domingo, 24 de abril de 2011

Poema oportuno quando o nosso país volta a ser pisado pelos sanguessugas do FMI e outros que tais



Trabalhadores Sois livres.



Mercais
a vossa própria
força!

Onde está então
o drama?

O drama
habita a condição
da troca
dessa mercadoria:
se o valor,
que como tal tem,
ao valor de uso
faz vénia,
é por pura astúcia
que aquele que
vo-la compra
o valor de uso
acena.

É que a menina dos olhos
toda
está no desigual
negócio.

Paga, para o ser,
o capital.
Paga o capital
para tirar
à capital força humana
o que ao capital acrescenta
tanto mais quanto
a quem trabalha
mais esbulha.

O capital
a força de trabalho compra
para tudo o mais vender
a quem a força de trabalho vende
para tudo o mais comprar!

Compra, assim, quem tudo faz,
a quem nada faz mas vende
pela apropriação do que foi feito
com a compra do que fez fazer!

Sois livres?

Livres de quê?

Livres de mercar
a vossa própria força
para, de quem a compra,
serdes escravos?

Livres?

Livres sereis
quando acabardes
com o iníquo negócio!
(E aniquilado for
à mercadoria e à moeda
o dúplice estado).




8 Abr 11
Pedro Pacheco

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