quinta-feira, 14 de abril de 2011

Que papel para a Polícia Municipal?

Entre outros que marcam a curta história da polícia instituída no concelho, ocorreu mais um caso insólito em que, sem que as circunstâncias representassem perigos eminentes, dois elementos envolveram-se numa acção de forma desadequada e deselegante para as suas reais funções, com a gravidade de ter ocorrido dentro de um negócio.

Num concelho eminentemente turístico, onde as questões da ordem estão entregues a outras entidades preparadas para o efeito, o papel da Polícia Municipal deveria concentrar-se em acções de profilaxia inspectiva, apoio ao Turismo e às actividades económicas. A preparação destes efectivos, deveria incidir numa formação de intervenção cívica, privilegiando os ambientes de estabilidade e não de linguagem de fogo-de-artifício.

Não foi o que aconteceu no fim de tarde da última terça-feira. Sem rodeios, o caso desenrolou-se no mini-mercado Albufeirasol, propriedade de Luis Alexandre e esposa.

Na sua ausência de ocasião, estando no estabelecimento uma funcionária estrangeira e de cor, com algumas dificuldades de expressão na nossa língua, um casal de português em passeio e sem qualquer intenção de compra, resolveu implicar sobre o preço de um produto, enervando-a. Sem razões aparentes para o exacerbar de linguagem, o elemento masculino do casal mandou o filho ir procurar a polícia, alegando recusa de ceder o livro de reclamações que não tinha qualquer mancha.

Por fortuna, os dois elementos da polícia municipal encontrados foram conduzidos ao local, onde em aprumo de zelo e dentro de um estabelecimento onde deveriam agir em respeito e consulta, rapidamente passaram à ofensiva e levantamento de voz com a funcionária. E quando esta, descontrolada pelos nervos não encontra o lugar do livro e procura entrar em contacto com os proprietários por via telefónica em parte interior do estabelecimento, um dos senhores polícias resolve segui-la a entoar ameaças (escutadas ao telefone) e recusar falar com o proprietário.

Abstraindo-nos das falhas de razões dos dois lados intervenientes, a intervenção desadequada dos elementos da polícia municipal, que não queremos levar para a animosidade por outros motivos, em nada se coadunam com as reais funções desta polícia e a forma cordata e de ajuda que a deveria orientar.

Havendo um número considerável de queixas de rua sobre formas de actuação, seria de todo necessário que os responsáveis do pelouro se debruçassem sobre os problemas da formação e intervenção dos elementos desta polícia.

Queremos uma polícia de serviço ao Turismo e não de intervenções incendiárias, de vinculação profiláctica e não policial, porque apenas estavam ali pessoas que não se entendiam.

FORUM ALBUFEIRA

(por razões óbvias, este texto foi aprovado por um leque mais alargado de elementos do FORUM ALBUFEIRA)

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