sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O PSD…

O novo símbolo do PSD pago pela Somague

Passados alguns dias sobre o golpe de Estado dos cravos, com o inconformismo da população nas ruas, nas fábricas, nos serviços, nas aldeias e cidades, rapidamente os resquícios reformistas do Estado Novo, último refúgio de confiança da classe dominante em hibernação temporária, perceberam as mudanças e a necessidade de se organizarem, e, nas condições adversas se prepararem para o reequilíbrio da influência e recuperação do poder.

O PPD é uma dessas emanações, “descendo” à linguagem dominante, pondo propositadamente na sigla os valores “popular democrático”.

Nascido e financiado nas elites, estabeleceram as suas estratégias de alianças com a Igreja, para a partir daqui procurarem as bases sociais, associadas ao medo do bem e do mal enraizados no Portugal profundo e inculto. O PPD de Sá Carneiro, sabia que tinha de esperar e avançar do interior para Lisboa. Era uma questão de tempo.

Um país isolado, sem capacidade industrial, um campesinato assalariado e de sobrevivência, uma minúscula classe média na orla do poder, uma pequena burguesia dos serviços e comércio, amorfa e dependente, com o grande capital em fuga, não tinha condições mínimas de organização e de ir longe.

A desilusão social começava a ganhar forma nos finais dos anos setenta, com os ditos partidos de esquerda em baixa e a progressão paciente e manobradora do bloco da direita tradicional. O equilíbrio de forças estava a um passo e a dominação a dois. Em 79, a AD, Aliança Democrática (PPD/PSD, CDS, PPM) sobe ao poder e inicia o ciclo governativo. Os efeitos do golpe militar para reformar o Estado, venciam os princípios revolucionários que se lhe seguiram.

Ostentando a sua verdadeira sigla de identificação de classe, sem alusões populares e assumindo o conteúdo do seu programa de defesa absoluta dos princípios do neo-liberalismo capitalista, O PSD procurou mostrar-se mais moderno na aproximação e influência junto de partes importantes das burguesias urbanas e dependentes do Estado.

A entrada na CEE pela mão do Dr. Soares, com o beneplácito do PPD/PSD e com os muitos milhões à solta, rapidamente mostrou a insaciedade dos sectores oportunistas e corruptos da sociedade.

Na primeira oportunidade dada pela “nouvelle” Europa ao nosso país, o falhanço político da sua gestão, abriu as portas à primeira maioria absoluta, exactamente do PPD/PSD. A direita moderna exultou, reinou, engordou, malbaratou, vendeu o país aos especuladores internacionais, com isenção de impostos, deu trabalho aos portugueses, inventou o PEC para as pequenas e médias empresas, empobreceu estrategicamente o país e criou uma nova base social para o sustentar, a classe média.

Foi exactamente esta classe média, um produto social do alargamento do funcionamento das estruturas do Estado e do aumento da escolaridade que foi penetrando nas estruturas sociais e económicas, que derrubou o cavaquismo PSD e passou a deter o controlo do voto em Portugal.

Com a “saída” de cena do operariado, em parte elevado à categoria de técnicos e do campesinato, as lutas sociais desapareceram das ruas e as que assistimos foram exactamente protagonizadas por sectores da classe média.

O PSD, embrenhado no exercício do poder, distraiu-se na percepção que acumulava vícios e funcionava como uma grande confederação de interesses, cujas parcelas se aconchavaram de forma quase estanque, degladiando-se por privilégios e cargos à medida que se afastava das bases e da sociedade. Depois da mão forte do cavaquismo, os líderes estiveram a prazo… e, com a eleição de Cavaco Silva, tornou-se num partido da sombra presidencial.

A flagelação interna cria uma imagem redutora e não transmite confiança para fora. E depois, Cavaco Silva vai precisar do partido para a sua reeleição. O PSD não pode perder tudo…

A sua velha máxima de um Presidente, um Governo e uma maioria, agora acrescentada da possibilidade de suspensão da democracia por seis meses, possivelmente por prazos prorrogáveis, não está no horizonte próximo ser alcançada.

Luis Alexandre

4 comentários:

Anónimo disse...

==//==
Para quem não faz nada,
não se poderia esperar mais.
Pelos comentários se está a ver quem vai na carruagem.
Melhor será dedicar-se a outra profissão, será que ainda vai a tempo.
Novas oportunidades virão.

Um abraço de
Alguém que Ama Albufeira
==//==

Anónimo disse...

O PSD foi feito a partir da acção nacional popular e continuou com o popular. O Sá Carneiro nunca quis derrubar o marcelismo, provem o contrario. A igreja católica aguentou as pontas e intimidava as pessoas para votarem no PPd como acontece naq Madeira do Jardim.

albufeirense atento

Anónimo disse...

O Sr Luis mas que grande diarreia mental , assim nao vais a lado nenhum

CAÇA CROMOS disse...

Necessita de uma lição, e este senhor oferece-lhe parte, aqui:

http://raispartaomiudo.blogs.sapo.pt/137077.html


Entretanto:
O Fórum já interveio junto da Gestão Camararia ou das escolas para que a sua "voz" se faça ouvir, no sentido da resolução do problema das crianças Albufeirenses que não têm água quente?
Os interesses de quantas centenas de crianças Albufeirenses, a tomar banho com água fria ou a não tomar sequer, não foram acautelados nem defendidos, quando o Fórum os preteriu e interveio junto da CMA a propósito da suposta ilegalidade nas Texugueiras, que afecta uns quantos senhores(as) que se contam pelos dedos da mão?
Ou centenas de crianças são menos importantes que 1 ou 2 propriétarios nas Texugueiras?

E o relatório e contas do Fórum e da Acosal é publicado quando?
- o nº de associados ou membros de ambos seria um indicador importante para aferir a representatividade
- julgo que a CMA também aguarda, há muito tempo, estes elementos para considerar as 2 organizações na listagem de financiamentos a atribuir (mas sou só eu a julgar, caso o julgamento não esteja correcto, é só esclarecer-me e aos leitores e prontamente o reconhecerei)