também é bom ensinar algo ao senhor capitão reformado, que não é um indivíduo que faz a história, mas quem imprime mudanças na história são os povos e foi isso exactamente que aconteceu, contra as expectativas pequeno-burguesas dos senhores que se intitulam os salvadores da pátria.

Esta atitude de Otelo mostra também que ele e como muitos outros já desistiram da luta diária – se alguma vez estiveram nessa luta - contra os interesses instalados: o capital. Não admira, estão há muito tempo acomodados…e pelos vistos arrependidos

2 comentários:

j.e.simões disse...

O sentido das palavras de Otelo não é esse, de arrependimento, mas o de decepção: para quê fazer uma revolução (ou golpe de estado) para o novo regime evoluir no sentido de um marcelismo expurgado de ultras e de guerra colonial?

O PREC não foi uma revolução,foi uma catarse: Brejnev disse claramente aos "revolucionários" portugueses que, para confusões na área de domínio da NATO, já lhe chegava Cuba...
Quanto à China, apaparicou os contrarrevolucionários no Verão Quente e os contragolpistas de Novembro, ao ponto de, em seguida, ser penoso ver os maoístas portugueses a fazerem, com toda a convicção, a campanha do exímio "democrata" Eanes!

Com "revolucionários" deste calibre, só apetece mesmo estar quietinho...

Luis Alexandre disse...

Otelo, o golpista que evoluiu para assaltante de bancos, ainda tem apoios. Decepcionado? Claro, o mundo passou-lhe ao lado e nunca percebeu os problemas do povo...
O PREC, um termo depreciativo que une direita e a falsa esquerda, onde se incluem os sonhadores troskistas, agora reunidos no B"E", quer continuar a negar o valor do movimento popular revolucionário que se desencadeou depois do golpe de estado, que veio para a rua e lutou por melhores condições de vida e iniciando um movimento de entendimento que o capitalismo e o seu controlo dos meios de produção têm que ser destruídos.
Curiosamente o senhor Simões não tece nenhum comentário sobre a tentativa de golpe de estado preparado pelo P"C"P para 25 de Novembro, aliás com o apoio dos grupelhos onde pontificavam Louçãs e companhia, para vir questionar a estrtégia democrática de contenção desse golpe.
O Eanes de hoje, não é o mesmo homem que foi escolhido para dar forma à estrtégia de conter o golpe e a forte possibilidade de lançar o país numa guerra civil esflageladora.
Eanes foi parte de uma estratégia que os trotskistas e os social-fascistas não percebem, porque lhes falhou as intenções golpistas contra o que os verdadeiros revolucionários entendem como revolução e passa pela envolvência das massas populares e não só das influências obre quartéis fiéis.
O estar parado ou não ter vontade de fazer nada... é normal na visão lírica do mundo de que o capitalismo pode ser benemérito... e tem sido, porque muitos dos golpistas do 25 de Novembro estão no sabor do parlamentarismo de grande leveza...