Na proximidade da realização da greve geral nacional de 24 de Novembro, os trabalhadores da função pública compareceram em massa nas ruas da capital numa manifestação convocada pela Intersindical e a UGT.
Esta manifestação, que contou com a participação de mais de cem mil pessoas revelou, antes de mais, uma firme determinação dos trabalhadores da administração pública, em particular o seu sector mais explorado – há milhares de funcionários públicos que, desde 2002, que não vêem aumentado o seu salário, continuando a receber hoje o salário mínimo nacional – em lutar contra as medidas terroristas do governo, do PS e da tróica.
Mas, em contrapartida, os dirigentes sindicais, principalmente os da CGTP, persistem em não apontar a esta luta objectivos políticos precisos e claros de não pagamento da dívida e derrubamento deste governo de lacaios, rebaixando estas acções a meras manifestações de denúncia e descontentamento.
E, no caso concreto, não vimos esses dirigentes aproveitar a oportunidade para transmitir orientações precisas de mobilização dos sectores menos conscientes e de medidas de organização para fazer da greve geral nacional, não apenas uma vitória da classe operária e do povo trabalhador, como uma etapa decisiva para a agudização e radicalização da sua luta, limitando-se a fazer apelos gerais.
Por outro lado, se perguntassem aos trabalhadores que participaram nesta manifestação se acreditam na mirífica possibilidade de o actual governo com o apoio do PS mudar a sua política, seguramente que teriam uma inequívoco e rotundo repúdio como resposta – então, porquê continuar a fazer aparecer a absurda e reaccionária palavra de ordem de mudança de politicas?
Muitos dos trabalhadores... revelaram uma clara consciência de que não resta ao povo trabalhador outra saída senão preparar-se para uma luta dura e prolongada que passará pelo derrubamento deste governo e a imposição de um governo de esquerda democrático patriótico, caminho esse que, em termos imediatos, implicará mais do que manifestações, várias greves gerais.
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