terça-feira, 5 de julho de 2011

A receita

O ministro Paulo Portas, no rescaldo da discussão do programa de Governo, quer que o povo coma e se cale. Reclama paz nas ruas enquanto o Governo a que pertence decreta a fome para o interior das casas dos portugueses.

Com a habitual falta de escrúpulos e tal como o Governo de José Sócrates em 2009, os novos donos do país esmagaram as promessas de não aumentar impostos e iniciaram o seu carrossel de medidas contra o povo.

Depois de levarmos com três PEC “socialistas” que elevaram os índices de desemprego e pobreza, o Governo PSD/CDS e naturalmente com o respaldo do P”S”, acossa-nos com o programa de ingerência da “troika”e acrescentos, que vai desde o saque sobre os salários e reformas à alienação das partes mais apetitosas das empresas públicas estratégicas para a nossa débil economia.

Com uma dívida pública astronómica em proveito da banca, dos fundos de investimentos, das mutinacionais, dos diversos parceiros das PPP e das várias estirpes de clientelas e sanguessugas nacionais, os partidos do arco e autores da debulha da economia e finanças, com novas lideranças sobre velhas culpas, promovem mais pobreza sobre quem apenas lhes entregou o voto e confiou os aforros.

Com a procissão ainda na porta das novas consequências, ecoa a miséria instalada entre muitas famílias, os filhos que abandonam as escolas, o insucesso escolar, as cantinas que matam a fome nas escolas e nas localidades, as depressões, as falências familiares com declaração judicial, incumprimentos vários e litígios, divórcios e violência doméstica, membros que abraçam a marginalidade, suicídios e um novo aspecto de desespero, mães que se demitem do seu papel e entregam os filhos a instituições.

O país, a par de outros que se perderam por convicção das opções feitas pelos seus políticos dirigentes e não pelo povo, foi colocado na condição de mendigo no seio de uma Europa que falhou em toda a linha ao acenar com a convergência social quando fomentava os desequilíbrios e o aproveitamento económico dos mais poderosos. Quem comprava as dívidas soberanas, sabia que estava a cavar a sepultura desses países para ganhos que não são inocentes.

Não há nenhum indígena que não perceba o que se passou no país nos últimos 36 anos: três partidos a governar e a saquear e o povo a pagar. Um parlamento inútil. Uma adesão ruinosa à UE. Escândalos políticos e financeiros abafados. Uma Justiça colaborante com o regime e desprezada pelo povo. Uma tropa gorda e anafada com missões e negócios de milhões. Um Ensino virado para o lucro e não para as necessidades. Uma Saúde nas mãos dos lobbies e do oportunismo. Uma imprensa tendenciosa e uma Banca usurária e displicente com a cobertura do Banco de Portugal. A ruína do país só poderia ser o resultado final.

É claro que a compreensão difere entre a minoria que usufruiu e a maioria que sempre pagou a feira. E são estes mesmos partidos de feira que se arrogam das soluções que, afinal, são mais do mesmo!

O ministro Portas mandou-nos calar e o seu primeiro até puxou para seu braço direito um general para lhe coordenar a ligação a todas as forças de segurança. Provavelmente para as usar no caso de abrirmos a boca ou a porta da rua para os protestos e as necessárias mudanças de políticas.

Luis Alexandre

2 comentários:

Anónimo disse...

As troikas não nos "troikaram" assim tanto as voltas!!!
Entre 1000 a 1500 juntas de freguesia poderão ter os dias contados...
Só venho aqui lembrar um pequenino favorzinho do Desidério ao seu cão de fila Helder de Sousa. Este foi eleito Presidente da Junta de Albufeira. Mas, não contentes com estes títulos e funções, eis que o Sr Helder é convidado para assessorar o Presidente da Câmara... medida que foi pouco contestada, mas que num caso idêntico lá pelo Alentejo foi considerada ilegal e lesiva das boas condutas públicas. Como aqui em Albufeira o povinho quer ser laranja da raiz até à ponta dos "..." tudo é possível. Basta um ou dois senhores quererem e eis que tudo lhes é permitido.
Mas o engraçado é esta coisa de algumas juntas poderem ser extintas. E A DE ALBUFEIRA, meus senhores, TEM NA ATITUDE DOS DOIS PRESIDENTES ACTUAIS - O DA CÂMARA E O DA JUNTA - A DEFESA MAIS QUE LÓGICA E COMPROVADA DE QUE A JUNTA DE ALBUFEIRA DEVE SER A PRIMEIRA A SER EXTINTA... Pois se o Presidente desse órgão até foi para assessor do outro!? Depois digam que é só da troika!!!!!!!
Troikistas são os portugas que só pensam no seu umbigo e, sobretudo, os que demonstram com as suas práticas e decisões que experimentaram um método de ensino e aprendizagem verdadeiramente rasca ou de trazer por casa.
Atrás da Junta de Albufeira devia também ir a de Olhos de Agua pois nada fazem sem o "Rolinho" (deixar) fazer... até Paderne. A Câmara de Albufeira tem mostrado que só por si consegue tudo. "Bora" com todas as juntas do concelho, porque temos uma equipa na Câmara extraordinariamente versatil e que consegue ir a todas

Anónimo disse...

Os argumentos do senhor(a) 11:17 nem chegam a ser ridículos.
São só patetas.
Mais um(a) que está sempre contra tudo e todos e não apresenta soluções para nada.
É do contra porque é do contra.