O executivo camarário julga ter aliviado a pressão...

Cidadãos contra o ruído não desarmam (II)

Acabaram-se as orelhas moucas? Não acreditem...

Para não conspurcar o texto principal, deixámos os pormenores para este segundo, que tem por objectivo claro, desmontar todos os tipos de hipocrisia política que se vive neste concelho e são responsáveis pela dimensão irracional a que chegou o problema do ruído.

Em primeiro lugar, ao contrário do que se poderia supor, abordamos o papel de principais responsáveis da situação pela sua inacção - os vários partidos da chamada oposição -, pondo logo de parte os inexistentes CDS e BE, apesar deste último ter um representante na assembleia municipal que não faz prova de vida.

Quanto ao PCP, que foi mirrando aos olhos da população do concelho até à reunião em gueto, conhecendo o problema nunca fez nada mas resolveu dar a cara na sessão de Câmara, eventualmente para não se isolar mais.

O dito partido socialista, desde a mãozinha à rosa, que tem as mãos sujas no assunto ao qual deu forma como poder e silêncio como oposição, deve juntar à sua retumbante penalização social o descontentamento da população pelo seu papel de contaminador.

O PSD no poder, sedento de desenvolver o seu instinto de polvo controlador, deu largas às ambições dos poluidores sonoros, chegando ao ponto de rasgar queixas, abaixo-assinados, negar o problema e exaltá-lo como bandeira associada à imagem turística geral da cidade.

Vinte anos de lutas dos cidadãos nunca tiveram o apoio destes partidos, dentro ou fora do poder e tudo o que digam ou façam, não passam de traços da sua capacidade hipócrita de manobrar a sociedade.

Na sessão pública de Câmara passada, onde se sabia que o assunto tomaria forma de primeiro plano, o presidente do executivo e o vereador do PS estiveram ausentes, escondidos nas desculpas esfarrapadas, de cumprimento de tarefas de não eleitos.

Para que a população e os nossos leitores compreendam melhor os contextos anteriores, o executivo autárquico, completamente comprometido com o poder do ruído, chegou ao ponto de escrever em papel a culpa não assumida de deixar andar factos denunciados e suportados durante anos.

Quanto às associações empresariais, de bem e subsidiárias do poder em Albufeira, que aglutinam as quotas dos bares, nunca se importaram e mostram-se ofendidas com os queixosos, mas lá vão dizendo querer colaborar…

Como informações adicionais e que atestam a profundidade do problema do ruído, um levantamento junto de farmácias e parafarmácias, revelou que as vendas de tampões para os ouvidos são elevadas nos meses de Verão, chegando a esgotar nalguns pontos de venda.

Por outro lado, a fúria pela quebra do proteccionismo a um bar forçado a encerrar, levou a que o morador mais prejudicado esteja a ser ameaçado de represálias.

Contudo, na dita rua, com o encerramento temporário para encontrar soluções de acordo com a lei, instalou-se a calma que leva os empresários a manifestarem a satisfação por poderem sentar mais clientes em restaurantes e entradas nas lojas.

O mito fomentado que o ruído é cartaz vai caindo, fruto da pertinência dos cidadãos, mas, não nos deixemos iludir com os passos e as promessas que poderão ser uma fonte de poeira para os olhos!

FORUM ALBUFEIRA