OPORTUNIDADE DE OURO PARA QUESTIONAR TUDO!
O povo, soberano, costuma dizer "mais vale tarde do que nunca"! Referi-mo-nos é claro, à decisão tardia do Governo em analisar e agir sobre a situação de depressão económica que se vive no Algarve.
As várias intervenções políticas de denúncia proferidas meses atrás, não influenciaram o comportamento do Governo mas, a derrota eleitoral de 7 de Junho, abriu as portas a uma nova atitude em que se insere esta decisão de vir ao Algarve falar com as pessoas e obter uma ideia mais real das condições aqui criadas pela crise económica e financeira.
Quando as vozes de alguns responsáveis algarvios se levantaram para criticar o investimento inadequado e arrepiantemente curto para a dimensão da crise que agora é uma realidade em números, ninguém em Lisboa nos deu ouvidos. Apontou-se o dedo para o ridículo da diferença entre as verbas da promoção aprovadas para Espanha e para Portugal. Essa diferença não representava só a dimensão dos Países mas sim a diferença de leituras que cada Governo fazia das necessidades de proteger um sector de actividade que tem um peso considerável nos seus PIB.
No Algarve, deixou-se chegar a situação a números comprometedores de desemprego, de falências, de pré-falências e de incumprimentos vários para com Bancos, Estado e fornecedores, susceptíveis de gerarem uma instabilidade social de alguma envergadura, factores que são contrários ao indispensável clima de tranquilidade que agradam aos turistas.
Se por um lado saudamos a mudança de atitude do Governo e a sua disponibilidade para o diálogo, por outro receamos a sua visão demasiado ortodoxa de fazer canalizar as ajudas através de canais que se têm revelado limitadores e ineficazes.
Nesta fase adiantada da época turística, todos os empresários dos diferentes sectores têm perfeita consciência dos resultados expectáveis e das dificuldades para o longo período de sazonalidade. E essa noção é muito preocupante em termos de capacidade de resposta de tesouraria face às despesas fixas. A situação criada limitou o emprego de arranque de época e vai implicar mais desemprego nos finais de Setembro ou Outubro.
Outra questão pouco abordada e compreendida e que está no horizonte, é que com o fecho de portas de muitas micro e pequenas empresas, os empresários não entram nas estatísticas do desemprego e não têm qualquer tipo de protecção para si e para as famílias que sustentam.
Quaisquer soluções que o Ministro venha negociar com os representantes dos diversos sectores de actividade, têm de levar em linha de conta vários factores, a saber:
1. O comércio e restauração não podem ser considerados um parente pobre e dissociados das soluções reclamadas pelo alojamento. Os apoios têm de ser dados a cada sector segundo as suas necessidades;
2. Precisamos de respostas para os problemas imediatos de tesouraria, para a manutenção do maior número de empregados e para a criação de mais emprego;
3. Precisamos de um plano de saídas para a normalização dos atrasados com o Estado e a Banca;
4. Todos estes passos terão de ser enquadrados num plano de combate à sazonalidade para captação de clientes no mercado nacional e internacional, o que representa mais investimentos por parte do Estado, nesta fase de debilidade das empresas;
5. Para a elaboração desse plano temos de envolver todas as forças representativas e o saber universitário, sair dos raciocínios tradicionais, de modo a que surja algo de novo, faça a diferença e nos dê vantagem sobre os nossos concorrentes;
6. Se esse plano passa por novas rotas ou incentivos a rotas de inverno, contratos com sectores profissionais, turismo de saúde ou outras ideias criativas, o Estado tem de assumir nesta fase difícil, uma posição de direcção;
7. Também precisamos de um plano requalificador do Algarve, onde os executivos camarários têm um papel importante, afectando uma parte dos seus orçamentos para essas tarefas e procurando trabalhar em conjunto.
Estas opiniões não estão fechadas, muitas outras saltarão se criarmos um grande movimento de opinião que se liberte dos velhos pensadores e dos velhos estilos de pensar, tal como o Ministro, não pode vir para o Algarve com ideias feitas, sem ouvir os agentes no terreno.
Esta crise, que já não podemos evitar e que está a questionar tudo, tem de ser aproveitada para as mudanças que construam um novo fôlego para a actividade turística e comecem a perspectivar e a concretizar novas alternativas de sustentabilidade.
Luis Alexandre
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1 comentário:
Mosse Debe então não estamos em tempo de ferias ? O homem vem de férias, traz na mala uma mão cheia de frases eleitorais e uns trocados e no fim fica tudo em familia ele já sabe a que portas tem de bater.
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