quinta-feira, 5 de abril de 2012

Paulo Macedo: o ministro público da saúde privada


É necessário que se compreenda que a dívida que o governo vende pátrias Coelho/Portas, a mando da tróica germano-imperialista, insiste que sejam os trabalhadores e o povo a pagar, sem que tenham sido eles a contraí-la e, muito menos, a dela beneficiar, foi propositadamente desenhada pelos grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, para ser IMPAGÁVEL! E porquê?

  • Primeiro, porque servirá como instrumento para perpetuar o domínio do directório europeu e do imperialismo germânico que o controla sobre os chamados países “devedores”, os tais que viveram acima das suas possibilidades;

  • Segundo, porque perpetuará um negócio de acumulação de riqueza sem precedentes, consubstanciado nos juros e nos lucros usurários que instituições como o FMI, o BCE e os grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, praticam sobre os empréstimos e os programas de resgate que impõem aos países cujas economias estão mais fragilizadas, fruto de terem alinhado na estratégia de desindustrialização e liquidação da agricultura imposta pelo eixo Berlim/Paris;

  • Não menos relevante, a dívida é propositadamente IMPAGÁVEL porque, enquanto subsistir, permite a política de chantagem que leva à transferência de activos e empresas públicas estratégicas para as mãos de grupos privados.

O exemplo mais paradigmático e recente de como este processo decorre exactamente pela forma como atrás ficou exposto, é o que sucede no sector da saúde.

Com um olho no ouro e outro no bandido, o actual ministro da saúde, Paulo Macedo, que já foi – ou se calhar ainda é – membro da direcção de uma companhia de seguros de saúde privada – a MEDIS – está a levar a cabo um programa que mais não visa do que criar as condições ideais para a privatização deste sector.

Começou, desde logo, por impor o aumento das taxas moderadoras, anular a comparticipação do Estado nos custos dos tratamentos e medicamentos de doenças crónicas ou de elevado grau de mortalidade, baixar o valor da comparticipação do Estado na aquisição de medicamentos e meios complementares de diagnóstico, encerrar centros de saúde, maternidades e urgências hospitalares, para agora vir propor a “reorganização” das urgências hospitalares que resistiram a essa hecatombe, nomeadamente reduzindo o número de valências no período nocturno.

É o que está já em preparação – sempre rodeado de um palavreado mistificatório quanto às virtualidades das reestruturações – com a eliminação dessa valências nas urgências dos Hospitais de Garcia de Orta (Almada) e S. Francisco de Xavier (Lisboa), depois de ter já suprimido a urgência no Hospital Curry Cabral.

Ora, tal programa só pode ter por objectivo facilitar a privatização do sector da saúde, na lógica da transferência de um activo público, essencial para os trabalhadores e o povo português, para as mãos de grupos financeiros privados, à pala de reduzir custos para fazer face ao pagamento de uma dívida que, já percebemos, o governo de traição PSD/CDS, acolitado por Cavaco e pelo PS de Seguro, e a mando da tróica germano-imperialista, deseja PERPETUAR e tornar IMPAGÁVEL e que, por isso, o povo português tem de recusar-se a pagar.



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