quinta-feira, 1 de abril de 2010

A EUROPA ESTÁ-SE A VER GREGA


Ao fim de mais de 50 anos de Europa comunitária e com mais propriedade a partir de 1973, com a entrada de outro colosso económico - o Reino Unido -, que se juntou à Alemanha e França, são mais do que nunca perceptíveis os objectivos estratégicos que serviram de base à sua criação e os iscos usados para o apetite dos que a engrossaram.

As potências fundadoras, com espaços de crescimento limitados pelas formas tradicionais de negociar, entronizaram as teorias do comércio global que despontavam e com regras por elas estabelecidas, criaram o seu próprio cercado.

De uma assentada demarcavam o território de outros predadores e preparavam o seu futuro.

As vantagens do pioneirismo da globalização em território europeu foram-se somando, com a entrada em força dos capitais destes países nas economias cujas admissões se fizeram de forma gradual, à medida que se consolidava cada passo e se criavam os factores de dependência. Por um lado punham-se os novos membros a trabalhar para os capitais sem rosto, simulando o crescimento, a troco de salários de sobrevivência e muitas isenções fiscais, favorecia-se o seu endividamento em estruturas direccionadas para a penetração e saída dos bens de consumo e destruíam-se parte das estruturas seculares de sustentação, em nome da racionalização e das quotas.

Todos os propósitos económicos e financeiros foram, como seria de esperar de um bom organizador, devidamente enquadrados num emaranhado de leis e recomendações.

A Europa do bem-estar colectivo, do combate às assimetrias entre norte e sul, está hoje reflectida na perseguição ao estado degradado das finanças dos países mediterrânicos, porque os outros ainda estão na fase do controlo e do lucro.

O lema da Europa do desenvolvimento social está traduzido no aumento substancial de pobres no conjunto dos países e na proliferação das políticas neo-liberais de ataque à intervenção moderadora e à iniciativa pública nas áreas sociais, em nome da contenção da despesa do Estado e em proveito dos investidores privados que sabem ser a área da saúde e dos seguros, um apetecido maná.

Paulatinamente, todos os sectores da estrutura dos países, desde o ensino à segurança, da política externa à emigração, foram alvo de estudo e de medidas que põem toda a gente a pensar na mesma direcção da obediência dos desejos macro-económicos de Bruxelas.

No decurso da actual crise, fruto dos consentidos jogos fraudulentos dos fundos financeiros, a Europa ignorou as suas vulnerabilidades sociais e não hesitou em perseguir o objectivo de salvar o sistema à custa dos recursos públicos dos países, deixando-os mais pobres e intactos os recursos centrais acumulados e os dos fautores.

A Europa social é uma fraude e os sintomas de descontentamento das classes médias de países como a Alemanha, França e Reino Unido, já embaraçam Governos.

As lutas internas na UE, à volta das opiniões do Governo alemão sobre o descalabro grego, mostram as contradições entre o que pensa o povo alemão e os sacrifícios que lhe pedem, e a realidade concreta dos benefícios alcançados e não reinvestidos pela estrutura capitalista. O papel conciliador da Comissão Europeia foi o de lembrar o alcançado e assinalar o que ainda há para ganhar no projecto.

O dinheiro não circula nas economias mas, acumula-se nas off-shores e se em Portugal, só em 2009, puseram mais de 14 mil milhões ao fresco, sem que o Banco de Portugal consiga explicar, imaginemos os valores do universo do grupo da primeira velocidade.

A extensão e profundidade da crise, que ninguém se atreve a prognosticar o seu fim, vai deixar um rasto de desconfianças, sobre a dimensão das falhas e do encobrimento dos responsáveis políticos europeus e seus cúmplices nacionais.

Soluções? Ainda estamos na fase da compreensão… de que a riqueza produzida, não é um factor de redistribuição e desenvolvimento.


Luis Alexandre

1 comentário:

Remexido(F) disse...

Europa social é uma fraudo.Diz o luis Alx.OK. Talvez.Como Albufeira ser a capital do turismo ser uma FALÁCIA,tambem é verdade.Tudo o que abre em Albufeira é igual.Igual na filosofia de trablho,na musica,no barulho,no tipo de serviço,na decoração,tudo igual.É só abrir.TUDO IGUAL.Satura,é corriqueiro torna-se banal mas é Albufeira.Albufeira que por ser sempre igual,não é atrativa,não capta novos mercados.Fica-se pelos putos,pelas bebedeiras,pela destruição do património público,pela criancice das autoridades que em nome do "bem do turismo" tudo consentem.Vai ser o nosso fim!
Está na altura de alterar as coisas.Como?.Lutando,todos, por um novo modelo.Controlando a construção.Controlando a abertura de novos "comércios".Resumindo, Requalificar,melhor,qualificar,não deixando o planeamento e organização da nossa comunidade(Albufeira) na mão de "putos",pseudo reguilas e inovadores(tipo Paulo Dias e afins)que mais não sabem do que tornar Albufeira,uma capital ,não do turismo,mas,capital de putos procurando afirmação mas complexados e desfuncionais.Complicado resolver?Não.Preciso ter "colhões"coisa que falta a esta Autarquia.
Desculpem,isto é só um desabafo.SERÁ?????
O pior é quando de deixar de ser um desabafo,e passar a ser uma maneira de ser, Albufeirense,aí será o diabo,para o
s santos desta terra.Cuidado,muito cuidado com a indignação dos que até agora têm estado num estado de "dignação"e vendagem(os relógios e as festas não duram sempre).
Fico por aqui para não ser "XATO"mas......