quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

ALBUFEIRA ÀS MOSCAS



Na crista da crise instalada, o concelho de Albufeira padece de uma forma ainda mais agravada, da mesma patologia provocada pela monocultura turística da região.

A suposta capital do Turismo, insinuada como a mais famosa cidade do Algarve, cujo coração social e económico palpita à volta da presença humana acrescentada, vive dias de grande amargura e de quase paralisação.

Há anos que vimos denunciando o galopar da sazonalidade, explicada por um crescimento não planificado e especulativo, cujo aumento da oferta gera receitas de curto prazo mas, põe em causa o futuro sustentado da actividade económica.

Sucessivos anos a ignorar o crescimento do monstro, as autoridades locais viveram à sombra do aumento das receitas do município, não traçaram quaisquer planos de criação de alternativas económicas, fomentando, pelo contrário, o colete de forças apoiado no binómio da construção e da distribuição, na ilusão de uma poedeira imortal de ovos de ouro.

Numa evidencia de saturação de capacidades, grandes projectos no terreno como a Marina e o Cerro do Bem Parece estão parados, são zonas fantasma e envolvidas nalguma obscuridade, outros estão por lançar ou em banho-maria, debaixo de preocupações de justificação dos investimentos, como o novo mega centro comercial na Guia e o empreendimento de luxo EDEN, tal como os prometidos pelo executivo, mais dez ou onze hotéis de 5 estrelas, a maior parte deles não saíram da propaganda.

Com o exagero da oferta, demasiados milhares de camas por ocupar, entre as legais e as particulares, a actual crise pôs a nu todas as fragilidades negadas, bem como a falta de estratégias de publicidade para manter os elevados índices de visitantes que dêem forma, sustento e razão à dimensão autorizada da ocupação do território.

Sabendo que a projecção de uma região como o Algarve tem de ser tarefa de esforço nacional, comparticipada pelos seus agentes, existe um espaço próprio de intervenção dos municípios que tem de ser desenvolvido.

Os passos balbuciados pelo executivo albufeirense, ficaram por uma visão curta de participação institucionalizada em feiras internas e em presença recente na Galiza e dispersa na Andaluzia. É pouco, muito pouco, em proporção com o desacerto estrutural implementado.

Razões de falta de dinheiro não podem ser invocadas, tendo de ano para ano aumentado o orçamento camarário, que para 2010 vai subir 12%, cifrando-se em 105 milhões de euros e apesar de alguma quebra de receita no IMI. Tanto dinheiro colectado, todavia, nem foi considerado ser usado no reforço de acções planeadas de publicidade das virtudes do concelho e, numa ajuda em várias frentes da vida da população e das suas diversas actividades económicas.

A cegueira do executivo face à maior taxa de desemprego da região, à forte quebra de liquidez, ao maior volume de encerramentos temporários e definitivos de que há memória e salários em atraso, está a ser posta em causa e o sofrimento silencioso poderá ter desenvolvimentos, se entretanto estes não perceberem o que se passa à sua volta. Fica o aviso.


FORUM ALBUFEIRA

2 comentários:

CAÇA CROMOS disse...

Há 1 semana postaram sobre este tema.
Isto funciona como os anúncios do Duda para o Pingo Doce? Acham que funciona por exaustão?
Nem vale a pena gastar mais teclas, porque, há 1 semana, já escrevi o que havia para escrever e, porque, sobre o tema comércio, aqui está tudo dito:

http://raispartaomiudo.blogs.sapo.pt/142889.html

Anónimo disse...

Mais Hoteis para que????para dar trabalho a russos e brasileiros????