segunda-feira, 8 de março de 2010

A FORÇA DA NATUREZA NA BALEEIRA


Este Inverno bem molhado, veio trazer a lume as fragilidades naturais de mais uma parte física que serve e envolve a cidade a poente, exactamente o imponente “maciço” rochoso que dá forma a uma das margens de acesso ao Porto de Pesca e ao tanque de água da Orada - a que dão o nome pomposo de marina – e que é beijado no seu sopé pela chamada antiga praia da Baleeira.

Este local, da base ao topo, de grande beleza natural, faz serviço de ancoradouro “provisório” dos barcos da Associação de Pescadores Desportivos da Baleeira e de miradouro não estruturado, para os que porventura conhecem o seu acesso e não conhecem os perigos. Trata-se de um local de grande valor paisagístico e contudo nenhum executivo camarário lhe deu qualquer valor…

Uma parte da área cimeira, conhecida pelo farol, está desordenadamente ocupada por construções, havendo até quem conseguisse construir nas costas do referido farol e para protecção própria, tivesse implantado baias metálicas, do estilo das de estrada e exactamente na linha de precipício.

Este morro, de estrutura calcária, a julgar pela exploração de matéria-prima para o fabrico de gesso em anos idos, nunca teve qualquer tipo de protecções para evitar a queda de pedregulhos ou aluimentos de terras, tendo esse papel sido exercido pela natureza, no caso a vegetação que o decora.

Com a chuva persistente da estação do ano e como este morro parece nunca ter merecido muita atenção das autoridades que sobre ele têm jurisdição, assistiram-se a vários incidentes com a deslocação de muitos dos detritos soltos e outros que se vão soltando, tendo alguns destes se precipitado sobre barcos e motores de elementos da Associação da Baleeira, causando unicamente e por sorte, estragos materiais.

Esta Associação legalizada, que conta nos seus órgãos sociais com um vereador da Câmara de Albufeira, exerce a sua base logística, por empréstimo e com promessa de solução, naquele espaço da linha de água e já alertou, facto que não deveria ser preciso, para os perigos que ali estão patentes.

Apesar das habituais confusões e cruzamento de competências em muitos sectores da vida pública, julgamos que a ARHAlgarve num plano e o IPTM noutro, terão responsabilidades na gestão e controlo desta área que, como referimos, já deu sinais de ser instável e movimenta com regularidade vidas humanas.

Porque existem conversações trilaterais, do conhecimento do deputado Miguel Freitas, que reflectem o envolvimento da Câmara de Albufeira e do IPTM, que consentiram neste uso do território e apontam para a resolução no tempo e apesar ser do nosso conhecimento a cobiça de outras entidades, o que urge preservar, é a segurança daquele lugar.

Os barcos já sofreram golpes, a memória do Verão passado está fresca e não podemos ficar a olhar para o que o céu nos reserva…


FORUM ALBUFEIRA

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