quarta-feira, 24 de março de 2010

CCDRA À PROCURA DE DEFINIÇÃO...




Retail Portimão, Algarve Shopping, Ria Shopping,
Gran Plaza, Forum Algarve e Aqua Portimão.


NINGUÉM TRAVA AS GRANDES SUPERFÍCIES

De repente, sem que a sociedade o esperasse, a CCDRAlgarve veio a terreiro lembrar que existe um PROTAL, que se diz ser uma lei reguladora das intervenções no território algarvio.

Disse o presidente deste organismo, de nomeação política, a propósito da felicidade que por estes dias inunda o concelho de Loulé, com dois grandes grupos económicos de bolsos cheios de milhões, às centenas, a mostrarem interesse em ali investirem, que há limites na lei, que o Algarve já oferece mais grandes superfícies que a média nacional e a europeia, mas que o Governo é sensível a este tipo de investimentos.

Reconhece o dirigente máximo do principal organismo de ordenamento da região, falando na assembleia, que já foram ultrapassadas as médias da oferta de grandes espaços por mil habitantes, sem aludir às razões que nos trouxeram a este patamar, quando o Algarve tem uma população e actividades marcadamente sazonais, cujos fluxos de liquidez se têm agravado nos últimos anos.

A reconhecida simpatia de qualquer Governo pelos empreendimentos de milhões tem prolongamento nas autarquias e a bênção da sua inevitabilidade dada pela principal associação do comércio, que ao arrepio da lei que todos os outros têm de cumprir, vão construindo uma realidade que já ultrapassou o nível da mais-valia, para se constituir num problema. E aqui está uma explicação para a quebra dos fluxos financeiros e a precariedade do emprego, que vêm condenando o Algarve.

A CCDRAlgarve, que trespassou a construção desta realidade, cumpriu bem o seu papel contemplativo de apêndice do Governo, produzindo mais conselhos de sustentação do que realizar com isenção e autoridade de princípios, o papel estatutário que lhe confere a existência.

Como já se percebeu que a CCDRAlgarve pouco ordena, as palavras proferidas na assembleia municipal de Loulé tiveram a resposta pronta do edil que iria decidir em consciência, lembrando que a dita assembleia não tem poder vinculativo e confinando os projectos aos interesses concelhios.

E nestes jogos de palavras, provocados pelo cruzamento da interferência do interesse do movimento de diferentes sectores sociais e económicos e dos superiores interesses do Estado e do Município, o presidente da CCDRAlgarve retomou o assunto adiantando que esta entidade, dando uma ideia mais real de submissão ao papel consultivo, seria “célere na apreciação, desde que os projectos estejam enquadrados na revisão do PDM e demonstrem a importância do projecto”.

Depois da sobre oferta dos concelhos de Portimão, Albufeira e Faro, com as conhecidas consequências desastrosas na malha social e económica destas áreas, Loulé, pelo seu peso turístico, teria que ser alvo de cobiça.

Com a dimensão da crise que o Algarve atravessa e perante a incapacidade do Governo em lhe dar respostas, estas pretensões de investimento e emprego, justificam todos os meios e argumentos para a sua concretização, até sem recurso a qualquer declaração de PIN.

Luis Alexandre

1 comentário:

Anónimo disse...

A CCDR era aquela que deixou fazer tudo nos Salgados ?ahgora passou para as mãos doutro organismo mas tudo vao ficar como dantes, façam o que quiserem.

carlos