domingo, 31 de janeiro de 2010

FALAR SEM DIZER NADA


Palavras de Desidério Silva:

"... as autarquias têm estado na linha da frente, assumindo novos caminhos e aproveitando as vantagens naturais do nosso país."

módulo solar cristalino da pilha voltaica da foto do painel solar de 100w picovolt mono


Desidério Silva, aos sábados, presenteia-nos com a sua crónica na rubrica "Quintas do Algarve", do jornal CM.


Esta semana, aborda o tema das energias alternativas, discutido numa reunião conjunta dos autarcas algarvios com os dos concelhos vizinhos do Alentejo, no âmbito da CIA/AMAL.

Numa centena de palavras, o autarca, que tem oito anos de presidente e quatro de vereador eleito, fala das virtudes das energias alternativas, sem adiantar uma ideia ou um propósito futuro, na linha do esquecimento passado.

Na realidade, as autarquias podem e devem desenvolver um papel importante neste campo, adoptando medidas concretas de implantação de meios de energias limpas nos seus equipamentos e instalações, bem como a adopção de incentivos aos munícipes que façam investimentos para a defesa do ambiente.

Mas será que é isto que acontece no concelho? Claro que não! Daí o vazio de conteúdo da rubrica presenteada e mais uma vez para iludir os leitores que não conhecem a realidade do concelho.

Pode ser que a discussão entre os seus pares, tenha introduzido alguma luz e entusiasmo sobre uma matéria sensível. Aguardemos...


FORUM ALBUFEIRA
MAIS UMA PARA A HISTÓRIA...

foto de família de Manuela Ferreira Leite


Em pleno debate do OE, em resposta ao compincha José Sócrates, a Drª Leite, a propósito das "manigâncias", palavra elevada ao centro da verborreia política, saiu-se com mais uma das suas eloquências:

"O país precisa de estadistas e não de políticos!"




FORUM ALBUFEIRA

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O PSD…

O novo símbolo do PSD pago pela Somague

Passados alguns dias sobre o golpe de Estado dos cravos, com o inconformismo da população nas ruas, nas fábricas, nos serviços, nas aldeias e cidades, rapidamente os resquícios reformistas do Estado Novo, último refúgio de confiança da classe dominante em hibernação temporária, perceberam as mudanças e a necessidade de se organizarem, e, nas condições adversas se prepararem para o reequilíbrio da influência e recuperação do poder.

O PPD é uma dessas emanações, “descendo” à linguagem dominante, pondo propositadamente na sigla os valores “popular democrático”.

Nascido e financiado nas elites, estabeleceram as suas estratégias de alianças com a Igreja, para a partir daqui procurarem as bases sociais, associadas ao medo do bem e do mal enraizados no Portugal profundo e inculto. O PPD de Sá Carneiro, sabia que tinha de esperar e avançar do interior para Lisboa. Era uma questão de tempo.

Um país isolado, sem capacidade industrial, um campesinato assalariado e de sobrevivência, uma minúscula classe média na orla do poder, uma pequena burguesia dos serviços e comércio, amorfa e dependente, com o grande capital em fuga, não tinha condições mínimas de organização e de ir longe.

A desilusão social começava a ganhar forma nos finais dos anos setenta, com os ditos partidos de esquerda em baixa e a progressão paciente e manobradora do bloco da direita tradicional. O equilíbrio de forças estava a um passo e a dominação a dois. Em 79, a AD, Aliança Democrática (PPD/PSD, CDS, PPM) sobe ao poder e inicia o ciclo governativo. Os efeitos do golpe militar para reformar o Estado, venciam os princípios revolucionários que se lhe seguiram.

Ostentando a sua verdadeira sigla de identificação de classe, sem alusões populares e assumindo o conteúdo do seu programa de defesa absoluta dos princípios do neo-liberalismo capitalista, O PSD procurou mostrar-se mais moderno na aproximação e influência junto de partes importantes das burguesias urbanas e dependentes do Estado.

A entrada na CEE pela mão do Dr. Soares, com o beneplácito do PPD/PSD e com os muitos milhões à solta, rapidamente mostrou a insaciedade dos sectores oportunistas e corruptos da sociedade.

Na primeira oportunidade dada pela “nouvelle” Europa ao nosso país, o falhanço político da sua gestão, abriu as portas à primeira maioria absoluta, exactamente do PPD/PSD. A direita moderna exultou, reinou, engordou, malbaratou, vendeu o país aos especuladores internacionais, com isenção de impostos, deu trabalho aos portugueses, inventou o PEC para as pequenas e médias empresas, empobreceu estrategicamente o país e criou uma nova base social para o sustentar, a classe média.

Foi exactamente esta classe média, um produto social do alargamento do funcionamento das estruturas do Estado e do aumento da escolaridade que foi penetrando nas estruturas sociais e económicas, que derrubou o cavaquismo PSD e passou a deter o controlo do voto em Portugal.

Com a “saída” de cena do operariado, em parte elevado à categoria de técnicos e do campesinato, as lutas sociais desapareceram das ruas e as que assistimos foram exactamente protagonizadas por sectores da classe média.

O PSD, embrenhado no exercício do poder, distraiu-se na percepção que acumulava vícios e funcionava como uma grande confederação de interesses, cujas parcelas se aconchavaram de forma quase estanque, degladiando-se por privilégios e cargos à medida que se afastava das bases e da sociedade. Depois da mão forte do cavaquismo, os líderes estiveram a prazo… e, com a eleição de Cavaco Silva, tornou-se num partido da sombra presidencial.

A flagelação interna cria uma imagem redutora e não transmite confiança para fora. E depois, Cavaco Silva vai precisar do partido para a sua reeleição. O PSD não pode perder tudo…

A sua velha máxima de um Presidente, um Governo e uma maioria, agora acrescentada da possibilidade de suspensão da democracia por seis meses, possivelmente por prazos prorrogáveis, não está no horizonte próximo ser alcançada.

Luis Alexandre

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

UM PEQUENO PASSO…


A implantação do IKEA ainda demora, o seu processo negocial decorria sem sobressaltos mas, muitos factores conjugados, incluindo um certo desrespeito pelo sentir algarvio, provocaram a mobilização de várias correntes de opinião.

