terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O IKEA MANDA


Quercus acusa IKEA de querer construir em Reserva

(in Observatório do Algarve)


A saga do IKEA está a ser trabalhada para constituir um trunfo da política do Governo para o Algarve, conhecidos que são os gravíssimos números do desemprego.

As decisões há muito que estão tomadas, numa concertação de interesses entre a multinacional e o Governo.

A localização seria o coração do Algarve, em zona dotada de algumas infra-estruturas para reduzir custos para as duas partes, com uma base populacional assegurada e preços dos solos compensadores, só possíveis debaixo da alçada de uma lei, impossível de ultrapassar pelos proprietários mas fácil para as canetas dos decisores.

A cadeia implantada no país, há muito que tem inscrita na sua estratégia a intenção de cobrir o sul, escolhendo o momento de crise em que tudo é mais barato, mais fácil de negociar e vai ao encontro dos interesses do Governo que tem aqui uma janela de argumentação, à falta de um plano para debelar os problemas.

O IKEA sabe o que quer, tem a área da Andaluzia coberta, pelo que a hipótese Espanha não passa de um exercício de pressão para fazer vergar quaisquer veleidades nacionais ou locais que fugissem ao controlo.

Para vencer as resistências da população e ganhá-la para o projecto, este argumento era imprescindível, tal como para as negociações das contra-partidas: o que querem o Governo e as autarquias de imediato e o que quer o IKEA no futuro.

Quanto aos impactos, o primeiro é a secagem de dezenas de empresas do sector, peças do sustento local e da produção de Paços de Ferreira, cujo volume de negócios se transferem para um conglomerado que empregará umas escassas duas ou três centenas de pessoas, arrecadando largas dezenas de milhões em facturação que não pagarão impostos no Algarve e não gerarão empresas e empregos na proporção da destruição.

Num raciocínio simples, falível e despretensioso, para uma base de 300 empregos ao preço duvidoso de 750 euros, dá uma massa de despesa global à volta dos 5 milhões e se as despesas envolventes ascenderem, por absurdo, a um valor semelhante, teremos encontrado uma percentagem entre os 10 e os 20% do valor da facturação. No fim de cada ano vamos ver o que entra nos cofres do Estado, bem como as mais-valias voarão para outras paragens.

Outro raciocínio é o de que o IKEA apenas absorverá emprego jovem, limpando os números do INE mas sem limpar as despesas do subsídio de desemprego.

Apesar do facto consumado, voltamos a exigir que todos os estudos envolventes da decisão sejam publicados. É um direito dos cidadãos.


Luis Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

É pá quero lá saber dos gafanhotos e dos lagartos que os gajos da Quercus defendem.
É preciso é postos de trabalho.
Não deixam impostos no Algarve??? Os impostos sobre imóveis vão pagar onde??? a Vila Viçosa??? A água??? fazem poços???
Conheço muitos estrangeiros em Albufeira que vão comprar a Espanha e nem querem saber dos móveis de Paços de Ferreira e das Moviflores porque é inferior aos padrões de qualidade que têm.
os Indianos de Lisboa e do Porto e as Moviflores consomem a produção de Paços de Ferreira, não se preocupem...
Ó Fórum, só se metem em coisas tristes...