segunda-feira, 25 de abril de 2011

Estás convocado… ou não…


Antes de 5 de Junho, o país verá fechado o manual de exigências impostas de fora. O valor de um ano inteiro de produção em dívida (PIB), descontando a fluorescente economia paralela que não vai para os bolsos dos trabalhadores, ajoelha um país aos ditames exteriores. Curiosamente, chegam notícias do Japão, onde os custos da desgraça recaíram sobre a dívida superior à nossa e não se fala de ingerência.

O que nos querem impor e alguns argutos do poder vão soltando laivos, fá-los tremer. Soares, o velho negociador de outras ocasiões teme um novo PREC, Pacheco Pereira vocifera sobre a liberdade de expressão dos blogues, com razões de queixa sobre prejuízos das expectativas do PSD e os meios de comunicação, sob ordens e a indiferença dos partidos parlamentares, segregam as outras forças políticas e sectores da sociedade. Têm medo do campo que armadilharam e poderá ficar fora de controlo.

Na Islândia, a revolta popular e uma nova gestão do país saqueado, teve a coragem de apurar as responsabilidades, têm 125 pessoas referenciadas e duas prisões efectivas. Estão no lote políticos, parlamentares, banqueiros, empresários e outros altos responsáveis que conduziram as acções fraudulentas e deverão ter os seus bens confiscados.

Da Irlanda, atentos ao que se passa nas outras economias, sopram ventos de exigências no mesmo sentido. Existe uma consciência popular de abuso sobre o país. O novo Governo de direita, também em regência sobre manual, procura pela propaganda travar quaisquer revoltas. Um caso a seguir.

Na Grécia, onde as medidas recessivas afundaram a economia e a pobreza atingiu o impensável, perante as manifestações de revolta sindical e popular e o fracasso do Governo da dívida, a Europa dos saqueadores, perante as fortes possibilidades de rotura social, já ponderam a renegociação da dívida.

E em Portugal? O que fazer perante uma situação que a população não criou? Vamos aceitar o que não contraímos e ilibar os culpados? Esta é a questão central até ao acto eleitoral e depois dele! Com a agravante de que os nossos credores nos querem impor soluções governativas que confirmem os seus aliados internos - PS, PSD e o apêndice CDS.

Os partidos estão a preparar uma nova onda de ilusões e qualquer que seja a fórmula governativa, a ideia da drª. Ferreira Leite de suspender a democracia vai mesmo ser aplicada. No quadro parlamentar, por ser causa própria, a dívida e os autores não vão ser postos em causa. A legitimidade da recusa da dívida está com a população.

O percurso para o 5 de Junho, na inutilidade de programas desautorizados, será o de fugir aos diálogos e a desculpabilização sobre a “troika”. Mas a população deve feri-los com perguntas sobre os problemas que a afligem.

Tal como a rapinada economia grega, apesar das avultadas e ainda consideradas insuficientes verbas injectadas não consegue solver a sua “dívida” e criar riqueza, o enganado povo português, corre os mesmos riscos de mais de uma década de trabalho e sacrifícios para os bolsos dos especuladores e dos seus colaboracionistas internos.

É bom que os portugueses percebam, que a actual crise vem da actividade fraudulenta da alta finança e empresarial em conexão com a Banca e o bem pago suporte de lei dado pelos políticos.

No dia 5 de Junho, vamos todos ao acto eleitoral demonstrar o nosso descontentamento, rejeitando os partidos causadores da situação e que no-la querem fazer pagar! Exijamos um Governo democrático de compromisso com o interesse nacional. Estás convocado!

Luis Alexandre

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