Criado o monstro… o PSD requalifica-se…
A crónica desiderista do “CM” de sábado é o exemplo acabado de adaptação aos novos tempos. Depois dos lucros do betão, do desordenamento e do desleixo sobre o património, o PSD local aponta o caminho das novas oportunidades para os especuladores que terão de se reconverter em requalificadores.
Esgotado o modelo de sobreocupar o território que encheu os bolsos de empreiteiros, Câmara e corruptos de todos os matizes, o presidente da edilidade alvitra a necessidade de o próximo Governo criar um plano virado para a requalificação das cidades e vilas de Portugal.
Com a extensão e gravidade da crise do imobiliário e da Banca de suporte, é bem natural que a inspiração desta crónica venha da sua participação na ANMP, onde se estarão a equacionar estratégias de bóias de salvação para os municípios e o sector aliado da construção, abrindo-lhes novas portas… que só podem trazer mais atropelos.
Enquanto gestor da causa pública, Desidério Silva e o inspirador presidente da assembleia municipal, Carlos Silva e Sousa, alargaram como nunca os limites da cidade com construção de mau gosto, ocupação intensiva, desrespeito pelos espaços públicos, vias de circulação exíguas, insuficiente infra-estruturação e deficientes condições para as fazer.
No centro da velha vila, cercada até à exaustão pela betonização, esta dupla obstruiu os caminhos para o mar, impermeabilizou os solos em leito de ribeira, sobrecarregou as velhas infra-estruturas que ao lado de outras intervenções mantêm os estrangulamentos e os maus resultados conhecidos.
Ao longo dos anos, para facilitar as intervenções a bel-prazer de investidores, o executivo PSD, tal como os do PS, conservaram o estatuto de centro antigo, que do ponto de vista legal alarga os parâmetros para todos os atentados sobre o património e a traça da velha vila.
Os Programas Polis/Câmara e múltiplas decisões avulsas que descaracterizaram a imagem que vendeu e deu fama a Albufeira, não teriam base de lei se o bom senso tivesse preparado a declaração de centro histórico, perfeitamente justificado, pelo valor da simplicidade patrimonial no envolvimento de uma paisagem deslumbrante.
A actualidade, depois de grande atractividade pelo que é natural e belo e gerou muito desenvolvimento social e económico, caracteriza-se por uma quebra da procura e qualidade dos clientes a par de uma forte contestação dos naturais e visitantes. As consequências e os números da degenerescência já não conseguem ser escondidos.
O lançamento da ideia fabricada da requalificação, conhecendo as capacidades destruidoras desta gente que nos governa, só nos poderá fazer temer o futuro…
FORUM ALBUFEIRA
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