sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Albufeira: a falência dos equívocos


Como o tempo explica tudo, o concelho “Capital do Turismo” está envolvido neste período sequente ao fecho da estação turística, num conjunto de factos, uns atrás dos outros, que desmontam as teorias oficiais “do melhor concelho para viver” e de um dos “melhores destinos turísticos do mundo”.

Poucos anos atrás, em tempo de vacas gordas do orçamento, o primeiro slogan assentava em estudos contratados pelo erário, com apresentação folclórica para a imprensa e, o segundo, foi tónica ao longo dos espectáculos de Verão, veiculado pelas estações de televisão (que não trabalham de borla), e tiveram continuação na recente concentração das confrarias.

Fechada a estação estival, chegam os balanços e a sucessão de notícias aterradoras, com a falência de hotéis, bares, restaurantes e comércios, acrescentando aos números vermelhos que mancham a actividade económica do concelho, outros rodeados de profundo dramatismo.

Entre eles, um resort badalado, de um grupo empresarial acobertado pelo poder, que foi promovido na Galiza em visita de publicidade turística oficial, a expensas do erário.

Depois da crise da dívida camarária da água que ultrapassa a dezena de milhões de euros, onde o executivo procurou empolar a dívida de alguns hotéis que se arrastava por cumplicidade, eis que estes hotéis foram mostrando outros buracos da contabilidade ao extremo da insolvência.

Da distância da propaganda eleitoral até hoje, onde se anunciavam mais investimentos imobiliários, entre resorts de luxo e hotéis de 5 estrelas, os resultados práticos inversos são falências e mais largas centenas de despedimentos, com dívidas avultadas aos trabalhadores, fornecedores e à Banca.

Há anos que vimos denunciando, quer o esbanjamento autárquico, quer os efeitos negativos a curto prazo das políticas de exploração desenfreada dos solos, a especulação subsequente que se tornou incomportável para as empresas e a falta de noção estratégica de que os aumentos desregrados das taxas camarárias iriam agravar a sua operacionalidade.

Este somatório de factores, produzidos sob o efeito ilusório dos slogans denunciados, empurraram o destino e os seus negócios para próximo do abismo.

A perda de clientes, o seu fraco desempenho financeiro e o alargamento da sazonalidade, por razões de desestruturação acumuladas, nunca preocuparam o executivo camarário que a elas aludia com displicência e até agressividade para com os críticos.

Desidério Silva e Carlos Silva e Sousa, presidentes da edilidade e da assembleia municipal, são os rostos visíveis destas políticas que produziram o endividamento camarário, quase 5 mil desempregados, centenas de falências, descapitalização das empresas, dívidas e conflitualidade pública e privada, que vão mergulhar o concelho numa recessão sem precedentes.

Dadas as características de grande qualidade natural do concelho, duramente afectadas, particularmente a sua identidade piscatória, traído pela ganância e pelo compadrio oficial em torno do imobiliário, com outra gestão dos recursos, hoje não se enfrentaria esta situação.

Com o inquilino camarário de saída, com o concelho e o país em estado de sítio, as forças sociais progressistas devem mobilizar-se para a criação de alternativas.

Luis Alexandre

3 comentários:

Anónimo disse...

É verdade, eu trabalho nesse resort da que está falido, não me pagam o meu vencimento. Vou todos dias trabalhar a espera que me paguem`, mas nada. Mas aposto que o filho do Presidente da Câmara que também lá trabalha recebe.

Anónimo disse...

Não dizem mas o resorte chama-se Eden e é do grupo Cs onde trabalha o afortunado filho do senhor presidente da Camara. Agora já sabem

Anónimo disse...

Afortunado filho do presidente da Câmara, filho de um ganda Montanheiro e burreco de Boliqueime, não é afortunado, mas sim azarado, na medida que um afortunado é aquele que tem saúde e saber, porque o dinheiro só serve para comprar as coisas.

Atento de Albufeira.