A discussão, sem precedentes, em volta de mais dois mutifacetados mega espaços da distribuição, no caso, no espaço físico ainda a descoberto do concelho de Loulé, fez levantar um cortejo de vozes que procuram a razão e a avaliação dos impactos, à luz dos interesses de desenvolvimento estratégico da região.

Pela primeira vez no Algarve, estes mega projectos, saíram das fronteiras da análise estreita dos impactos e anseios de um concelho, para ser visto num contexto de implicações regionais.

A prática recorrente da confinação dos procedimentos e decisões numa linha directa investidor/Governo/Autarquia, com aprovação assegurada na CIA/AMAL, foi posta em causa, dadas as assimetrias que provocam nos territórios vizinhos.

Até aqui, o investidor vinha de Lisboa com o sim debaixo do braço e o Algarve calava-se. Alteravam-se todas as ferramentas jurídicas do uso do território para lhe dar justificação. E quando enfrentavam resistências, abatia-se sobre a região a força governamental dos sacrossantos PIN.

O Algarve político, claudicava na racionalidade, privilegiando os ganhos imediatos contra os estragos a médio e longo prazo. Os argumentos do investimento e empregabilidade, sempre inflacionados para consumo popular, não são hoje lineares em função da experimentação.

As correntes do pensamento algarvio, anestesiadas por determinados estilos de política partidária, finalmente perceberam a importância da sua opinião livre e exigência de respeito pelas Leis, que supostamente ordenam o território.

É de saudar esta mudança, que sendo ténue, tem um significado profundo, no momento em que enfrentamos problemas estruturais muito sérios.

Numa análise retrospectiva, quanto aos exíguos fundos provenientes dos vários quadros comunitários, conseguimos mudar pouco mais que o mapa das estradas e equipamentos sociais. O actual QREN, igualmente irrisório, embora com o mérito de vir a ser aplicado em inovação e energias limpas, é de todo incapaz de dar um novo rumo estratégico à estrutura social e económica do Algarve. Também a crise orçamental instalada, retira-nos perspectivas de alcançar uma nova etapa de mudança e poderá até comprometer o prometido. Com esta situação regimental e se o nosso silêncio persistir, o Algarve continuará a marcar passo

O valor intrínseco deste gesto de fazer valer a opinião regional, precisa de continuidade e organização. Com a regionalização ainda nas intenções, os algarvios têm de formular o seu próprio caderno negocial com o Governo e impedir a colonização de organismos e lugares de representatividade parlamentar.

O Algarve, para mudar o seu curso tem de mostrar firmeza, o que não tem acontecido…

Luis Alexandre

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

"ENQUANTO AQUI ESTIVER É ASSIM!"



Esta é uma das frases imagem de marca, do actual presidente da Câmara de Albufeira.

Sempre que abordado, de forma organizada ou informal, sobre questões de diversa ordem da vida do concelho e se o assunto colide com os seus interesses e actuações, salta como defesa, esta já famosa frase.

E, afinal, precisa de se fechar em concha porquê? A primeira de várias razões, é o medo de confrontar as suas ideias e opções; a segunda, a deficiente formação democrática proveniente da arrogância da maioria absoluta, não porque tivesse esmagado a oposição pelas ideias, mas porque esta se condenou a si própria pela má gestão e entrou em longo processo de dilaceração; a terceira, pela incapacidade de perceber o que se passa à volta e aceitar a evidencia dos factores de mudança e as suas implicações.

A opção pela teimosia e a preferência pelo autoritarismo, é mais forte que a capacidade de ouvir e responder aos desafios da diferença.

Albufeira não padece de um esgotamento de projecto, porque nunca teve projecto. A aventura dos últimos oito anos, recheada de medidas avulso, como sempre o afirmámos, visaram servir os interesses do betão e da distribuição, mesmo que isso implicasse o estrangulamento a prazo da cidade e do concelho.

O conjunto de obras realizadas, nunca obedeceram a um objectivo de modelo de desenvolvimento assumido. Nunca o PSD disse que tipo de concelho estava a desenvolver ou justificasse, "vamos por aqui" para um desígnio concreto.

Os adeptos do "paulatinamente", nunca perceberam a disfunção das medidas avulso. A dupla que dirige o concelho, Desidério Silva/Carlos Silva e Sousa, revelaram-se adeptos das políticas avulso.

Quinhentos milhões de euros depois, ainda vai nascer a primeira entrada digna da cidade, a especulação da construção privada abafou a construção social, a importância dos espaços públicos foi desprezada, a linha de costa destruída e massificada, os transportes públicos insuficientes, os estacionamentos desnecessários, projecta-se um Museu do Barrocal e um Palácio de Congressos
mas um projecto cultural diferenciador e reconhecido não existe, tal como no caso de Paderne, faltam os alojamentos e outras estruturas que resultem no total aproveitamento do investimento para a freguesia. E quando se faz um Palácio, supõe-se que estão lançados com antecedência, os fundamentos para a sua eficácia e sustentação.

O que se revela inapagável na realidade albufeirense, é que o seu crescimento físico desordenado e o desalinhamento dos investimentos camarários, não se traduziram em crescimento sustentado e, pelo contrário, o concelho tem vindo a perder qualidade e procura.

A abastança dos euros camarários confiados pela população e forças económicas, não geraram melhor economia e não tiveram o retorno que se impunha.

Façam os vossos juízos!



FORUM ALBUFEIRA

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

GURRRA DE NÚMEROS, OU GUERRA DE INTERESSES (PS/PSD)?


ESSA COISA DO TURISMO SER SÓ ALOJAMENTOS... INTERESSA A QUEM?



Bernardo Trindade e Elidérico Viegas, respectivamente secretário de estado do Turismo e presidente da AEHTA, fizeram declarações contraditórias sobre os resultados da ocupação turística do ano passado.

Disse o presidente da AEHTA, que 2009 foi o pior dos últimos 15 anos, com uma quebra de 12% nas dormidas, contraditando o membro do Governo que foi o quarto melhor do período, com perdas de 6,7%. Um tem os mapas de dados da associação pela frente e o outro recorre aos dados do INE. Então fica a dúvida legítima, quem é que fornece os dados ao INE e quais as razões de tanta disparidade?

