terça-feira, 12 de julho de 2011

A ACRAL e a aventura jornalística


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ACRAL - Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve

Depois da penúria dos cofres vivida em direcções anteriores, eis que o novo presidente, o senhor João Rosado, pôs as contas a brilhar e ainda sobra dinheiro para a aventura jornalística.

Tal abundância de meios, que não assentará na cada vez maior redução e dificuldades dos sócios em pagarem quotas, só advirá de uma estratégia de interesses que se acobertaram nesta associação e a corporizaram no senhor Rosado.

Afinal, o que levará uma associação de comércio e serviços a comprar parte do capital de um jornal regional com sede em Faro? Chegar mais depressa aos associados, influenciar os meios de decisão regionais e nacionais ou dotar-se de um meio propagandístico que projecte dirigentes e a cortina de variados interesses que vêm ali uma montra e a suportam?

As respostas não são difíceis. Por exclusão de partes, optamos pela última, seguindo a interpretação das anteriores e a novel estratégia dos grupos de interesses económicos em se projectarem num mundo em que o que se diz e escreve sobre o que se pretende iludir, é mais forte que o valor daquilo que se faz.

Os associados da ACRAL são meros figurantes nas decisões, as quais são trabalhadas ao abrigo de todo o tipo de golpes, silêncios e declarações de impotência e como nunca nada receberam e os níveis de confiança são de quase indiferença, também se calam ou alheiam sobre os actos das suas direcções.

Sobre influenciar meios regionais e nacionais, a situação tem duas vertentes. A primeira é a de que perante a avalanche de falências ou o simples abandono da actividade por excesso de grandes superfícies e do proteccionismo que o Estado lhes dá, nunca a ACRAL levantou a voz ou um dedo para mobilizar os associados contra tal situação, aceitando as esmolas condicionadas dos programas para o comércio que funcionam em regime de influência e restrição. A segunda e em sentido oposto, a ACRAL tem sido uma aliada das decisões camarárias de proliferação dos grandes espaços comerciais e em troca tem beneficiado de chorudos subsídios, sob a capa de parcerias para diferentes actividades.

João Rosado imprimiu uma nova dinâmica de aproveitamento da imagem da ACRAL, explorou como ninguém a sua ligação ao mundo dos jogos político-partidários e juntou-lhe a ambição e a necessidade de protagonismo de algumas figuras do xadrez autárquico e político, para lançar o projecto de influência como co-proprietário de um jornal da capital da região.

A reviravolta de tesouraria e a base editorial de projecção com o lançamento deste projecto, levantam uma série de questões que deveriam ser respondidas publicamente e não só por razões de ética e transparência.

O que move uma associação suposta representante de comerciantes e serviços, cujos interesses no passado bem recente entraram em colisão com as decisões camarárias pelo facilitismo de instalação do considerado excesso de grandes aglomerados da distribuição que depauperaram a sua base económica e levaram ao desaparecimento de milhares de pequenas e médias empresas?

Parece-nos que estamos em presença de um plano bem urdido em torno de conivências que visam dar voz a interesses que são completamente alheios aos interesses que devem mover uma associação de pequenos empresários.

A compra de uma parte do capital do jornal “O Algarve” foi feita com dinheiros vindos de onde? E será um investimento para rendimento financeiro ou de gente que se quer moldurar? Será que teremos uma resposta?

Luis Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

Preocupa-te com a tua associaçãozeca Luisinho dos recibos verdes