segunda-feira, 4 de julho de 2011





Albufeira: Contenção do areal da Praia da Falésia com técnica inovadora
04-07-2011 7:34:00


São longos ‘sacos’ cilíndricos de fibra geosintética cheios de areia. Formam uma barreira a proteger o areal da erosão.100 metros da Praia da Falésia serão protegidos por 11 geotubos.

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A proteção do arela praia da Falésia das correntes marítimas, implicou a utilização 11 Geotubos, que se opõem às marés em função do peso que possuem, com comprimentos entre os 15 e os 35 metros e um diâmetro entre os dois e os quatro metros, que enquadram a praia em mais de 100 metros de comprimento.

No enchimento dos Geotubos e do hidro-aterro que lhe está associado que forma uma espécie de mini baía junto ao areal, foram utilizados mais de 7.000 metros cúbicos de areia bombada do mar com recurso a equipamento especializado, tendo os trabalhos de recuperação da praia decorrido no prazo de 12 dias.

O objetivo é proteger a praia da Falésia da erosão do mar, ainda que este processo contribua também para “uma maior segurança e conforto dos banhistas”, refere a United Investments Portugal, empresa proprietária do Pine Cliffs Resort e do Algarve Sheraton Hotel, que realizou a obra.

Tecnologia holandesa usada em todo o mundo

Segundo a United Investments Portugal, este processo originário da Holanda "foi pela primeira vez utilizado na Península Ibérica” para o combate à erosão através da retenção do areal com geotubos fabricados com manta geosintética e em forma cilíndrica.

Trata-se de um sistema que associa a vantagem de não ser fixo à de substituir materiais de cimento, não poluindo o ambiente nem gerando contaminação dos fluidos onde são utilizados.

A utilização desta tecnologia inovadora no país partiu da iniciativa dos proprietários do Pine Cliffs Resort e do Algarve Sheraton Hotel, localizados junto às arribas que circundam a praia, “tendo sido aprovada pela ARH - Administração da Região Hidrográfica do Algarve, que está a acompanhar o desenvolvimento do modelo”, garante a empresa.

De acordo com a United Investments Portugal, esta é a primeira utilização de geotubos na zona, embora a empresa “tenha já investido na recuperação do areal, efetuando anualmente e desde há 10 anos, trabalhos de recarga de areia na praia da Falésia”.

Gaia prepara intervenção idêntica

Entretanto, a Câmara Municipal de Gaia anunciou em 2009 a intenção de utilizar a mesma tecnologia na recuperação do seu cordão dunar. Os geotubos irão permitir a fixação das areias nas praias e evitar a erosão que atinge alguns pontos mais sensíveis, casos de Aguda-Sul e São Félix da Marinha.

A câmara encomendou às universidades do Porto e Minho um 'Estudo do Risco de Erosão do Litoral do Concelho de Vila Nova de Gaia' que acompanhe a evolução morfodinâmica da faixa costeira e sirva de suporte científico e técnico a decisões e opções futuras.

A utilização destas estruturas, caso não sejam respeitadas as dinâmicas costeiras, podem acarretar mais prejuízos que vantagens. Foi o que aconteceu em Cancun, na estância de Playacar na Riviera Maya em que foram colocados 40 geotubos em 4 km de praia.

O aceleramento da erosão em cerca de 30 metros em apenas 1 ano, levou a que a entidade responsável, a Zona Federal Marítimo Terrestre (Zofemat) obrigasse as empresas hoteleiras a retirar as estruturas, sob pena de pesadas multas.


in Observatório do Algarve

2 comentários:

Luciano disse...

Se estão a ser utilizados pela primeira vez na península ibérica, gostava de saber o que eram aqueles tubos iguaizinhos que estavam na mesma praia e exactamente no mesmo lugar há uns anos atrás...

Duarte disse...

Na praia da Leirosa na Figueira da Foz ja foram usados geotubos em 2008, provavelmente a primeira vez, no entanto não deixa de ser uma técnica inovadora em Portugal pois devia ser mais difundida pelo litoral! Os seus resultados são bastante bons em relação as técnicas convencionais de engenharia costeira, assim como os geocontentores que acabam por causar um menor impacto visual (ver Stockton beach na Australia) e dissipar melhor a energia das ondas por ser de certa forma mais flexivel que um convencional enrocamento.