Neste diálogo, sobressai a questão de que se estes dados são desesperantes para os hoteleiros, quando comparados com as quebras do comércio e restauração, estes terão mais razões de apreensão, porque os números poderão chegar em média aos 40% de perdas.

Ouvimos publicamente o sr. Elidérico Viegas, em função das quebras do sector, reclamar apoios do Governo na ordem dos 500 milhões de euros, pelo que, com todo o sentido, se levanta a pergunta de quanto seria legítimo reivindicar para os sectores mais afectados do comércio e da restauração.

Nos últimos tempos, deixou-se de ouvir a voz do presidente da AHETA sobre tal reivindicação, sendo estranho que a tenham deixado cair. Quanto às associações dos outros dois sectores, nem se ouve nada. E não será porque esteja tudo bem.

O ano novo já vai a caminho do fecho do mês de Janeiro e o panorama foi bem pior que o seu homologo em 2009. A actividade turística está mergulhada numa crise profunda e não se vêem preocupações especiais por parte de todas as autoridades. O mais certo é a água correr debaixo da ponte e cada um que se amanhe... até ver.


FORUM ALBUFEIRA
ENFERMEIROS EM LUTA

CONTRA A DISCRIMINAÇÃO, PELA PROFISSÃO

Face às sucessivas propostas salariais apresentadas pelo Ministério da Saúde/Governo que continuam a “atirar” os enfermeiros para uma situação profundamente discriminatória comparativamente a outros profissionais pertencentes a carreiras especiais da Administração Pública, prevê-se uma adesão à greve agendada para os dias 27, 28 e 29 Jan sem precedentes.

DIA 28 JAN (QUINTA) CONVIDAMOS OS SR.S JORNALISTAS PARA CONFERÊNCIAS DE IMPRENSA ÀS 12H

- NA ROTUNDA DO HOSPITAL DE FARO

E

- NA ROTUNDA DO HOSPITAL DE PORTIMÃO

OS ENFERMEIROS IRÃO CONCENTRAR-SE FARDADOS E ENTREGARÃO COMUNICADOS À POPULAÇÃO



Os Enfermeiros não estão em SALDO! Não aceitam trabalhar como Licenciados a preço de Bacharel

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A NOVIDADE DA ABSTENÇÃO CONSTRUTIVA

Classificação morfossintática:
- [abstenção] substantivo fem singular .
Sinônimos: privação renúncia desistência abdicar .

Passada a grande provação do ano de 2009 e com o esperado agravamento dos factores de crise em 2010, o regime, em crise de confiança, procura um novo fôlego e reorganiza-se em torno da oportunidade que está por detrás do Orçamento de Estado.

O embaraço político anda à volta da melhor linguagem para anunciar as medidas de contenção do deficit e quem as vai pagar, e não da questão do acordo que une os partidos e a sua inevitabilidade.

Cavaco Silva, pressentindo o perigo social e necessitado de lavagem de imagem e ânimo para a corrida presidencial, montou o seu papel de mediador, lançando o alerta aos partidos em que mais confia, porque a distracção ou a dissensão podem ser fatais.

A situação excepcional que vivemos, com dois terços do país mergulhado em problemas com base na implosão do sistema financeiro, de que nenhum político eleito está impune, requer medidas excepcionais que exigem a teatralização para esconder que os principais órgãos de poder estão unidos no essencial, no caso, à volta do OE e das linhas políticas para o desenrolar do ano.

Disseram Sócrates e seguidores, que não governariam com o programa dos adversários mas, a gravidade da situação e as suas saídas impuseram o consenso, através da habilidade da abstenção construtiva, isto é, negociada, para a salvação conjunta.

A queda do Governo era a queda da oposição e seria um exercício político de marcar passo. A oposição, que sabe não ter condições internas nem o apoio da sociedade para governar, refugia-se na esperteza de “não querer provocar uma crise política”, porque, perante eleições, pagavam o seu custo e veriam saltar uma maioria reforçada do PS.

Sócrates, que conhece as fragilidades dos adversários, enfrentou-os e resistiu a dois actos eleitorais, os que diziam respeito directo ao país e ganhou-os, mais por descrédito da oposição do que pela confiança nas suas políticas. Jogou uma vez e voltou a jogar, sabendo que os adversários não tinham fuga.

Com este acordo, mascarado de oposição construtiva, o país vai ser governado pelas políticas do sufrágio tripartido e o poder efectivo nas mãos do PS.

O presidente da República, o Governo e os partidos da ordem, numa conjugação de interesses, tentam desviar as atenções da população sobre a crise do país, centrando-as no papel do OE, como instrumento vital para a confiança dos especuladores internacionais e cura dos males nacionais.

O objectivo do acordo possível em volta do OE, é fazer passar a mensagem de que o país está à beira do abismo e precisa de tranquilidade, trabalho, sacrifícios, com perda de qualidade de vida e confiança nas instituições.

Quanto aos outros partidos do arco colegial, afastados do acordo, vão continuar a infindável tarefa de quererem apenas adocicar o sistema…

Luis Alexandre

domingo, 24 de janeiro de 2010

O MINISTRO BOMBEIRO


Portugal é assim, esta lástima, de vermos um ministro sentado na frente de residentes estrangeiros, prometendo-lhes aquilo que recusou aos cidadãos nacionais.

Antes das proporções calamitosas com os assaltos violentos a cidadãos estrangeiros, todas as queixas, particulares e de associações, esbarravam na pouca vergonha sintonizada das autoridades, de que "os números eram normais", como se a insegurança fosse um fenómeno normal.

Anos a fio e com maior incidência no inverno, ocorreram diariamente largas dezenas de assaltos só em Albufeira e, possivelmente, centenas no conjunto do Algarve, pondo em causa a segurança de pessoas e bens, sendo estes desvalorizados despudoradamente, deixando os queixosos num estado de revolta ou na indiferença de nem apresentar queixa, para não continuarem a encher de papéis inúteis, os caixotes de lixo.

Governadora Civil, deputados, a CIA/AMAL, presidentes de Câmaras e dirigentes de todas as cores e instâncias, silenciaram o crescendo da insegurança e agora vêem-se obrigados a enfrentar o repúdio do estilo descuidado como deixaram chegar a situação ao extremo.

