terça-feira, 21 de junho de 2011

Nem Sá Carneiro sonharia…



Ao fim de 36 anos de proferida, eis que do escuro da razão da Pátria a das suas finanças, a direita em todos os seus disfarces, vê-lhe cair nas mãos a profecia do poder absoluto.

Mais do que um Presidente, um Governo e uma maioria, como objectivo do trabalho político preconizado por Sá Carneiro (o pai inspirador das novas filosofias em regime partidário), a direita consegue estes três suportes de poder, um programa já feito de Governo, uma “troika” de fiscais implacáveis, um P”S” aliado pela assinatura, uma imprensa controlada e bajuladora e um povo aparentemente amordaçado.

De fora, o grande capital internacional, nas suas variadas formas de ingerência e condução das economias dos países, deram largas à imaginação dos políticos portugueses que em alta de recursos para os vícios, foram avolumando os dígitos do “desenvolvimento”.

Nos benefícios da dívida, a direita escondia-se nos avisos predecessores, esperando pelo golpe de misericórdia em que a Pátria desfeita pelos companheiros do “socialismo democrático” (?!), a chamaria para o acerto com o alto apadrinhamento e reconhecimento dos que de nós abusaram.

A exultação da direita clássica em capacidade de endireitar as contas e vergar as costas e as aspirações de um povo, conta com o patrocínio parlamentar do principal dos seus servidores, que tão bem cumpre o papel social de trazer a classe média manietada no jogo dos pequenos privilégios. Quando a direita é forçada a sair de cena, o P”S” assume o papel histórico de fiel depositário dos interesses do grande capital.

Nesse papel que nos últimos anos foi levado tão longe quanto lhe permitiram, conseguiu criar as condições na sociedade para a reentrada triunfal da direita clássica, dispondo de uma mais larga influência sobre as camadas da população que se refugiam nas ilusões eleitorais.

Com um parlamento cimentado para o pagamento da dívida e assente numa base social inferior a 40% da população, a direita vai levar por diante as suas políticas de escrever na Constituição a aproximação aos seus princípios e, na prática, aplicar todas as leis e medidas que cerceiam muitos dos direitos fundamentais. Abre-se um novo ciclo na sociedade, cujas condições políticas fariam inveja a Salazar… onde não vão faltar as vigilâncias e azáfamas policiais a mando por previdência “democrática” e a violência por quaisquer justos protestos contra o roubo que nos vão querer impor… a favor de interesses que nos espoliaram.

Argumentando ordens, toda a economia lucrativa vai passar para as mãos dos privados, chefiada por ex-governantes e gestores incompetentes na causa pública, que passam a fazer maravilhas. A tradução destas políticas é de que os portugueses vão deixar de ser donos dos sectores estratégicos da economia e finanças do país. Voltamos ao esplendor das grandes famílias que associam o seu poderio a novas estratégias dos fundos de investimentos sem rosto que se passeiam sem lei pelo mundo.

Com Passos Coelho a liderar o partido único da direita e apoiado na subserviência do P”S”, qualquer que seja a sua liderança, o país vai conhecer desenvolvimentos que poderão trazer nova luz na compreensão da população sobre a organização de um país e ao serviço de quem deve estar os seus recursos e capacidades.

Luis Alexandre

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