quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A sala-de-estar do Algarve





Mendes Bota, em saldo negativo na opinião pública algarvia, que em parte o reelegeu por puro protesto contra o miserabilismo governativo do P”S”, procura avidamente retomar a iniciativa com uma atenção redobrada sobre temas laterais da actualidade regional.

O mais eminente porta-voz da região, sem quaisquer resultados práticos, apesar da proeminência alcançada em títulos numa carreira de político profissional, trouxe à evidência, dentro da pausa que ele próprio impôs à regionalização, “por falta de condições objectivas” - afirmou a seguir à vitória eleitoral do seu partido -, voltou a público para dizer que o reforço de poderes das Comunidades Intermunicipais é um ataque à regionalização!

O doutor Mendes Bota, que abriu tréguas sobre regionalização com o Governo que apoia, para as supremas tarefas do cumprimento das ordens da Troika, sente-se agora enganado? Não nos enganemos nós, os cidadãos!

O senhor deputado Mendes Bota, levanta o assunto com a mesma ligeireza com que falou da decisão do seu Governo em atribuir a concessão de exploração de gás natural e petróleo que sabem existir na nossa costa.

Faz parte do jogo político, iludir a opinião pública de que se preocupam, para que as matérias corram sobre rodas.

Salvas as aparências, julgam eles, esta abordagem de temas deixa os principais problemas do Algarve em silêncio.

Falamos dos problemas de segurança que não param, os problemas da Saúde que estão em ruptura um pouco por todo o lado, com denúncias dos profissionais e levantamentos da população, as falências e os despedimentos colectivos sem ressarcimento das indemnizações, o desemprego que em fim de estação alta está a engrossar uma realidade amarga e da falta de sinais da secretaria de Estado do Turismo, quanto ao trabalho de divulgação e cativação de turistas para a região.

Estas matérias vitais a que juntamos os impactos negativos das portagens (onde Mendes Bota tem marca própria), dos adiamentos das obras na EN 125 e o Hospital Central, as subidas dos bens e serviços e os impactos dos aumentos do IVA e outros impostos indirectos, também não merecem preocupação na estratégia de diversão do deputado da região e dos órgãos regionais dos partidos da coligação.

Com a degenerescência da actividade económica do Algarve a adensar-se, os nossos eleitos, que fizeram coro nas promessas eleitorais não cumpridas, fogem das questões prementes, julgando não serem chamados a prestar contas.

A derrota do socratismo e do Governo minoritário do P”S” no Algarve, que cobriu o mapa a cor de laranja, foi uma lança dos algarvios para políticas diferentes sem concretização.

Para que precisamos de deputados obedientes às estratégias centralistas que afundaram o país e agora se associam a outras que nos apontam o empobrecimento? Os deputados algarvios não são capazes de elaborar um caderno regional para a crise?

Então não percebem a sua fraqueza!

Luis Alexandre

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