O que o ministro Rui Pereira e os seus seguidores regionais não conseguem apagar, é o facto de terem contribuído decisivamente para o deteriorar da imagem de uma região, que a braços com uma crise económica e social sem precedentes, ainda viram ser contestada internacionalmente, uma das suas mais-valias, a segurança.

O tempo dirá, se as medidas e reforços prometidos serão eficazes e conseguem convencer, todos quantos desconfiam do habitual laxismo das autoridades. Mais passos em falso, e terão criado um problema de efeitos devastadores.

Ao ministro, fica o recado de que os algarvios não esquecem os episódios dos últimos três anos de deixa andar...


FORUM ALBUFEIRA

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

A HIPOCRISIA SOCIAL



Na versão politiqueira da abordagem das matérias sociais, Desidério Silva escreve no jornal "O Algarve", sobre o ano 2010, eleito como o Ano Europeu do combata à Pobreza e à Exclusão Social.

Anota o articulista e vale a pena transcrevê-lo para melhor percebermos:

"Combater a pobreza e a exclusão social deve ser um desígnio de todos: poderes públicos e sociedade civil.
... A ambição de erradicarmos a pobreza e a exclusão social, deve estar sempre presente na nossa mente. Sem ela, perdemos a noção daquilo que é viver em comunidade."

Este discurso, vindo de um activista social, faria sentido e captaria adeptos mas, vindo da boca do político e dirigente "mais rico" do Algarve, isto é, com o melhor orçamento per capita da região e de quase todo o país, é uma falsidade.

E porquê? Porque as verbas disponibilizadas para a acção social nos orçamentos camarários sempre foram exíguas e as medidas ficaram aquém das promessas, quanto mais das necessidades.

As verbas sociais andarão nuns ridículos dois por cento do valor global, em oito anos não fez uma habitação social, agravou-se a cobertura de médicos de família, com metade da população sem este serviço e enfrenta legítimas acusações de procurar o controlo político da Santa Casa de Misericórdia, através do estrangulamento financeiro, faltando ao cumprimento de compromissos assumidos.

Por outro lado, não cumpriu as promessas de construir escolas e infantários, abençoou a privatização da insuficiente oferta de cuidados continuados e arrasta o peso, na actual crise, do concelho com mais desempregados e necessidades sociais.

Contudo, em 2010, este arauto da hipocrisia, que bate regularmente no peito em público, tem o privilégio de governar com Carlos Silva e Sousa, o maior orçamento de sempre -105 milhões de euros-, crescendo os números 12% sobre o ano passado, mas mantendo a miserável proporção dos gastos sociais.

O que podemos constatar na argumentação falaciosa do artigo, para consumo externo de quem não conhece a realidade local, é a forma como se pretende esconder a despreocupação e até afastamento, dos graves problemas sociais e económicos da população do concelho.

Se a fábula do pinóquio se aplicasse em Albufeira, cremos que a saliência incomodaria o espaço dos concelhos vizinhos...


FORUM ALBUFEIRA

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ALBUFEIRA ÀS MOSCAS



Na crista da crise instalada, o concelho de Albufeira padece de uma forma ainda mais agravada, da mesma patologia provocada pela monocultura turística da região.

A suposta capital do Turismo, insinuada como a mais famosa cidade do Algarve, cujo coração social e económico palpita à volta da presença humana acrescentada, vive dias de grande amargura e de quase paralisação.

Há anos que vimos denunciando o galopar da sazonalidade, explicada por um crescimento não planificado e especulativo, cujo aumento da oferta gera receitas de curto prazo mas, põe em causa o futuro sustentado da actividade económica.

Sucessivos anos a ignorar o crescimento do monstro, as autoridades locais viveram à sombra do aumento das receitas do município, não traçaram quaisquer planos de criação de alternativas económicas, fomentando, pelo contrário, o colete de forças apoiado no binómio da construção e da distribuição, na ilusão de uma poedeira imortal de ovos de ouro.

Numa evidencia de saturação de capacidades, grandes projectos no terreno como a Marina e o Cerro do Bem Parece estão parados, são zonas fantasma e envolvidas nalguma obscuridade, outros estão por lançar ou em banho-maria, debaixo de preocupações de justificação dos investimentos, como o novo mega centro comercial na Guia e o empreendimento de luxo EDEN, tal como os prometidos pelo executivo, mais dez ou onze hotéis de 5 estrelas, a maior parte deles não saíram da propaganda.

Com o exagero da oferta, demasiados milhares de camas por ocupar, entre as legais e as particulares, a actual crise pôs a nu todas as fragilidades negadas, bem como a falta de estratégias de publicidade para manter os elevados índices de visitantes que dêem forma, sustento e razão à dimensão autorizada da ocupação do território.

Sabendo que a projecção de uma região como o Algarve tem de ser tarefa de esforço nacional, comparticipada pelos seus agentes, existe um espaço próprio de intervenção dos municípios que tem de ser desenvolvido.

Os passos balbuciados pelo executivo albufeirense, ficaram por uma visão curta de participação institucionalizada em feiras internas e em presença recente na Galiza e dispersa na Andaluzia. É pouco, muito pouco, em proporção com o desacerto estrutural implementado.

Razões de falta de dinheiro não podem ser invocadas, tendo de ano para ano aumentado o orçamento camarário, que para 2010 vai subir 12%, cifrando-se em 105 milhões de euros e apesar de alguma quebra de receita no IMI. Tanto dinheiro colectado, todavia, nem foi considerado ser usado no reforço de acções planeadas de publicidade das virtudes do concelho e, numa ajuda em várias frentes da vida da população e das suas diversas actividades económicas.

A cegueira do executivo face à maior taxa de desemprego da região, à forte quebra de liquidez, ao maior volume de encerramentos temporários e definitivos de que há memória e salários em atraso, está a ser posta em causa e o sofrimento silencioso poderá ter desenvolvimentos, se entretanto estes não perceberem o que se passa à sua volta. Fica o aviso.


