A Associação de Comerciantes do Porto (ACP) vai lançar numa reunião segunda-feira à noite, um movimento de defesa das cidades. A iniciativa ocorre como resposta à “situação de decadência e empobrecimento das cidades" e não terá um cariz associativo nem partidário.
A presidente da associação, Laura Rodrigues, quer que o movimento assente numa estratégia de defesa das cidades, e admite que ela possa passar por “um grande protesto na rua”, disse hoje.
Para Laura Rodrigues, a iniciativa vem na sequência da constatação da "notória situação de decadência e empobrecimento das nossas cidades, nomeadamente do Porto, que depois de abandonada pelos moradores, escolas, serviços e cinemas, vêem hoje o seu comércio a desaparecer e com ele a vida da cidade", explicou.
Sublinhou que "nas principais ruas e zonas comerciais, muitas são as lojas encerradas e mesmo emparedadas, em que graffitis e a sobreposição de cartazes ocupam o que outrora eram belas montras iluminadas", ante a "passividade inexplicável dos governantes, dirigentes autárquicos e partidos políticos".
"O que está a acontecer não é de forma alguma obra do acaso ou de triste destino e muito menos constitui uma inevitabilidade, mas é antes fruto lamentável de políticas desastrosas em que o planeamento territorial insensato deu preferência à instalação selvagem de simulacros de cidades [nos centros comerciais], que com estas competem ferozmente", afirmou.
Para a presidente da ACP, os governantes nesta matéria "actuam como novos-ricos", dando preferência a "estas instalações onde cidades fictícias com ruas, praças, fontes, lojas, bancos e até igrejas substituem as antigas urbes, algumas património nacional".
Sublinha ainda que "tal não sucede no resto da Europa onde (...) sabiamente, as grandes estruturas comerciais são afastadas para quilómetros de distância das cidades", com o horário praticado pelo comércio de rua, com "o respeito pelo Domingo e pelas noites, destinados ao lazer, à cultura e ao descanso".
"As cidades definham, o País empobrece e vive-se um desânimo generalizado e constrangedor, por isso só nos resta apelar aos portuenses para, em torno desta Associação, se criar um grande movimento de protesto capaz de dizer basta!", afirma. A dirigente associativa sublinha que o movimento que pretende criar "não terá cariz associativo e muito menos partidário".
Publicada por adf
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1 comentário:
Aqui está uma ideia útil e dinamizadora com a vantagem de nascer numa cidade com muito protagonismo nacional.
Para além de concordar com os seus pressupostos e na qualidade de presidente da ACOSAL, lanço o repto às outras Associações da Região, para que discutamos a ideia e a apliquemos em defesa dos valores perdidos e criação de novas oportunidades.
Sem organização e sem pressão, as autoridades continuarão a impor-nos os modelos que interessam aos grandes potentados económicos e que até agora só têm trazido perda de qualidade de vida e desarticulação das nossas cidades, vilas e aldeias.
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