foto algarve reporter
À semelhança do que se passa pelo País, o estado da Saúde em Albufeira também não é o melhor, isto é, não está de boa saúde.
Com uma população fixa crescente e uma população flutuante que atinge gradualmente o pico de 400.000 pessoas em Agosto, estamos a falar de tantas pessoas como aquelas que vivem no conjunto do Algarve.
Os habitantes do Concelho, que rondam os 37.000, têm uma má imagem e experiência dos cuidados que lhes são prestados pelo Centro de Saúde, não sendo um problema de falta de dedicação dos prestadores de serviços, mas uma clara insuficiência de meios. Esperas de 5, 6 ou mais horas para ser atendido, é um mal que se arrasta.
Os responsáveis regionais conhecem o problema e dizem-se apertados pelas políticas centrais de racionalização de custos, que resultam sempre numa sobrecarga sobre médicos, enfermeiros e administrativos e num serviço deficiente e que muitas vezes, raia o ofensivo.
A cobertura domiciliária é insuficiente, os horários de atendimento vão estreitando-se, as camas para idosos para além de deficitárias são caras, mais de metade dos cidadãos não têm médico de família e as especialidades têm de ser procuradas fora com os custos que representam.
Trinta e cinco anos de sistema democrático, traduzem-se por altos e baixos do sistema de Saúde, a instituição do SNS que começou gratuitamente já está debaixo de taxas moderadoras e desarticulado na sua estrutura de proximidade, que tem sido alvo de muitas queixas públicas, pelos constrangimentos que tem causado aos cidadãos e operadores.
O desmantelamento sistemático do SNS, tem tido correspondência na entrada dos privados, que se multiplicam, na ocupação dos espaços abertos com esta intenção.
O privado não acrescenta mais qualidade, recorre a sofístificações, cobre as áreas rentáveis, penetra nos nichos que lhe interessam, o dinheiro do SNS corre para os seus bolsos pela falta de respostas e são inegavelmente mais caros e apresentados aos olhos da população, como necessários.
A maior conquista da democracia parlamentar vai-se desmontando e os seus autores promovem, descaradamente, o mito do serviço privado, que afinal actua com os mesmos profissionais mas não com os mesmos custos.
Os Executivos camarários, têm assistido de cadeira ao desenvolvimento desta política, refugiam-se na argumentação da falta de meios e do carácter nacional da intervenção na Saúde, nos seus programas eleitorais e queixas das populações são vagos e desresponsabilizados.
Os anos passam, os problemas agravam-se, as populações aumentam e as soluções tardam e desviam-se dos objectivos democráticos.
Albufeira está neste parâmetro e o actual Executivo, incapaz de chamar a atenção dos Governos Centrais, que já foram da mesma cor, arrasta-se no argumento de que já disponibilizou terrenos e no interior dos gabinetes, prepara cuidadosamente a entrada dos privados, aproveitando o filão turístico que tem seguros e outras coberturas, que a população do Concelho não tem.
Esta é a política deste Executivo, que tem um hospital privado parado na sua construção e anunciou, no discurso de fim de ano, que ainda em 2009, queriam ver lançada a 1ª pedra de outro, nas Ferreiras.
Em Albufeira, os seus responsáveis, abraçaram claramente a solução: “Tens dinheiro, tens saúde! Não tens dinheiro vais ao público e sujeitas-te!
A política seguida de deixa andar, para criar a ideia da oportunidade e que esta passa pelo desenvolvimento do privado em exclusivo, não tem nada que ver com a absoluta necessidade de bons projectos na área do Turismo de Saúde, com unidades hoteleiras ou outras iniciativas de apoio às convalescenças prolongadas, recuperação de doenças traumáticas, terapia de repouso, de locomoção, de contacto com a natureza e em condições de segurança e num clima favorável.
A Saúde é um factor de suporte dos bons cuidados no funcionamento da actividade turística e, fundamentalmente, tem de estar ao serviço da população sem a qual não há futuro.
Assim haja visão!
Luis Alexandre
2 comentários:
Mosse Debe os contras não aparecem ?
apontem as mentiras que a gente quer ouvir.
O sr Luís Alexandre esqueceu-se que no verão a lista de espera nas urgências chega a ser de 14 horas, é esta a saúde que nós temos
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