FORUM ALBUFEIRA

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

DAVID MARTINS FEZ PROVA DE VIDA




Enfrentando pesadas críticas quanto ao seu relacionamento com a vida política, social e económica do concelho que jurou defender, David Martins, presidente da concelhia do PS, candidato derrotado às eleições autárquicas e actual empregado do Estado na categoria de assessor do ministro da Agricultura, esteve presente na sessão de Câmara de 15 de Dezembro último.

Com esta presença, numa reunião de temas completamente inofensivos, David Martins fez questão de mostrar aos seus críticos que tem uma vez ou outra, alguma disponibilidade para olhar para a problemática do concelho.

O líder à distância do PS, entrou na unanimidade dos assuntos discutidos em sessão, tendo entrado em "contradição" com o executivo numa única questão, a saber: a obra a decorrer no leito da ribeira das Ferreiras, que foi alvo de embargo e de muitas críticas quanto aos problemas que pode oferecer no futuro em virtude do seu encanamento.

Vale a pena atentar na transcrição da parte da acta alusiva, adiantando o FORUM ALBUFEIRA a sua contestação pela ineficácia desta intervenção atrasada no tempo e apenas para propaganda política de que se preocupam.

Na ocasião do embargo, que não foi por denúncia do PS, já David Martins "andava" por Albufeira e supostamente deveria instruir a intervenção dos dois vereadores que se arrastavam nas reuniões camarárias.


Votação: votaram no sentido da deliberação o Senhor Vice-Presidente e os Senhores Vereadores Marlene Silva, Carlos Quintino, José Sequeira e Ana Pífaro; votou contra o Senhor Vereador David Martins que declarou fazê-lo, não por estar contra a execução da obra, mas pela forma apressada como decorreu todo este processo, não tendo sido acautelados todos os meios para que a obra não fosse embargada. Questionou ainda quanto à responsabilidade pelo impacto negativo e quanto à garantia de que o encanamento da Ribeira não originará cheias em Albufeira, referindo que em relação à primeira questão ninguém assumirá com certeza as responsabilidades e que quanto à segunda questão tem sérias dúvidas que alguém possa garantir que tal execução não originará cheias. --------------------------------------------------

Interveio o Senhor Vice-Presidente que mencionou que a responsabilidade política está devidamente assumida. A situação do embargo deveu-se a uma questão de interpretação. Quanto à situação das cheias estas representam fenómenos de natureza cada vez mais difíceis de controlar sendo que nos últimos tempos também têm ocorrido em diversas zonas do país com bastante frequência, ao contrário do que sucedia antigamente, desconhecendo-se o limite desses fenómenos e não havendo obras que resistam a situações tão adversas.------

O Senhor Vereador Quintino também interveio para esclarecer que a interpretação que os serviços técnicos tinham relativamente à situação que originou posteriormente o embargo da obra era a de que não seria necessário o licenciamento por parte da ARH – Administração da Região Hidrográfica, a qual se veio a verificar não ser a interpretação correcta.---

Referiu ainda, quanto à questão das cheias, que as medidas preconizadas foram no sentido da instalação de duas comportas para regular os caudais de água, formando duas bacias de retenção, no entanto, as garantias de que não haverão cheias depois da execução da obra ninguém as poderá dar, mesmo tendo em consideração os estudos sobre a matéria e posteriormente a emissão do respectivo licenciamento por parte da ARH – Administração da Região Hidrográfica.-----------------------------------------------------------------------

O Senhor Vereador David Martins voltou a intervir referindo que a execução de duas bacias a montante e a jusante não parece ser uma questão de interpretação mas uma questão de segurança. Mencionou ainda relativamente aos fenómenos naturais, que muito embora não os possamos controlar, deverão ser acauteladas o máximo de situações possíveis de forma a minimizar os efeitos de tais fenómenos. Questionou ainda o Senhor Vereador Carlos Quintino sobre o facto de estar a responsabilizar os técnicos.----------------------------------

O Senhor Vereador Carlos Quintino referiu que não responsabilizou os técnicos apenas mencionou que houve uma má interpretação por parte dos técnicos sobre a necessidade de licenciamento por parte da ARH – Administração da Região Hidrográfica.


FORUM ALBUFEIRA

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

CORREDORES A BELÉM


No dia em que Manuel Alegre anunciou que não usaria o seu lugar cativo nas listas do PS às eleições de Setembro, ficou tudo esclarecido, faltando o acto oficial de anúncio da corrida presidencial.

Tendo aprendido com as lições de há cinco anos, desta vez antecipou-se ao seu próprio partido, embaraçando-o e ao seu chefe José Sócrates.

Alegre sabe que o seu partido do coração não é consensual quanto às suas pretensões e sobretudo sabe que o estilo egocêntrico de Sócrates, que gosta de sujeitar as escolhas, teriam de ser alvo de surpresa, para lhes reduzir impacto e apoios em volta da eventualidade de um candidato institucionalizado.

Há cinco anos, a divisão de um dos blocos de opinião da sociedade facilitou a ascensão de Cavaco Silva, situação que deixou marcas e que muitos dentro do PS não gostariam de ver repetida. Entre os descontentes, conta-se José Sócrates, que já pôs alguns fiéis a fazerem declarações de intenção, numa revelação do desconforto instalado.

A situação de confusão instalada no partido de sempre de Cavaco Silva, o PSD, para além de o trazer preocupado, este sabe que as ofertas de disponibilidade para a liderança não são do seu agrado e que dificilmente poderá, no espaço de um ano, ter encontrado o líder apaziguador e capaz de se afirmar como dirigente de oposição respeitado.

Cavaco Silva, que é hoje o principal líder da oposição, situação que não se coaduna com o cargo que ocupa e que todos tentam vender como de “todos os portugueses”, não tem fuga e corre o risco de chegar ao acto eleitoral nesta condição que o poderá fragilizar.

Cavaco Silva e o sector da sociedade de onde emergiu, não lhe interessa comentar o que vale Manuel Alegre, analisando friamente que à margem de tempo e esperando que o temperamento de Sócrates, que também não se gostaria de ver refém de uma vitória ou derrota de Alegre, penda para que o PS indicie outro candidato.

As condições políticas entre os dois actos eleitorais são consideravelmente diferentes, a gravidade da situação social cria um ambiente mais identificado com o discurso de Alegre, enquanto Cavaco foi o presidente da era da degradação e que os seus autores são muitos dos seus apoiantes.

