terça-feira, 9 de março de 2010

política à moda de albufeira (58)


Pela primeira vez, uma força política de cidadania consegue trazer para o 1º plano da agenda política e obrigar um órgão de fiscalização do poder executivo, a agendar a discussão do chamado caso da Urbanização das Texugueiras.

Perante a dimensão do caso, a que não é estranhoa coragem e persistência do seu protagonista, o sr. Manuel Carvalho, o presidente da Assembleia Municipal, um causídico e político inspirador das políticas seguidas nos últimos oito anos em albufeira, fez a leitura de que era preciso agir, confiando que a encenação da sua discussão neste órgão será o princípio do fim.

Com uma presença maciça dos seus membros e o desinteresse pela ausência, do vereador em par-time político, David Martins, a discussão do 3º ponto da Ordem de Trabalhos fez-se para além de uma hora, sem que ninguém tivesse feito referência ao dado mais importante e subjacente, que é o facto de que o FORUM ALBUFEIRA já tinha , 10 dias antes, entregue o dossier no Ministério Público de Albufeira.

A discussão desenvolvida, sob a batuta concertada do presidente da Assembleia, levou a que a maioria PSD se refugiasse no silêncio, a candura do BE e o desacerto do PS, votassem por unanimidade uma proposta de entrega do caso ao MP, com as considerações de imaculidade da Câmara e a animosidade de sanções sobre a irreverência do Sr. Manuel Carvalho.

Toda a estrutura argumentária de Carlos Silva e Sousa, mais uma vez o grande timoneiro do PSD no concelho, foi habilidosamente direccionada de que não tendo "meios próprios para investigação", tem de confiar no que lhe dizem os seus pares do executivo, antecipando-se em ordem às fileiras , para a rejeição de uma proposta do PS para que fosse criada uma comissão tripartida para confrontação das afirmações das partes.

Com o executivo refugiado estrategicamente no silêncio, de uma maneira geral , a ideia que fica no ar é a de total impreparação e desconhecimento dos factos por parte dos membros da Assembleia, sem excepção. Daqui não poderia resultar mais nada, senão o habitual lodaçal.

O Dr. Carlos Silva e Sousa, sem mexer uma palha prática, assume-se como o líder das posições camarárias contra os factos evidentes e confirmáveis no terreno, da existência de caves e metragens de construção, contra a Lei sob a forma do Alvará da Urbanização, que é irrevogável e nega a possibilidade da sua construção.

Foi um bom ensaio, à espera de uma boa gestão processual e um despacho expectável... mas...

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