segunda-feira, 2 de março de 2009

ENTRE LINHAS

O pensamento é algo que se pode influenciar, controlar, usar e até, simplesmente emoldurar.

O Congresso do Partido dito Socialista, acabou de produzir todas estas afirmações. Para alegria do chefe e dos aspirantes a ministros e a todos os outros lugares da hierarquia do Estado e das empresas públicas e privadas que dependem dos favores deste e sem os quais não sobreviviam.

O retrato deste Congresso onde estão os que sabem ao que vão e o resto que o compõe, reflecte de alguma maneira o que se passa na nossa sociedade e, em concreto o que se passa na nossa cidade.

No Congresso do PS não houve contradições, porque o brilho do chefe, não merece contestação, ainda revela o fôlego necessário para garantir o pão para a boca da família e porque aqueles que se dizem oposição, estão muito longe de ofuscar o brilho de um Governo, hesitante, que prometeu e não fez, que prometeu e fez o contrário e, sobretudo, que se furtou a prometer o que quer que fosse para o futuro, com medo de si próprio, das suas capacidades e dos raciocínios dos eleitores.

Este Congresso assestou as baterias não num programa para governar Portugal, mas nas fraquezas daqueles que se dizem ser oposição e que, eleitoralmente, não parecem constituir um obstáculo à vitória.

Era mais importante lançar a sua campanha eleitoral para as várias frentes, começando pelas europeias, do que produzir quaisquer ideias estratégicas para a governação do País, virada para a solução da crise económica e financeira, dos problemas do desemprego, da sustentação das micro, pequenas e médias empresas, das famílias, da educação, que continua em convulsão e não há congresso que a cale, da Justiça, da qual continuam a fazer gato sapato, grassando a impunidade para a corrupção que nenhum cidadão tem dúvidas tomou o sistema público de alto a baixo e importantes sectores do privado.

A Justiça, aliás, gozando de um descrédito congénito, que os políticos continuam a controlar e a ignorar, sabendo que a população a vive nos contactos com a administração, mesmo para os pequenos serviços, poderá ser uma das bases de fortes contestações e mudanças. Algum Partido quer apresentar um programa para este sector?

O País não parou para ouvir este Congresso, porque o País não dorme e percebe claramente que não tendo alternativas que o conduzam por um caminho mais justo, acaba por deixar as coisas correrem, sabendo que o tempo é um aliado seguro para as transformações.

Este congresso do Partido do Governo, reflecte no fundo o estado do País. Reflecte a governação de três anos a trabalhar numa direcção que se desmoronou, em função de uma crise que vinha em gestação e era naturalmente conhecida. O Governo trabalhou três anos sobre uma mentira, impôs sacrifícios, controle do défice e quando a casa cai, socorre os poderosos com triliões e pede novamente confiança e esforço àqueles que tudo produzem.

O Congresso tratou da vida do Partido e o País que espere… por eles. E para quê?


Luis Alexandre

2 comentários:

Anónimo disse...

O PS de Albufeira tem lá mais uma vedeta nos órgãos nacionais, o vereador Fernando Anastácio.
Sempre é verdade que as escolhas do PS são as lealdades e não a competência. Esta promoção que poderá ser seguida da de candidato a deputado, deve ser em função da prestação como vereador que agrada à família socialista mas não agrada à população de Albufeira.
Este PS socrático é tão previsível...

Anónimo disse...

vai-te embora ó melga