O ano de 2010 tem o comprimento de uma crise e consequências de que não há memória nos últimos 36 anos e, até 2011, com a aprovação de dois OE que vão colocar o país a ferro e fogo, muita luta política e social estará nas ruas e nenhum órgão do poder deixará de se ver envolvido, do que advirão muitos juízos de valor que se reflectirão na eleição presidencial, se uma outra qualquer crise não se antecipar.

Qualquer dos dois conhecidos pretendentes à presidência julgam-se missionários predestinados, embora sejam os dois, um conhecido produto das políticas do nosso descontentamento.

Muita água passará debaixo da ponte até ao tiro de partida...


Luis Alexandre

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

O EXECUTIVO DA CMA, TEM A OBRIGAÇÃO DE SE EXPLICAR...

Durante o ano de 2009, o FORUM ALBUFEIRA, abordou o executivo camarário sobre várias matérias de gestão financeira, entre elas o pagamento, por duas vezes distintas, de 50.000 euros cada uma à empresa de um grande amigo do presidente, por serviços prestados à autarquia por um dia de máquina retroescavadora, sem que saibamos onde e porquê. Esta abordagem feita em sessão pública de Câmara, obteve a resposta pronta do presidente, corroborada pela responsável das finanças autárquicas, de que estava errada e estava também em curso a sua correcção.

Passados uns bons meses sobre a pergunta e resposta, tudo se mantém inalterável no site "Transparência AP", facilmente localizavel no motor de busca do Google, o que permite ajuizar que a verdade perdura e não se pode apagar.

A denúncia destes factos foi aqui lançada e nunca se ouviu qualquer desmentido oficial.

Curioso, é o facto de termos apurado que o trabalho de um dia de máquina, por excesso, não vai além de 500 euros mais impostos e a CMA ter comprado uma retroescavadora à empresa Motivo, por uma importância inferior ao valor pago por um dia de trabalhos.

Tais factos, pelo exagero dos custos assumidos pela autarquia, são merecedores de investigação por parte das autoridades que têm a obrigação de fiscalizar a gestão dos dinheiros públicos confiados pelos munícipes.


FORUM ALBUFEIRA


Documentos retirados do site "Transparência AP":


data de publicação: 20/03/09

Entidade adjudicatária: Construções GUEDES & MARQUES, LDA.

Aquisição de serviços: Aluguer de máquina com operador de retroescavadora giratória de rastos com balde ou martelo hidraulico.

Preço contratual. 50.000 euros

prazo de execução: 1 dia

Local: albufeira



Compra de retroescavadora:

Data de publicação: 11/03/09

Adjudicatária: MOTIVO, SA

Objecto do contrato: Fornecimento de uma retroescavadora

preço: 46.750 euros



domingo, 17 de janeiro de 2010

PELA AMOSTRA...



... caminhos minados pelos interesses partidários dominantes...




A paz podre que continua a reinar em Albufeira é um péssimo prenúncio para a sua população.


O PSD, sempre comandado pela dupla Desidério Silva/Carlos Silva e Sousa, tem as mãos livres para gozarem dos orçamentos camarários e prepararem a sucessão de forma tranquila.

Nos anos de governação passados, foi demasiado fácil para o PSD montar a sua teia de interesses, usando o poder e a força financeira do município. Meia dúzia de tostões distribuídos e a sede de protagonismo de uma camada intermédia da sociedade que precisa de aproximação do poder, tornaram o trabalho simples. No fundo, o PSD limitou-se a desmontar a rede PS que chafurdava em volta da capacidade decisiva, para lançar a sua.

O PS, dividido nas invejas e sem orientação, foi presa fácil e padrinho das políticas oportunistas do PSD, que, no fundo, não diferiam em nada das que praticaram no passado.

O PS iniciou a massificação e destruição do centro histórico, o PSD continuou com mais entusiasmo e proveitos.

O PS abriu as portas aos espaços da grande distribuição e concorrência com o quase moribundo comércio da cidade, o PSD incrementou-o até à exaustão.

O PS promoveu um Centro de Saúde de vistas curtas, o PSD manteve-o, falhando a promessa de um Hospital público, privatizando os cuidados continuados e abrindo as portas à profusão dos hospitais particulares que vêm vender saúde muito cara.

O PS esqueceu-se dos estacionamentos, o PSD imitou-o brilhantemente.

O PS promoveu a desproporção da segurança em relação ao espaço público, o PSD nem reconhece os problemas.

O PS construiu apenas um jardim de cimento quase sem utilidade e o PSD respondeu tardiamente com o deserto do parque da alfarrobeira.

O PS esqueceu-se da rede separativa da baixa, o PSD levou oito anos para refazer 500 metros da mesma em duas ruas onde se arrastavam os problemas.

O PS prometeu escolas, infantários e ATLs, não as fez na medida das necessidades, sendo religiosamente imitado pelo PSD.

Ambos montaram o Programa Polis/Governo PS/Câmara e os resultados são conhecidos. Mais de 60 milhões desperdiçados, quando supostamente deveriam ter relançado a imagem da cidade, acabando por provocar o sentido contrário como a quebra de negócios, o aumento da sazonalidade e o descontentamento de quem nos visita.

O PS nunca teve um rumo para um futuro estratégico sustentado e o PSD seguiu as virtudes de aprofundar o mau exemplo.

A um PS no poder correspondeu um PSD impotente, e, no inverso da medalha, ao quero, posso e mando do PSD, assiste-se ao franciscanismo flagelador e militante do PS.

David Martins, o ainda líder do PS local é assessor do ministro da Agricultura e não um opositor credível da dupla Desidério Silva/Carlos Silva e Sousa. A mudança física no PS não mudou as políticas, de modo que a população não tem nada a esperar.

Seiscentos milhões gastos para trás pelo PSD, que bem geridos deveriam ter feito da cidade e do concelho locais de excelência, acabaram por cimentar uma cidade deserta, económica e socialmente frágil, como o evidência a brutalidade da actual crise.

Dispondo o PSD de mais de 400 milhões nos próximos 4 anos e com os maus resultados à vista, levantam-se legítimas dúvidas sobre o futuro. O PS, pelo seu lado, sabe que a sua missão é a de simplesmente assistir.


