quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O peixinho cor-de-rosa

No tanque bem fundo da bancarrota cuja gestão está confiada às mãos de PSD/CDS, agentes dos predadores estrangeiros, o peixinho cor-de-rosa, trocou as mandíbulas da arrogância da maioria absoluta pelo nadar elegante da humilhação e da obediência.

Quais tubarões a manobrarem a economia e o aparelho de Estado até aos limites da delapidação e da irresponsabilidade, a família do peixinho cor-de-rosa, está confusa e dividida mas não deixou de juntar as águas na decisão “suprema e patriótica” da abstenção hipócrita sobre o Orçamento.

Se na abstenção eleitoral os eleitores são considerados desinteressados o que dizer quando está em cima da mesa o mais grave documento de ingerência externa para reclamar os custos do despesismo e da especulação que financiaram, sem que daí resultassem claros benefícios para o país.

O peixinho cor-de-rosa, agora na pele de decoração do tanque e em busca da sobrevivência, não tinha qualquer saída se não nadar a coberto das piranhas para as conduzir às vítimas.

A abstenção do P”S”, seguida do simulacro de um caderno reivindicativo para nada, é o resultado do isco envenenado com a assinatura do memorando da “troika”.

O peixinho cor-de-rosa, na sua condição de vegetação no tanque e para esconder a vergonha do vocabulário “socialista” e a culpa dos actos de direita, agiganta-se a pedir clemência: “não comam tudo de uma só vez, fraccionem porque não se sente tanto”.

Os predadores do tanque, imparáveis no seu instinto de rapina, que contam com o colaboracionismo dos peixinhos cor-de-rosa, que dizem ser responsável, já responderam o inevitável: “façam lá o vosso trabalho de se misturarem com o cardume, para o enfraquecerem, que depois conversamos mas… não há nada para negociar”.

Os peixinhos cor-de-rosa, com fome, com frio e com medo, desamparados no tanque, sentem-se encurralados nas suas próprias tramas, temem as malhas da ira do cardume e fizeram a sua opção.

Estarão nos próximos dias no parlamento a discutir e a afinar a repressão económica e financeira mas, não estarão na rua a 24 de Novembro, quando a população do país sair para mostrar a sua força e a sua vontade de mudança.

Os peixinhos cor-de-rosa escolheram a barricada que afinal sempre foi a deles! Os cuidados paliativos são o seu escudo, quando o povo quer a intervenção cirúrgica, que corte o mal pela raiz.

Os peixinhos entendem!

Luis Alexandre

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