sábado, 29 de janeiro de 2011

Convocada conferência de imprensa (?!) para assinalar 9 anos de presidência

Nove anos… já é tempo demais…


Depois de 4 anos de pré-campanha como vereador convidado em que milhares de apertos de mão, palmadinhas nas costas e negociatas foram construindo uma base eleitoral sob o definhar e a suspeita da gestão PS, Desidério Silva, o homem que veio do desenho de construção e se revelou exclusivamente de ferro e cimento, bloco sobre bloco em castelos empoleirados, alcandorou-se no poder. E vão nove anos de presidente, dos doze que ganhou.

A marcação de um encontro com a imprensa para assinalar a festividade é, no mínimo, mais uma acção populista e ridícula. Alguns anos atrás, qual estrela cintilante, “obrigaram-no” a comemorar 10 anos de autarca. E nesta oportunidade, para que tudo tenha mais pompa, porque os muitos beneficiados não podem faltar, seria um sacrilégio sobre tantas benesses, Desidério Silva abre o apetite para o relevo da ocasião, glorificando-se na sua crónica deste sábado no “CM”.

Sendo por demais conhecido o estilo de grande apreço por si próprio, que com certeza arrastará aquela imprensa subsidiária, fica um espaço de interrogação sobre mais este encontro de balanço de actividade…

Como a lei calará o desiderismo presidencial e providencial no prazo de 3 anos e a sua colagem aos novos barões do PSD é por demais evidente, este encontro de vassalagem insere-se na campanha de imagem que supostamente o levará (a ver vamos), a ser um dos escolhidos nas próximas listas do PSD às legislativas. É um sonho, maior que a capacidade.

Este cenário obsessivo que lhe inunda o consciente é sustentado na política de betão que caracterizaram os seus mandatos, em que 9 anos de populismo e de ausência de oposição levaram ao esmagamento da beleza da velha vila cuja fama está hoje de rastos e traduzida no empobrecimento da vida económica e social do concelho.

Começou os mandatos a galopar sobre os impostos, a produzir um urbanismo especulador e deplorável (circulem pela cidade e vejam a exiguidade dos espaços públicos), distraído nas insuficiências estruturais de escolas, habitação social, saúde e comodidades e termina-os com a esclarecedora abertura da Cantina Social, elevada a propaganda de proximidade das pessoas.

No seu longo reinado, nunca se conheceu um rumo para um objectivo estratégico. Geriu-se sobre o joelho e acabamos globalmente mais pobres e com uma crise local, que antecedeu a geral, onde mais de 600 milhões de receitas se eclipsaram em obra dispersa, inconsistente e muito desperdício.

O encontro aprazado para a próxima segunda-feira 31 de Janeiro, também poderá preceder o plano de substituição para a aventura parlamentar, o que por lei passa por elevar uma figura do seu elenco, facilitando a sucessão e colmatando a falha estratégica de preparação de uma figura emergente que o brilho de Desidério silva nunca permitiu.

Nenhum outro congénere do Algarve precisou de se pôr em bicos de pés para ser notado. Porque será?

FORUM ALBUFEIRA

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