FORUM ALBUFEIRA

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

O CANDIDATO



Já vai a caminho de três anos que Desidério Silva lamuriou em entrevista numa revista de brincadeira, que "já merecia ser deputado".

A visão umbilical deste figurante da cena política algarvia, é a de que ser deputado se faz "por méritos" em que ele próprio define a escala de valores e, no caso, em proveito próprio.

Um homem que em oito anos nunca teve falta de dinheiros públicos, uma vez que o excesso de construção que autorizou, conferiram super-avit aos orçamentos camarários, não cumpriu, contudo, o essencial das suas promessas.

A maioria absoluta do seu segundo mandato criou artificialmente a ideia de mais um cacique local, todo poderoso, centro de atenções e incapaz de dialogar. Ao ponto de ridicularizar todos os que se lhe opunham e opõem, levando a arrogância ao extremo de não responder a perguntas da oposição, em assembleia municipal.

É este homem de deus, que se julga merecedor do Olimpo da palavra negociada, a AR. Mas a sorte não o bafejou, sabendo os seus pares de partido os porquês, os mesmos que preferiram Carlos Silva e Sousa nas últimas listas.

A presença de Carlos Silva e Sousa não é um acaso da política, mas uma escolha que aumenta a visibilidade para uma eventual candidatura de sucessão do populista Desidério Silva.

O causídico Carlos Silva e Sousa é o grande arquitecto das políticas aplicadas em Albufeira, sendo Desidério Silva o homem do aperto de mão e do tu cá tu lá para a missão dos votos.

Em fim de carreira autárquica e esgotado o modelo de actuação de Desidério Silva, o próprio PSD sabe que precisa de mostrar mais e disso se apercebeu o princípio de oposição interna, que poderá intensificar a luta pelo controlo dos órgãos políticos.

No horizonte partidário do PSD, Carlos Silva e Sousa é uma figura feita, sem necessidade de apresentações e o chamado candidato ideal para a transição.

A vulgata do desiderismo, tão acobertada no brilho do chefe, não construiu um sucessor credível e as vozes discordantes da sociedade democrática criarão limitações de validação dos erros das práticas políticas do PSD.

Carlos Silva e Sousa, mentor do desiderismo, poderá ser o sucessor.


Vamos conferir no futuro, se este rompe na aparência com as linhas seguidas, para abrir o caminho do poder.


FORUM ALBUFEIRA

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Albufeira é uma coutada e não há queixas de sazonalidade nesta actividade...

DOIS PARVOS QUE SE DEIXARAM APANHAR...


...não, não vêm a caminho de Albufeira...


Um jornal diário com página sobre o Algarve, noticia que dois dealers foram detidos em plena actividade de traficantes de droga, no Largo Engº. Duarte Pacheco, para os da terra "A meia-laranja".


Os parvos, porque só dois parvos é que se deixam apanhar entre tantos outros actores deste tipo de crime que ali actuam há muitos anos, acabaram por ter sortes diferentes. Eram um ele e uma ela. Ele foi à vida e com obrigatoriedade de apresentações periódicas, portanto pode levar a sua rica vida e, ela, ficou detida e foi conduzida para a cadeia de Odmira.

Estes desafortunados meliantes, devem ter caído na desgraça de alguma roleta policial, para fabricarem umas notícias "animadoras" e "demonstrativas de que as autoridades não dormem", num momento particularmente grave da vida da cidade e da região, em que as notícias de assaltos são uma sucessão imparável e atormentadora.

Por outro lado, este incidente com pequenos traficantes não molestou o resto da actividade que se pôde desenrolar em paz pelas muitas outras dezenas de aplicados actores.

Uma andorinha nunca fez a primavera!


FORUM ALBUFEIRA

Acções no vazio... queixas do vazio...política para o vazio...

PORTAS ABERTAS SEM CLIENTES? QUEM PAGA OS CUSTOS?



Na última edição do jornal "A Avezinha", a propósito da desiderolândia real realizada em Paderne no princípio do ano e aludindo ao "sucesso" do espectáculo Futurolândia nas Areias de S. João, o presidente da Câmara de Albufeira, lamentou o facto de tantas lojas e restaurantes estarem fechados.

Esta interrogação que não é de todo por ignorância, porque ninguém melhor que ele conhece as políticas adoptadas de completo abandono das duas principais áreas comerciais do concelho.

As políticas do PSD em oito anos de gestão da dupla Desidério Silva/Carlos Silva e Sousa, assentaram fundamentalmente no proteccionismo do imobiliário para gaudio das receitas camarárias, descurando as consequências futuras no desenvolvimento harmonioso da cidade e do concelho.

O crescimento e a oferta exagerada, bem como altamente inflaccionada do imobiliário e dos indiscriminados espaços comerciais construídos, a par da falta de infra-estruturas de apoio à circulação e fixação de pessoas, levaram ao decréscimo lento e estrangulador da actividade económica, ao ponto das receitas serem insuficientes para fazerem face às despesas de contratação no longo período de Inverno.

As lojas estão fechadas não por capacidade financeira acumulada, mas por falta de clientes e dividendos.

O presidente da Câmara que conhece o problema que fabricou com a sua má gestão quanto aos interesses do pequeno comércio e restauração, deveria discutir com as associações do sector como encontrar soluções, em vez de se ficar por desabafos de hipocrisia.

Desidério Silva confia que os dinheiros que entrega à ACRAL, grande aliada dos poderes instituídos pelas Câmaras e cada vez mais afastada da confiança do sector, vão comprar o silêncio dos comerciantes quanto à profundidade dos problemas estruturais do concelho.


FORUM ALBUFEIRA
PELA BOCA MORRE O PEIXE



Desidério Silva foi convidado para escrever na rubrica "Quintas do Algarve", do jornal CM.

No sábado passado, versou a preocupação que lhe vai na alma, como a imensa maioria dos políticos da nossa praça, sobre a situação política e social do país no ano em que a República comemora 100 anos.

Diz Desidério Silva, visivelmente preocupado e tem muitas razões para isso, depois do aviso à navegação de Cavaco Silva sobre o ambiente geral do país estar perto da revolta, que "não se pode pôr tudo em causa".

Este adiantamento de raciocínio, configura a imagem de que haverá afinal, motivos para a revolta e matérias de actuação que podem ser postas em causa. Para Desidério Silva, apenas não se pode pôr tudo em causa, numa antecipação de desculpabilização, como se a gestão pública não tivesse regras de Lei e deva obedecer a princípios de transparência.

A raia miúda da política andava distraída mas percebeu a mensagem do PR.


FORUM ALBUFEIRA

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Comunicado do Sindicato dos Enfermeiros

ENFERMEIROS ENTREGAM A FARDA NO GOVERNO CIVIL DE FARO


DEMONSTRANDO UMA VERDADEIRA FALTA DE RESPEITO PELO PROCESSO NEGOCIAL, PELOS ENFERMEIROS E PELA PROFISSÃO DE ENFERMAGEM a Ministra da Saúde apresenta agora uma proposta de DIMINUIR O SALÁRIO DOS ENFERMEIROS!


Decorreu no dia 8 de Janeiro de 2010 a reunião que pressupunha dar continuidade ao processo negocial dos projectos de diploma relativos às grelhas salariais e transições dos enfermeiros.


Na reunião de 26 de Novembro, a Ministra da Saúde assumiu que iria apresentar nova proposta tendo em conta as injustiças que a outra continha, nomeadamente, a possibilidade de cerca de 6000 enfermeiros, já com cerca de 11 anos de exercício profissional, poderem vir a ganhar menos que os futuros enfermeiros que ingressassem na carreira.


A Ministra da Saúde/Governo pretendem agora diminuir o valor de ingresso da profissão, dos actuais 1020 euros para 995 euros, durante os próximos 4 anos, apenas porque continuam a querer impor a regra geral de transição para a futura carreira, ou seja, a regra de não haver revalorização salarial.


Com esta proposta, o Ministério da Saúde e o Governo não só querem discriminar os enfermeiros relativamente a outros profissionais de outros sectores, como pretendem DESCLASSIFICAR E HUMILHAR OS ENFERMEIROS E A PROFISSÃO DE ENFERMAGEM.


A questão deixou de ser SÓ a luta pelo reconhecimento da qualificação de Licenciado que os enfermeiros já são detentores desde 1999. A LUTA PASSOU A SER, TAMBÉM, PELO RESPEITO E DIGNIDADE DOS ENFERMEIROS E DA PROFISSÃO.


Esta posição do Ministério da Saúde/Governo para com os enfermeiros está já a provocar uma onda de revolta entre os enfermeiros em todo o país.


Os Enfermeiros no Algarve reúnem amanhã dia 14 no Hospital de Portimão e no dia 15 no Hospital de Faro, para discutir a continuidade do processo de luta


No dia 15 Janeiro dirigem-se ao Governo Civil para entrega de parecer/Moção sobre esta injuriosa proposta e entregam também a sua Farda. Convidamos desde já os Sr.s jornalistas a assistir a esta entrega:


CONFERÊNCIA DE IMPRENSA ÀS 16,30 à PORTA DO GOVERNO CIVIL DE FARO

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O GUETO ECONÓMICO

...o pior cego é aquele que não quer ver...


Nas condições actuais do país, que foram sem contestação, superiormente consideradas de explosivas, a mudança de paradigma para o contexto da importância das pequenas e médias empresas revela-se urgente.

Os elos mais fracos da economia portuguesa, o trabalho e as pequenas e médias empresas, são os maiores depósitos de energia e de esperança do país, porque sempre foram eles que a alavancaram e suportaram.

Esta grande massa suporta o voto, os programas políticos são-lhe dedicados e as práticas políticas seguem em primazia noutras direcções.

As respostas aos golpes da actual crise, que têm trespassado a vida de milhões de portugueses indefesos e impotentes, resumem-se a uns subsídios para esconder os números da pobreza e na irrelevância das medidas para salvar a complexa influência das empresas nas economias locais e regionais.

Desde o rebentamento da bolha, em Setembro de 2008, com a queda vertiginosa dos indicadores de confiança, a realidade consistiu num ano inteiro a enfrentar custos contra uma torrente de perda de rendimentos. As pequenas e médias empresas não foram as primeiras a ceder mas os próximos tempos vão ser muito amargos.

O Governo em promessas e a Banca em gestão de interesses, nestes passados quinze meses, assistem ao definhar do principal sector da actividade económica que os alimenta. Os programas selectivos do chamado apoio do Estado são uma farsa e os milhões disponibilizados à Banca são uma miragem, no que toca ao papel estrutural de financiamento das empresas.

O corrente ano arrancou sobre números de falências e desemprego nunca vistos, que se agravarão implacavelmente no seu decorrer. Contudo, o Governo, dizendo mais uma vez uma coisa e fazendo outra, que se financia no PEC e no atraso do reembolso do IVA, preparava-se para impor um Código Contributivo que está muito longe de trazer justiça ao sistema fiscal, enquanto a Banca revela pouca abertura para resolver a contento negocial, as muitas situações de incumprimento criadas pela profundidade da crise.

As pequenas e médias empresas estão encurraladas numa situação que não criaram, desesperam na procura de soluções que o mercado não tem capacidade de dar resposta e o Governo, a braços com o buraco da má gestão financeira do Estado, congemina apoios para um OE que precisa de receitas, as quais virão do corte sobre os serviços públicos prestados e do aumento de impostos.

O sistema apodrecido e os seus agentes, que ignoram a miséria que criaram no seio das famílias e o sofrimento envergonhado das empresas, não têm margem de manobra para errar e impõe-se urgentemente que arquitectem novos programas, enterrando as versões actuais, sob pena de verem aumentar o exército do descontentamento.

As associações do sector das PMEs, que sempre se bandearam para o lado do poder, perderam qualquer credibilidade, porque há muito que não ouvem os gritos de baixo.

Quanto ao Algarve e às suas actividades económicas, estão entregues à sorte. Um líder quer ser o primeiro presidente do governo regional e o outro quer ser ministro de qualquer coisa, enquanto a população quer trabalho e dignidade.

É nestas condições de grande instabilidade financeira e social que o grande capital criou e os políticos validaram, que se desenrolará um ano dramático e imprevisível. Daí o medo de explosão.

Luis Alexandre